Blog ENCANTANDO O TEMPOhttp://www.veravilela.com/
Delícia de se ver
Pedrinhas cobrindo o fundo
Cascudos passeando
Entre os pés meninos
Juntando pedras maiores
Fazemos uma pequena represa
E matando a aula de educação física
Ganhamos um banho
No nosso “pequeno marzinho”
Brincadeira de criança
Jamais esquecida
Uma diversão sem igual
Refresco no calor
Tão pertinho de casa
Hoje, olhando o mesmo rio
Águas negras de esgoto
Cheiro ruim e ratos passeando
Dá uma dor no peito
E uma grande saudade
Vontade de ser mágica
E transformar com uma palavra
O negro e podre rio
Naquele, da minha infância
E mergulhar nas águas
Do doce Tamanduateí*.
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Atracadouro e lavadeiras às margens do Rio Tamanduateí, c. 1890.
Crédito: Marc Ferrez - SP 450 Anos
*Rio Tamanduateí
De 35 quilômetros de extensão, o Rio Tamanduateí (a palavra quer dizer "tamanduá grande" em tupi; os antigos sertanistas o chamavam de Rio Piratininga) nasce cristalino no município de Mauá, passa pelas cidades de Santo André e São Caetano, atravessa o centro de São Paulo, no Parque D. Pedro II, até desaguar no Rio Tietê, no bairro do Bom Retiro, em frente ao Palácio das Convenções do Anhembi.
O Tamanduateí era um rio bastante sinuoso que cumpriu importante papel na formação da cidade de São Paulo, permitindo a navegação até o Rio Tietê e facilitando a locomoção dos moradores e dos sitiantes que residiam nas vizinhanças.
Teodoro Sampaio escreve sobre a navegação no Tietê e no Tamanduateí no final do século XVI: "Embarcados na sua canoa o padre, o negociante, o fazendeiro, o simples homem do povo podiam atingir qualquer ponto da zona povoada em torno de São Paulo". LEIA MAIS
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
Vera Vilela abrindo o tema com chave de ouro, com este poema encantador sobre o Rio Tamanduateí e as alegrias das brincadeiras de crianças privilegiadas por conviverem assim tão proximamente com o rio limpinho e tranqüilo !
ResponderExcluirÉ por isso que precisamos nos empenhar, para que esta maravilha possa ser vivida pelas crianças do presente e do futuro !
A pesquisa do Professor Jarmuth está supimpa, com a foto e a história viva do Tamanduateí !
Parabéns aos dois !
Onde nasci não havia rio, mas havia a vontade mágica de transformar o pequeno riacho no fundo da casa no mais caudaloso rio, cheio de cardumes diversos e barcos navegando ao sabor do vento. Felizmente era só a magia da imaginação, senão seria hoje uma língua negra de esgoto tal qual o Rio Tamanduataí, que um dia atraiu tamanduás e aventureiros que fincaram uma cidade às suas margens.
ResponderExcluirBeijos e vamos à luta contra a matança dos nossos rios.
Tom
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns Vera,
ResponderExcluirpela sensibilidade, pela competência de descrever em poucos versos a beleza do Tamanduateí de sua infância....realmente deve ter sido fantástico!
Sabe Vera, a gente não precisa ser mágico para tranformar "o negro e podre rio" dos dias atuais, naquele rio lindo e maravilhoso de nossa infância....
Basta fazermos alguma coisa, com o estamos tentando fazer, divulgando o que estão fazendo com nossos cursos d' água nas cidades e usarmos "todas as nossas palavras", até mesmo o "verso & prosa" para sensibilizarmos as pessoas, os administradores, os políticos...
Vc quer rios mais poluídos do que os da Europa? Em pouco mais de 20 anos foram revitalizados e renaturalizados....
Basta vontade política para tal...
Continuemos nossa luta, usando de todas as tricheiras possíveis e principalmente NOSSAS FORTES PALAVRAS para salvar nossos agonizantes rios do Brasil....
Como diz muito sabiamente o TOM DO JUNCO: "vamos à luta contra a matança dos nossos rios"!
Prof. Jarmuth/Equipe ISOSRiosBr
Lindo Rio da infância e da saudade!Que a tua poesia seja mais uma trincheira de luta pelo direito à vida dos nossos rios.Um abração, Vera! Parabéns ao Prof. Jarmuth e sua equipe pela iniciativa corajosa e necessária em tempos de silenciamento conivente.Deus os proteja!
ResponderExcluirObrigado Edna!
ResponderExcluirAguardamos a sua contribuição falando do Rio da Sua Infância.
Abrçs
Prof. Jarmuth