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19 de maio de 2010

Garimpeiros são detidos na área Yanomami


Rio em tom de vermelho, contaminado por mercúrio devido à garimpagem
ilegal na área yanomami
(Foto: Divulgação)


WILLAME SOUSA

O Exército Brasileiro apreendeu 11 pessoas suspeitas de praticar garimpagem na terra indígena Yanomami. Os oito homens e três mulheres estavam em uma região localizada a 60 quilômetros ao sul da serra do Parima, próximo ao rio Couto de Magalhães, próximo à fronteira com a Venezuela. As informações foram repassadas no início da noite de ontem, pelo Exército e confirmadas pela Polícia Federal (PF), por volta das 20h.

A Folha tentou obter informações sobre o nome dos garimpeiros e detalhes da apreensão das pessoas. No entanto, o superintendente em exercício da PF em Roraima, delegado Alexandre Ramagem, explicou que só poderá passar mais informações após a conclusão do procedimento, que se estenderia pela madrugada. A assessoria acrescentou que, ainda na noite de domingo, todos os acusados seriam ouvidos e, só após isto, será possível detalhar a situação. A perspectiva é que hoje sejam fornecidos outros informes a respeito do assunto.


Assim como pistas clandestinas, localizadas longe das aldeias

O Exército informou, em nota, que as pessoas foram encontradas em 10 de maio deste mês. Como o grupo estava armado e portando material típico de garimpo, foi conduzido até o posto da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na maloca Paapiú. Deste local, foram removidos para o Pelotão Especial de Fronteira de Surucucu, onde ficaram aguardando a remoção para Boa Vista, por via aérea.

Internautas da Folha já haviam enviado e-mails informando que havia garimpeiros aprendidos na área Yanomami. Familiares demonstravam preocupação quanto ao retorno demorado destas pessoas. “O Exército apreendeu muitos garimpeiros em um garimpo que fica em Surucucu, e uma mulher que está lá é minha mãe. Eles estão na mata, esperando um avião ir buscá-los. Só o Exército está ciente disso. Fiquei sabendo disso por meio de um deles [garimpeiro] que conseguiu fugir e está em Boa Vista. Queria saber se é certo eles ficarem nas mãos do Exército por mais de sete dias na mata”, disse o rapaz, que pediu para não ser identificado.

Outra fonte afirmou também por e-mail que um dos garimpeiros estava com problemas de saúde, pois a pressão arterial dele subiu e não havia medicamentos nem estrutura adequada para o tratamento no local onde aguardavam o retorno à capital.

Conforme o Exército, a condução de civis até Boa Vista foi prejudicada pelas fortes chuvas que atingiram Roraima durante esta semana. Apenas na tarde de ontem foi possível trazê-los de avião para a capital e encaminhá-los à Superintendência da PF. “Durante todo o trajeto, os civis foram mantidos em segurança, alimentados, medicados e hospedados pelo Exército. Todos passam bem”, garantiu o Exército, em nota, contrariando as informações dos internautas.

Funasa solicitou providências à PF quanto à garimpagem na reserva


A Folha apurou que, há cerca de dois meses, a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) fotografou e filmou a atividade garimpeira na região de Catrimani, na terra indígena Yanomami. Na ocasião, foram feitas imagens e produzidos vídeos de duas balsas no rio Catrimani. As pistas clandestinas, que não são usadas pela instituição, também foram registradas em máquinas fotográficas.

Porém, a imagem que mais chama a atenção é a que retrata um rio com tonalidade avermelhada, o que indica o uso de mercúrio. No mesmo sobrevoo feito pela Funasa, foram constatados desvios de pequenos riachos pelos garimpeiros, onde instalam os equipamentos de dragagem. Eles também fazem o garimpo nos rios, praticando mergulho para obtenção de ouro.

Ainda conforme informações levantadas pela Folha, o objetivo da Funasa era desencadear uma operação para retirá-los, pois a presença dos garimpeiros estava colaborando para o aumento de casos de malária entre os índios. Todo o material coletado pela instituição foi encaminhado à Polícia Federal, inclusive com as coordenadas geográficas exatas do local onde eles estavam.

Há informações também de que existem outros garimpeiros na área, algo que pode ser deduzido pelos locais distintos onde foram verificados os garimpeiros. A Funasa fez registros deles na região do Catrimani. O Exército encontrou os 11 garimpeiros detidos na PF nas proximidades da serra do Parima.

PF afirma que desconhece outros garimpos e promete operação ainda neste semestre


A Polícia Federal (PF) negou que tenha conhecimento da existência de outros garimpeiros na terra indígena Yanomami. Conforme informações extraoficiais, haveria cerca de dois mil garimpeiros atuando na região. É importante lembrar que a atividade em terras indígenas é proibida pela Constituição Federal. A PF explicou, na noite de ontem, que, até o final deste semestre, será realizada uma megaoperação para retirar possíveis intrusos.

A assessoria de comunicação lembrou que, em outubro de 2009, foi realizada uma operação e, no começo deste ano, foi feita outra. “Ainda não sabemos como será a próxima operação. É preciso que tenhamos um levantamento e logística para iniciarmos. Não sabemos se virão policiais de outros estados”, acrescentou a assessoria, por telefone, na noite de ontem.

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