II FÓRUM ÁFRICA BRASIL - BAHIA PELA SUSTENTABILIDADE DAS ÁGUAS

Dia da África é pautado pela distribuição de água de qualidade no

II Fórum África Brasil - Bahia pela Sustentabilidade das Águas

Compartilhar água é compartilhar desenvolvimento da nação. Garantir a distribuição de água qualificada e em quantidade mínima humana é um direito de qualquer cidadão. Estas duas bandeiras foram defendidas, no início da noite desta terça-feira (25), durante a abertura do “II Fórum África Brasil-Bahia pela Sustentabilidade das Águas”. Cerca de 100 dirigentes, técnicos estaduais e federais, além de representantes de cinco países de língua oficial portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – participaram do evento bienal que acontece até esta quinta-feira (27) no Catussaba Resort Hotel.

Promovido pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), autarquia da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o objetivo do encontro é construir alternativas mais eficazes para a gestão das águas, principalmente, no acesso universal da água através de cooperação técnica entre os países. “A necessidade e a oportunidade de compartilhar políticas da gestão das águas, um bem público e vital pra todos os povos, alavancam e permitem que essas experiências sejam como vias de mão dupla, respeitando o processo de cultura de cada nação. E o objetivo desse fórum é justamente esse, compartilhar as tecnologias de gestão das águas desenvolvidas pelo governo do Estado”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Eugênio Spengler.

“Nestes dois dias, certamente teremos exaustivas discussões para sairmos daqui consolidados nas resoluções colocadas nos termos da cooperação Sul-Sul. Será uma oportunidade de partilhar experiências, bem como do ponto de vista técnico, mas também encontrarmos formas de racionalização do uso dos recursos hídricos”, completou o coordenador do Programa de Cooperação Técnica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o angolano Luz Dubreuil – também dirigente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

De acordo com o diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), Dalvino Troccoli Franca, o compromisso das Nações Unidas é ter água de qualidade e quantidade mínima para a população. “Não podemos arredar o pé e, se for preciso, esgotar todos os instrumentos de política para que a população da África tenha no mínimo 20 litros de água per capta por dia. E estamos procurando para a consolidação deste propósito, respeitando os valores culturais de cada povo, de cada país”.

Gestão democrática e inclusiva

O acesso à água de qualidade é fundamental na prevenção de inúmeras doenças “e mortes evitáveis, em especial, as mortes infantis” foi lembrado pelo representante no Brasil da Unfpa (Fundo de População das Nações Unidas) – organismo da ONU responsável por questões populacionais –, Herold Robson. Segundo ele, o acesso universal à água de qualidade só poderá ocorrer plenamente com uma gestão democrática, participativa e inclusiva dos recursos hídricos, respeitando os limites da natureza e buscando garantir com justiça o acesso a todos. “Esse princípio norteia a parceria entre o INGÁ e o Unfpa que busca estabelecer a conexão entre dimensões ambientais e humanas, mobilizar a articulação entre diferentes sujeitos políticos e ligar cultura, tradição e desenvolvimento.

Herold Robson explica que o Unfpa trabalha em conjunto para a consolidação da política estadual de recursos hídricos da Bahia e para a promoção do desenvolvimento equitativa e sustentável, com foco na redução da pobreza e das desigualdades sócio-regionais, gênero, étnicas e raciais, numa perspectiva de direitos humanos. “Esperamos que esta experiência contribua por meio da cooperação Sul-sul e que possa ampliar o foco da gestão dos recursos hídricos, incorporando a dimensão humana”.

Durante o evento, foi lançado o terceiro livro da série “Texto Água e Ambiente – Justiça pelas águas: cultura, territorialidade e sustentabilidade”. A publicação apresenta artigos inéditos escritos por representantes e servidores que discutem temas como “Justiça ambiental pelas águas”, “Combate ao racismo ambiental”, “A saúde e água”, “Direitos humanos e a água”, “Cultura da Água” e “Territorialidade dos povos”. Entre os artigos selecionados estão “O papel do controle público na democratização da gestão pública”, do ex-diretor-geral do INGÁ, o professor Júlio Rocha, e “A Importância das fontes na formação da cidade de Salvador”, de Maria Luiza Ridner. O II Fórum segue até esta quinta-feira (27) no Catussaba, em Stella Maris, e é aberto ao público.

Mais informações

Ascom INGÁ

Patrícia Santana, Brenda Medeiros, Raiane Veríssimo

(71) 3115-3286/3042/3024

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