Seguidores do Blog SOS Rios do Brasil

8 de agosto de 2014

POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL FICOU SÓ NA PROMESSA E NA ESPERANÇA DO POVO

Saneamento não depende só de recursos



Gustavo de Mello

A Lei 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê, entre outras ações, o fim dos lixões e sua substituição pelos aterros sanitários desde o dia 3 de agosto de 2014. Esta situação tem levado a algumas distorções nas informações, como a que implica a essa política apenas a distribuição aleatória de recursos ou a necessidade de valores bilionários para atingir seus objetivos (Custo para o fim dos lixões seria de R$ 70 milhões, Jornal do Comércio de 29/7/2014).

Qual é o custo afinal para desenvolvermos políticas de separação de resíduos? O custo de trabalharmos a educação ambiental nos municípios, estabelecermos uma relação com a associação de catadores? Qual o benefício de reduzirmos, com essas ações, o envio de toneladas de resíduos para os aterros, com a aplicação da logística reversa? Na realidade, antes de tudo, essa política deve ser compreendida como um instrumento para a retomada de uma cultura valiosa e estratégica para o desenvolvimento da nação, que é a capacidade de planejar o setor. 

Planejar não somente através do ente municipal, mas a partir da convergência do interesse regional, tornando a solução consorciada economicamente sustentável. A Política Nacional do Saneamento Básico pactuou que teríamos 20 anos de investimentos e planejamentos através da construção dos Planos Municipais de Saneamento Básico. Diante de um passivo deste montante não se encontram soluções sem estabelecer prioridades. O fim dos lixões e toda degradação ambiental dele decorrente é uma delas, assim como as regiões metropolitanas, a exemplo do episódio da mortandade de toneladas de peixes ocorrido em 2006 no Rio do Sinos, ou o desabastecimento de água do sistema Cantareira em São Paulo.

A lei que estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento básico exige o planejamento que não ocorreu nos dois casos citados. Portanto, os lixões, o esgotamento sanitário, o abastecimento e a drenagem urbana não são mais políticas separadas que dependem única e exclusivamente de novos recursos. O mesmo investimento que se faz para produzir lixões pode ser usado para mudar uma cultura em que basta retirar da nossa frente o mau cheiro e tudo estará resolvido.

Superintendente da Fundação Nacional de Saúde-RS

BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo e deixe aqui seus comentários, idéias, sugestões, propostas e notícias de ações em defesa dos rios, que vc tomou conhecimento.
Seu comentário é muito importante para nosso trabalho!
Querendo uma resposta pessoal, deixe seu e-mail.

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários. Portanto, não serão publicados comentários que firam a lei e a ética.

Por ser muito antigo, o quadro de comentários do blog ainda apresenta a opção comentar anônimo; mas, com a mudança na legislação,

....... NÃO SERÃO PUBLICADOS COMENTÁRIOS DE ANÔNIMOS....

COMENTÁRIOS ANÔNIMOS, geralmente de incompetentes e covardes, que só querem destruir o trabalho em benefício das comunidades FICAM PROIBIDOS NESTE BLOG.
No "COMENTAR COMO" clique no Nome/URL e coloque seu nome e cidade de origem. Obrigado
AJUDE A SALVAR OS NOSSOS RIOS E MARES!!!

E-mail: sosriosdobrasil@yahoo.com.br