Jornal: após 18 anos e R$ 1,6 bi, qualidade do Tietê piorou
05 de novembro de 2011
A qualidade do rio Tietê está pior do que há 18 anos e cerca de R$ 1,6 bilhões gastos em melhorias desde então.
De seis pontos pesquisados na região da Grande São Paulo pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em 1992 e 2010, cinco estavam piores.
Segundo o órgão, o rio segue turvo, com lixo e esgoto e fonte de doenças. As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a publicação, nove pontos foram avaliados no ano passado, dos quais, quatro estão péssimos, outros três foram considerados ruins, e apenas dois estão bons, localizados próximo a nascente do rio, em Salesópolis (101 km da capital).
Além disso, um instrumento da Cetesb que mede o nível de oxigênio no rio concluiu que em quase toda a região o nível é zero, inviabilizando qualquer tipo de vida que possa existir.
Fonte: NOTÍCIAS TERRA
DO BLOG DO NOBLAT
Após 18 anos e US$ 1,6 bi, Tietê fica pior na Grande SP
José Benedito da Silva, Folha de São Paulo
O ano era 1992. Chitãozinho & Xororó cantavam em propaganda do governo de SP que a população poderia, enfim, voltar a nadar no Tietê.
Mais otimista, o governador Luiz Antônio Fleury Filho disse que um dia beberia do rio e que, na sua gestão, reduziria em 50% a sua poluição por conta do Projeto Tietê, o mais ambicioso plano ambiental da história de SP.
O ano é 2010. Quase duas décadas e US$ 1,6 bilhão depois, a água do Tietê no trecho que atravessa a Grande São Paulo está ainda pior.
O quadro, detectado em avaliação anual da Cetesb, mostra que ele segue feio (turvo), sujo (lixo e esgoto) e malvado (transmite doenças).
Dos seis pontos monitorados desde 1992, cinco estavam piores em 2010. Dos nove avaliados hoje, quatro são péssimos, e três, ruins. Os dois bons ficam perto da nascente, em Salesópolis (101 km de SP).
A Folha usou o IQA (Índice de Qualidade das Águas), o mais amplo dos indicadores apurados pela Cetesb, que leva em conta nove parâmetros, entre eles quantidade de oxigênio e coliformes fecais.
Nos 9 pontos avaliados em 2010, último levantamento, 4 eram péssimos e 3, ruins. Dos 6 monitorados desde 1992, quando foi lançado o plano de despoluição, 5 estavam piores.
Na maior parte da região metropolitana, as taxas de oxigênio ficam próximas de zero, o que inviabiliza a vida aquática.
O esgoto não tratado é o grande vilão, inflado pelo crescimento da população e das ligações clandestinas.
A Sabesp diz que "é difícil ver uma melhora na região metropolitana" e que a situação seria pior sem o plano de despoluição e os investimentos em coleta e tratamento de esgoto.
COMENTÁRIO:
E a "frase" do ano:
"a situação seria pior se nada fosse feito", diz Sabesp.
Gente, que é isso?
Algumas variações inspiradas pela "frase" da SABESP:
"Ele poderia estar vivo, se não tivesse morrido"
Ou:
"Se não estivesse chovendo, poderia fazer Sol"
Ou:
"Se não tivéssemos perdido o jogo, poderíamos ter ganhado ou empatado".
Mas nessa história, triste, da gestão de água e esgoto em São Paulo, onde quem perde somos nós e o meio ambiente, essa "frase" da SABESP tem a mesma característica, cheiro e consistência do que está dentro das águas que ela deveria cuidar: É pura m... mesmo.
É uma tremenda desfaçatez a gestão pública do estado de São Paulo.
Gustavo Cherubine.
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