Percorrendo o Jufari
28 Oct 2008 - Por Ana Cíntia Guazzelli.
28 Oct 2008 - Por Ana Cíntia Guazzelli.
O rio Jufari é um marco geográfico. As duas únicas comunidades existentes neste rio situam-se em Estados distintos. Caicubi, localizada em sua margem direita, pertence ao município de Caracaraí, Roraima.
Já a comunidade do Caju, encontra-se na margem esquerda do rio, fica a duas horas e meia da primeira, em motor de 25 Hp, e é parte do município de Barcelos, Amazonas.
Hoje, visitamos a comunidade do Caju. É lá que está aportado o barco das outras equipes de pesquisas. Saímos às 6h15. Sem pressa, subimos o rio apreciando a paisagem e parando de quando em quando para registrar e vislumbrar as belezas encontradas pelo caminho.O azul intenso do céu sem nuvens prenunciava um dia lindo de sol. E assim foi.
Com sorte, alcançamos a outra embarcação antes da saída do dr. Richard Carl Vogt, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), especialista e referência mundial em quelônios de água doce. Conseguimos acompanhá-lo em uma das quatro revisões diárias das 10 redes de captura montadas em um lago próximo à comunidade do Caju.Sete machos e sete fêmeas de irapuca, a pequena tartaruga símbolo de nossa expedição, caíram nas redes da equipe.
Para alegria do pesquisador, foram capturados alguns exemplares jovens e outros semi adultos, o que representa, segundo Vogt, que os animais naquele local estão se reproduzindo, sem tanta ameaça humana. Ao contrário, na região da comunidade do Caicubi, onde a pressão antrópica é muito maior, pouquíssimos filhotes ou jovens foram capturados.
Fotos de 28 de outubro À tarde, conversamos com o sr. Francisco das Chagas, cearense, que chegou no Amazonas em 1953, aos 21 anos de idade, como soldado da borracha. É ele o fundador da comunidade do Caju. Com orgulho, o sr. Francisco contou a história do local, apresentou sua criação de galinhas, a escola, a rádio fonia, as frutas e os parentes.
O Caju é composto por apenas seis famílias, todas ligadas por algum grau de parentesco. Faltava pouco para escurecer quando iniciamos o regresso. O sol se pôs, oferecendo um espetáculo de cores fortes e vibrantes. Era a noite chegando e com ela o céu forrado por estrelas brilhantes, que clareavam o caminho embelezado por um tapete reluzente refletido no espelho de água negra.
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