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14 de outubro de 2008

CANTINHO LITERÁRIO: 15 DE OUTUBRO - DIA DO PROFESSOR E DIA DO EDUCADOR AMBIENTAL














PROFESSSOR (A), EDUCADOR (A) AMBIENTAL:

Recebam nessa data, 15 de outubro, a nossa homenagem, o nosso reconhecimento e valorização pelo constante trabalham que realizam na orientação e conscientização de nossos educandos sobre a importância da natureza, nossa responsabilidade de conservá-la, preservá-la e valorizá-la, protegendo os manancias, a flora, a fauna e em especial o ser humano!

Que os mestres que moldam nossas gerações possam ser mais reconhecidos, valorizados e prestigiados pela sociedade, pelos governantes e pelas famílias, recebendo salários dignos, condições adequadas de trabalho, equipamentos e materiais pedagógicos necessários e principalmente respeito e amor de seus alunos e responsáveis.

Alguns ilustres poetas e escritores (os "amigos das letras"), amigos e colaboradores deste Blog, incentivados por Clarice Villac, de Campinas, estão enviando algumas contribuições para homenagear nossos queridos mestres e os educadores ambientais! Agradecemos as valiosas colaborações!


LIQUIDAÇÃO DE NATAL (Argento)

Era uma típica professora de escola do governo. Como de costume havia recebido o seu décimo-terceiro salário às vésperas do Natal e sabia que iria precisar fazer milagre para esticar o seu pró-labore, já tanto carcomido pelos "gênios da economia", na tentativa de fazer suas compras natalinas.
Pegou todo o dinheiro que sabia que poderia gastar nessa empreitada e partiu para a batalha em busca de preços módicos e liquidações de última hora na famosa, conturbada e calorenta região do Saara, mais precisamente na rua da Alfândega, cidade do Rio de Janeiro.
Suou a camisa, mas conseguiu realizar a árdua tarefa, comprou presente para toda sua família. Ao final resolveu comer uma empadinha de galinha, engolida a seco por nossa magistral heroína. Entrou então no lotação esbaforida, cansada, sedenta e cheia de sacolas na mão. Ao tentar cruzar seu último obstáculo em direção ao paraíso, aconteceu a tragédia : Nenhum mísero tostão, "Pelé, nem Jarzinho" havia sobrado.
Ficou então em pânico e chorou, queria pagar em cheque, obviamente não aceito pelo trocador. Tentou, em vão, convencer ao pobre do motorista a desviar o trajeto e passar pela sua casa, para que pegasse o último trocado de seu esfarrapado salário.
Lembrou-se então do seu erro fatal : Fora a tal da empada a bendita culpada, pela primeira vez a azeitona inocente escapou pela tangente, aos prantos lembrou do velho ditado, agora por ela adaptado : "Liquidação de natal em bolso de professora dura, tanto bate até que fura !".



II
Seriam os índios nossos educadores ambientais?
(Alberto Carmo)

Era noite. Um índio caçava na floresta com seu filho. O menino olhava atento para tudo que o pai fazia. Pisava onde o pai pisava, observava-lhe cada movimento. Ao seu lado sentia-se protegido, embora assustado com os silêncios e os ruídos que vivem nas noites das florestas.
- Pai, tenho medo.
- Filho, não tenhas medo. A floresta é amiga.
- Mas são tantos espinhos e tantos caminhos fechados, meu pai.
- A floresta mostra os frutos da vida e esconde os enganos da morte.
- Por que, meu pai?
- Para que os guerreiros aprendam a enxergar, meu filho.

Continuaram a procurar pela caça. A cada ruído, o pai parava e ouvia... atento. O filho agarrava-se às pernas do pai, amedrontado.
- Fica ao meu lado e não te escondas entre minhas pernas, filho.
- Tenho medo, pai!
- Fica ao meu lado e procura ver o que te causa medo.
- Está bem, pai...

- Escuta... O que é aquele ruído?
- É um pássaro cantando, pai.
- Tens medo de pássaros?
- Não, pai. Eu gosto deles.

E assim foram caminhando cada vez mais para dentro da floresta.
De repente, ouviram um ruído. A luz da lua mostrou que era um porco do mato. O pai prepara a flecha.

- Filho, lá está nossa caça!
- Pai, estou vendo um brilho estranho ali embaixo, entre as árvores. Deixa o porco do mato, vem caçar aquele brilho que eu nunca vi!
- Quieto, filho. O porco do mato é nosso alimento.
- Mas, pai! Aquele brilho parece mais bonito. Vem!
- Cala-te!

O pai dispara a flecha certeira. Enquanto isso, o filho corre na direção da luz estranha. O pai vai buscar a caça abatida, quando ouve o grito do filho. Corre na direção do brilho. Era a luz da lua navegando nas águas de um rio.

- Meu filho! - grita o pai.
- Pai...

Pai procura o filho com os olhos. A luz da lua, como um rasgo no céu, ilumina as águas do rio. Pai mergulha e nada em direção do filho.
Súbito, surge uma nuvem no céu e esconde a lua. Pai olha ao céu revoltado e nada sem rumo pelo rio...
Já desesperado, olha novamente para o céu... Uma lágrima cai dos seus olhos e ele pede:

- Jaci, não me abandona agora...

Um vento forte se apresenta e afasta a nuvem. A lua reflete nas águas do rio. Pai vê o filho a se debater nas águas. Nada rápido e o agarra. Logo estão deitados na margem do rio, seguros, abraçados, chorando...

- Filho, por que foste buscar o que a floresta escondia e deixaste de ver o alimento que ela te mostrava?
- Eu não sabia, meu pai...
- Então aprende, filho. E não repete esse erro, que quase te custou a vida...
- Tu me salvaste, pai...
- Não, meu filho. Um sorriso te salvou...

- E como pode um sorriso ter salvo minha vida, meu pai?
- Olha o céu... O que vês?
- É Jaci sorrindo, meu pai.
- Pois o sorriso dela te iluminou e salvou tua vida...

Pai pega o filho no colo e voltam felizes para a tribo...



III
Vamos todos cirandar!

(Alberto Carmo - São Paulo, SP)

A professora ensina o bê-á-bá
A Natureza, a terra e o ar
O professor zangado é sisudo
A Natureza braba arrebenta tudo
A professora quer capricho
A Natureza, que se respeite o bicho
O professor às vezes dá pito
A Natureza trovoa de súbito
A professora gosta de ganhar flores
A Natureza nos dá em rosas os seus amores
O professor de matemática é curto e certo
A Natureza é calma e esperta
A professora usa óculos ao ler
A Natureza, o arco-íris de ver
O professor quer silêncio na prova
A Natureza, uma planta nova
A professora paciente acalma
A Natureza lava a alma
O professor de inglês quer o "book"
A Natureza, que a gente dê um "look"
A professora desperta paixões
A Natureza, um monte de botões
O professor na lousa é um giz
A Natureza na chuva, chafariz
A professora dá nota vermelha
A Natureza, o mar que espelha
A professora ensina a plantar
A Natureza orvalha ao luar
O professor ensina ípsilon e xis
A Natureza, a ser feliz...

AGRADECIMENTOS
O Instituto SOS Rios do Brasil agradece as belas colaborações que já recebemos em homenagem aos nossos queridos mestres e aos educadores ambientais, que muito valorizaram nossa homenagem a esses valorosos profissionais. Nosso espaço continua aberto para receber novas contribuições sobre o tema! Obrigado poetisa e escritora Clarice Villac, pela coordenação!

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