Foto: Seca em SP - Luiz Carlos Murauskas/Folha ImagemO FUTURO PREFEITO DE SÃO PAULO E "A GUERRA DA ÁGUA"
A fartura de água no planeta Terra é enganadoramente aparente. Apenas 2,5% da massa líquida são compostos de água doce, e menos de 0,01%, de potável. Com o explosivo crescimento demográfico no século XX, a população triplicou nos últimos 70 anos, enquanto o consumo de água sextuplicou.
Cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável e 2,4 bilhões, a saneamento básico. Dos recursos hídricos disponíveis anualmente, 54% já são utilizados e, em 2025, poderemos estar usando 70%.
As previsões da ONU são de que nesse ano dois terços da Humanidade viverão em países sofrendo de escassez de água. Para atender às demandas de água potável e saneamento básico são necessários investimentos de US$ 23 bilhões por ano, mas apenas US$ 16 bilhões são investidos, abrindo espaço, segundo a Organização Mundial de Saúde, para a morte anual de 3,4 milhões de pessoas por doenças transmitidas pela água.
Acabar com o desperdício, o maior desafio das próximas décadas
O quadro anunciado de escassez mundial de água nas próximas décadas põe na ordem do dia uma questão básica: como aproveitar melhor os recursos hídricos em função do crescimento populacional acelerado. O melhor aproveitamento da água é um dos caminhos apontados para tentar desativar o que especialistas consideram uma bomba-relógio. (Flávio Henrique Lino)
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O futuro prefeito e a "guerra da água"
O futuro prefeito de São Paulo terá que enfrentar uma verdadeira "guerra da água" e terá que resolver no seu mandato um seríssimo problema que pouca gente conhece, inclusive muitos dos atuais candidatos à prefeitura da maior cidade brasileira.
Hoje a grande São Paulo consome uma quantidade de água muito acima daquela que a Bacia do Alto do Tietê pode dispor.
Em função disso e por força de um contrato de outorga da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que garante à metrópole paulistana o direito de retirar 31 mil litros de água por segundo da bacia vizinha (Sistema Cantareira), durante dez anos, a situação por enquanto está sob controle.
Acontece que o acordo vence em 2014 e até o final do mandato do futuro prefeito (2012) uma solução terá que ser encontrada e as obras necessárias iniciadas.
A Bacia Hidrográfica do Capivari-Jundiaí-Piracicaba (região da Grande Campinas), em função do seu crescimento e de suas necessidades poderá NÃO MAIS FORNECER os atuais 31 mil/litros/s para a capital paulista e região, quando cessar a atual outorga.
"A demanda dos 19 milhões de habitantes da Grande São Paulo é de 86 mil l/s, incluindo todas as fontes de água: superficiais, subterrâneas ou retiradas diretamente dos rios para uso industrial e agrícola. Mas a oferta natural de águas superficiais da Bacia do Alto Tietê é de apenas 20 mil l/s, de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos.
A Bacia do Piracicaba-Capivari-Jundiaí, que abriga a Grande Campinas, produz 43 mil l/s, para atender uma demanda de 40,8 mil l/s. Seria suficiente, se São Paulo não estivesse sugando outros 31 mil l/s do outro lado da serra.
"Não há dúvida de que existe um conflito pelo uso da água", diz o engenheiro Rui Brasil Assis, especialista da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado. "Não temos garantia de disponibilidade de água para o futuro."
A solução "a toque de caixa" (prefeitura, Estado e SABESP), visando suprir a água que a bacia vizinha poderá não dispor mais, passará pela busca de água em outras bacias, tais como a duplicação da capacidade da Estação de Tratamento de Água Taiaçupeba, em Suzano, de 5 mil para 10 mil l/s e a mais complicada, que é a transposição de 4,7 mil l/s do Rio Juquiá, da Bacia de Ribeira do Iguape, no litoral sul, representando ao final menos de 10 mil/l/s. Há também a idéia de trazer água da Represa de Barra Bonita (Bacia do Rio Paraná) mas a distância (280 Km) pode inviabilizar tal pretensão.
Uma coisa certa que o novo prefeito, com apoio do Estado e da SABESP, concessionária dos serviços de água e esgoto terá que enfrentar com muito vigor é a "guerra ao desperdício da água", que em São Paulo assume números astronômicos. "Na Grande São Paulo, 18% da água captada é perdida por vazamentos na rede da Sabesp. Isso equivale a 1 bilhão de litros/dia que, descontadas as perdas, seriam suficientes para abastecer 3,7 milhões de pessoas. "É uma Guarapiranga por dia que estamos jogando fora", diz Marussia Whately, coordenadora da Campanha de Olho nos Mananciais, do Instituto Socioambiental."
Há também a necessidade de um grande esforço de Educação Ambiental contra o desperdício junto à população, principalmente entre os escolares e comunidades. A prática do reuso da água e aproveitamento das águas de chuva nas empresas de grande e médio porte, no comércio, nos condomínios e conjuntos habitacionais, etc, deverá ser incentivada e se for o caso, até exigida por força de Lei. A prática do "uso racional da água" deixará de ser apenas uma figura de retórica e um discurso dos ambientalistas e educadores ambientais e deverá ser incorporada no dia a dia dos paulistanos e paulistas da Grande São Paulo e dos seus dirigentes, se não quiserem passar pelo desconforto "dos cortes programados" e a falta de água em suas residências e estabelecimentos industriais e comerciais.
FINALMENTE: OS RIOS DA GRANDE SÃO PAULO
Justiça seja feita, alguns esforços têm sido feitos através de projetos e programas que nos últimos anos foram implantados em São Paulo pela Prefeitura, Estado e concessionária SABESP, tais como: Córrego Limpo, Água Limpa, Despoluição do Rio Tietê, Plano Diretor de Macrodrenagem (DAEE), Piscinões, entre outros. Entretanto, a poluição que jogamos nos rios, ribeirões e córregos da Grande São Paulo também é muito grande e precisa de esforço hercúleo do novo Chefe do Executivo Paulista para solucioná-lo.
Dos 34 municípios da Bacia do Alto Tietê, 14 jogam 100% do esgoto diretamente nos rios - inclusive Guarulhos, com 1,2 milhão de habitantes. No total, só 42% dos efluentes produzidos na região metropolitana recebem algum tratamento. É urgente a necessidade de um novo modelo de gerenciamento dos recursos hídricos em São Paulo, como em todo o país. (Prof. Jarmuth Andrade - (ISOS Rios Br)
- Precisamos mudar essa visão da sociedade, de que a água é um recurso inesgotável e mostrar que seu uso nos últimos séculos não foi eficiente - diz o pesquisador Samuel Roiphe Barreto, da sucursal brasileira da ONG ambientalista WWF (e um dos grandes defensores do Rio Tietê), cujo Projeto de Conservação e Gestão de Água Doce visa a implantar um novo modelo de gerenciamento dos recursos hídricos do país, por parte das autoridades e incutir uma nova mentalidade na população.
Além de incentivar uma postura mais responsável da sociedade em relação ao uso da água, Barreto cobra também do poder público uma linha de atuação diferente da atual.
- Qualquer intervenção nos rios hoje no Brasil passa por obras de engenharia, enquanto na Europa, por exemplo, já estão "renaturalizado" os cursos d'água, deixando-os correr livremente. Queremos garantir o atendimento da demanda de água, mas mantendo ao mesmo tempo a integridade dos sistemas aquáticos. (Guerra da água no planeta)
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gostei muito da pesquisa que eu fiz axei tudo certinho
ResponderExcluireu axo q essa coisa de pessoas gastando agua á toa doi, quando eu desperdicio eu fiko com uma dor no coraçao q vcs nem sabem.
ResponderExcluirpor isso naun desperdissem...
bem o daee não fornece quem é o detentor da outorga de aguas que fornece a riviera de são lourenço, porque será?
ResponderExcluirdas duas uma , quem tem a concessão transferiu para terceiros , o que é contrario a lei, ou esta exercendo função que não lhe cabe , será que voces conseguem o documento de quem tem a outrga.
de olha na agua e na justiça