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4 de setembro de 2012

ARBORIZAÇÃO URBANA E QUALIDADE DE VIDA


Foto: Laerte Scavanaca Jr.

Embrapa Meio Ambiente apresenta trabalhos sobre arborização urbana e qualidade de vida em congresso brasileiro

Para se ter uma ideia, o custo de tratamento da água na Bacia de Ribeira do Iguapé, na Serra do Mar, em Ubatuba, onde 80% da superfície do município é a Mata Atlântica preservada, fica em R$ 2,00 para cada 1000 litros de água tratada. Os mesmos mil litros de água na Bacia do Aguapeí, onde não existe mais matas, praticamente toda a superfícies da bacia é pastagem ou área construída, fica em R$ 500,00, ou seja, investir em mata dá retorno”, enfatiza o pesquisador.
Laerte Scanavaca Jr, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) participa do 16oCongresso Brasileiro de Arborização Urbana em Uberlândia, MG, organizado pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), de 1º a 7 de setembro, com a apresentação de dois trabalhos que relacionam arborização urbana com qualidade de vida e da água.

Conforme o pesquisador, “as áreas verdes urbanas - parques, praças e arborização de ruas, estão ganhando cada vez mais importância no Brasil e no mundo, não só pela melhoria do clima, com o aumento da umidade relativa e abaixamento da temperatura e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida, já que as árvores absorvem gases tóxicos e fazem a depuração bacteriana, como pelo seu valor econômico: valorização de imóveis pela melhoria ambiental, harmonização arquitetônica, economia das prefeituras com a recuperação de asfalto, uma vez que ruas não arborizadas ou mal arborizadas dilatam e contraem dia e noite e desta forma danificam o asfalto.

Os estudos foram feitos em São Paulo por meio de revisão bibliográfica e trabalhos de campo, com verificação e diagnósticos nos parques Alfredo Volpi, Ibirapuera, Villa Lobos, Instituto Butantã e Jardim Botânico. As áreas de estudo do projeto foram os diversos parques urbanos da cidade. O objetivo foi mostrar como os parques podem influenciar na qualidade de vida da população bem como da flora, destacadamente as aves migratórias”, diz Scanavaca.

O trabalho “Importância dos parques urbanos: o exemplo do Parque Alfredo Volpi” descreve a necessidade deste parque para os paulistanos da Zona Oeste. Com área de 142.432m², conta comremanescentes de vegetação da Mata Atlântica e nascentes que dão origem a riachos e pequenos lagos que ocupam praticamente toda sua extensão. Além disso, tem uma rica fauna e flora, além de três lagos, alimentados por uma nascente natural, parquinhos, aparelhos de ginástica, estacionamento, monjolo esanitários, trilha natural acidentada para caminhadas de 1.500 metros, pistas de corrida (1000 e 1500 metros, indicado para todas as idades) e áreas para piqueniques equipadas com mesas.

Existem 199 espécies arbóreas, de 114 Gêneros e 49 Famílias com predominância de Rubiaceae, Leguminosae, Lauraceae e Myrtaceae. São 20,9% de pioneiras, 35,5% de plantas secundárias iniciais e 43,5% de secundárias tardias e climácicas. O Parque, de tamanho médio, apresenta uma fauna muito rica: são 19 espécies de vertebrados e 88 espécies de invertebrados, número comparável aos parques de grande porte, como o Ibirapuera e do Carmo.

O trabalho “Áreas verdes como subsídio ao planejamento urbano” faz um apanhado geral dos parques paulistanos em relação aos parques do Brasil. Até 2005, São Paulo apresentava 34 parques e 5.500 praças públicas. A partir desta data, em função da verba de compensação do Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa) pela construção do Rodoanel Mario Covas, a Prefeitura passou a investir significativamente em parques e áreas públicas por meio do Projeto 100 Parques. Até agosto de 2012,foram construídos mais 50 parques no município.

Os maiores investimentos foram feitos nas florestas que circundam os reservatórios de água, como o Parque da Cantareira e da Represa Billings. Estas áreas foram decretadas Parques e onde haviam moradores, foram indenizados e desapropriados de modo a permitir que a mata ciliar ou Áreas de Preservação Permanente (APPs) fossem restauradas. Assim, pode-se baratear os custos de tratamento uma vez que a mata ciliar filtra a água (física e quimicamente) antes que ela chegue ao rio ou lago.

Para se ter uma ideia, o custo de tratamento da água na Bacia de Ribeira do Iguapé, na Serra do Mar, em Ubatuba, onde 80% da superfície do município é a Mata Atlântica preservada, fica em R$ 2,00 para cada 1000 litros de água tratada. Os mesmos mil litros de água na Bacia do Aguapeí, onde não existe mais matas, praticamente toda a superfícies da bacia é pastagem ou área construída, fica em R$ 500,00, ou seja, investir em mata dá retorno”, enfatiza o pesquisador.

Nas cidades, os principais investimentos são com os Parques Lineares que nada mais são que o reflorestamento das matas ciliares de rios e córregos antes concretados.

Cristina Tordin
Jornalista, MTB 28499
Embrapa Meio Ambiente
19.3311.2608


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