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27 de maio de 2013

TRANSPORTE E GERAÇÃO DE ENERGIA NO RIO TIETÊ PREJUDICADOS PELO ASSOREAMENTO



Assoreamento prejudica transporte e afeta 




 



geração de energia no Tietê


 

A diminuição na profundidade do rio já está afetando a passagem das barcaças.

Por Andréia Fuzinelli
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, 25 de maio (Folhapress) - O assoreamento no rio Tietê, em Barra Bonita (267 km de SP), pode paralisar o transporte na hidrovia mais importante do país, a Tietê-Paraná, responsável pelo escoamento de mais de 6 milhões de toneladas de grãos. 
A paralisação do transporte é apontada por pesquisa da Unicamp (Universidade de Campinas). Segundo o mesmo estudo, a geração de energia também pode ser afetada. 
Desenvolvida desde 2010, a pesquisa detectou que, no trecho que compreende o reservatório da usina de Barra Bonita (267 km de São Paulo), a profundidade do rio já diminuiu 12 metros em menos de cinco anos. 
Segundo o orientador da pesquisa e professor de engenharia da Unicamp, Tiago Zenker Gireli, o local onde está o assoreamento é conhecido como área de volume útil. Lá, a água é acumulada, o que favorece a geração de energia.
"Com o assoreamento, essa parte do reservatório perde a capacidade de armazenar água, e consequentemente, gera menos energia", disse Gireli, que é engenheiro civil e eletricista. 
A diminuição na profundidade do rio já está afetando a passagem das barcaças. De acordo com o departamento hidroviário do Estado, a capacidade de cada barcaça era de quatro chapas. Agora, carregam apenas uma de cada vez.
"A quantidade de grãos escoada não diminuiu porque as barcaças estão fazendo maior número de viagens. Mas o custo aumentou", disse Casemiro Tercio, diretor do departamento hidroviário de São Paulo, vinculado à Secretaria de Estado dos Transportes. 
O assoreamento é resultado de substâncias domésticas, industriais e da construção civil trazidas pelo rio. Por ser um lago, a velocidade da água diminui ao chegar no reservatório, assim os sedimentos se acumulam no fundo. Barra Bonita é a primeira das cinco barragens do Rio Tietê, em São Paulo. 
Por isso, recebe o maior número de depósitos de sedimentos. O projeto do governo prevê a dragagem desse depósito que está no fundo do rio, tornando o trecho mais raso. 
Para o pesquisador da Unicamp, esse trabalho é um risco para o ambiente. "São lixo e metais pesados que estão no fundo do rio há pelo menos dez anos, parados. Mexer nisso, pode poluir a água", afirmou Gireli.
Segundo ele, além desse problema, a dragagem é uma solução paliativa. "Daqui a dois anos, será necessária uma nova limpeza."
A profundidade mínima exigida na hidrovia é três metros. "Nesse trecho [Barra Bonita], a hidrovia só funciona de forma plena seis meses por ano, na época das chuvas, e a tendência é que isso piore com o aumento do assoreamento", afirmou Gireli.
Em comparação com o transporte rodoviário, a hidrovia otimiza custos. Um comboio de quatro chapas pode transportar o equivalente a 180 caminhões.
 
Investimento
Uma obra de R$ 20 milhões que espera uma licença ambiental para começar deve resolver o problema do assoreamento na barragem de Barra Bonita, segundo Casemiro Tercio, diretor do departamento.
"Esse investimento prevê desassorear totalmente o reservatório de Barra Bonita e fazer um trabalho de manutenção, uma prevenção antes que o assoreamento recomece", disse o diretor. 
A licitação deve ser lançada ainda neste mês. Se a licença ambiental for concedida, a obra começa no segundo semestre.
O assoreamento, segundo o diretor, foi percebido em 2009, quando os técnicos começaram a dimensionar o problema e projetar a solução. "De 2009 até agora o volume de assoreamento já foi multiplicado por dois", disse.
São três trechos na barragem, chamados de Botucatu, Anhembi e Concha.
As obras de desassoreamento começarão, segundo o departamento 
hidroviário, no segundo semestre, no Anhembi, o mais prejudicado. Projetos para Botucatu e Conchas já estão sendo elaborados com orçamento de R$ 2,5 milhões. 
A alternativa que está sendo testada agora pelos pesquisadores da Unicamp é diminuir o assoreamento futuro, evitando que não aconteça dentro do canal de navegação.
"Os sedimentos ficariam às margens do canal. A limpeza poderia ser feita com uma retroescavadeira, das margens do rio, sem a necessidade de embarcações flutuantes", disse o pesquisador.
Segundo ele, essa limpeza tem custos menores que a feita atualmente, e vida útil maior. "Poderia ser repetida de 15 em 15 anos", disse.
http://www.diariodeguarapuava.com.br

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