Órgão do governo de SP diz que surtos da dengue não vão terminar
Apesar da contínua campanha de combate à dengue, com esforços dos agentes de saúde e da população em geral, os surtos da doença não vão terminar. A afirmação é de Affonso Viviani, superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), órgão ligado ao governo de São Paulo.
Em 2010, diversos Estados brasileiros, entre eles São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, vivem um novo surto da doença. O último surto verificado em São Paulo ocorreu em 2007. De acordo com dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, foram notificados 69.971 casos nos quatro primeiros meses de 2010. O número é 14 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2009, quando ocorreram 4.923 casos. No primeiro trimestre deste ano, o aumento registrado foi de 22 vezes com relação ao ano anterior.
Segundo Viviani, o objetivo das campanhas públicas é manter a infestação em níveis que eliminem o risco de epidemia. O estado de epidemia se instala, de acordo com o Ministério da Saúde, quando um local tem 300 casos para cada 100 mil habitantes. Em São Paulo, seis municípios chegaram a declarar epidemia em 2010: Praia Grande, Guarujá, Santos, São Vicente, Cubatão e Campinas (este último adotou critérios diferentes para declarar epidemia).
Contudo, o superintendente da Sucen afirma que, periodicamente, surgem condições para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. “Com as ações [públicas], você pode interferir no fenômeno para reduzir a força e a ocorrência da dengue, impedindo que muitas epidemias aconteçam. Mas você não consegue evitar todas. Existem situações muito específicas.”
Tais situações são o calor e o aumento das chuvas, no verão, além de outras já conhecidas pelos brasileiros, como os terrenos baldios, caixas d’água abertas, calhas, casas fechadas, entre outras. “[O aumento de casos] dá um falso entendimento de que a população ou as prefeituras não colaboram, mas não é isso o que ocorre. Só que, no caso da dengue, as medidas não têm sido suficientes.”
O infectologista da USP (Universidade de São Paulo) e diretor técnico do serviço de moléstias infecciosas do HC (Hospital das Clínicas), Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, confirma que não é possível apontar culpados para o aumento de infectados. Segundo ele, é uma característica da dengue variar anos com maior ou menor frequência de casos.
Essa variação está associada ao número de pessoas suscetíveis (não imunes) à doença. Isso se explica pelo fato de existirem quatro tipos de vírus da dengue circulando. As pessoas que já se infectaram com um dos tipos de dengue tornam-se imunes a esse tipo, mas ficam suscetíveis aos demais. Além disso, quando um tipo de vírus atinge uma região e retorna anos depois, ele vai infectar as pessoas que não estavam na região durante a primeira infestação, que são, em geral, os mais jovens ou novos moradores.
Apesar dessa característica da dengue, Araújo afirma que a maneira eficaz de combater o vírus é fazer o controle do vetor (o mosquito), o que é muito difícil no país, por causa das características climáticas e das condições que favorecem a proliferação do mosquito.
- Conter os surtos é praticamente impossível, a menos que se tenha uma vacina eficaz ou medidas de controle e ambientais mais eficazes, o que não acontece no Brasil.
Diante dessa impossibilidade, Araújo afirma que a alternativa é dar melhor assistência às pessoas que contraem a dengue, mas, para isso, ele diz que faltam investimentos em diagnóstico e monitoramento.
“A política publica é inadequada porque você depende de confirmação diagnóstica. A rede publica de saúde não consegue fazer [os exames] com rapidez. E o principal aspecto está no primeiro ato, que é a notificação. Há uma grande subnotificação dos casos de dengue.”
O Ministério da Saúde disponibilizou, como Teto Financeiro de Vigilância em Saúde (TFVS), a quantia de R$ 1,02 bilhões para todo o ano de 2010. O valor é repassado a Estados e municípios para o combate de diversas doenças, em especial as de notificação obrigatória, como meningite, malária, doença de chagas, febre amarela e dengue. Segundo a pasta, não é possível precisar o quanto foi efetivamente gasto no combate à dengue, já que a aplicação dos recursos fica a critério de cada Estado e município, conforme o cenário local.
Além dessa quantia, mais R$ 55 milhões serão investidos no combate à dengue, que se traduz no envio de inseticidas, medicamentos, equipamentos, veículos de fumacê, campanhas publicitárias, entre outros. (Fonte: Diego Junqueira/ R7)
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