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23 de setembro de 2011

RESPOSTAS SUSTENTÁVEIS DA SIEMENS E OS DESAFIOS DA ÁGUA


Os desafios da água

A água é o símbolo da vida. Cobre 71% da superfície terrestre e compõe mais de dois terços do corpo humano. Seja no banheiro, na cozinha, no lazer, nos sistemas de transporte ou nas usinas hidrelétricas, a água está presente em quase todas as atividades humanas. 
O planeta Terra, que garante o suprimento desse bem vital, assim como nós humanos, precisa de seu pleno fornecimento para manter-se saudável e garantir o equilíbrio do clima e dos ecossistemas naturais. A questão é que esse bem tem se tornado cada vez mais raro, e tem agravado as já acirradas divisões sociais existentes em nossas sociedades. 
Hoje o mundo já é dividido entre os que tem acesso e os que não tem acesso à água potável. Calcula-se que 2,2 bilhões de habitantes, quase um terço da humanidade, sofra com a falta dela atualmente. Em 20 anos, serão 3,9 bilhões. Segundo a ONU, esse cenário pode se transformar em motivo de violência e guerra.
O desequilíbrio na oferta de água potável é deflagrado ao constatarmos a sua disponibilidade na natureza: quase 97,5% da água que cobre a superfície da Terra é salgada. 
A quantidade de água doce estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, representa apenas 0,3% do total de água no planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aqüíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo. Esse desequilíbrio passa também pela geografia física e segue pela economia. 
Alguns países têm muito mais água do que sua população necessita. É o caso do Brasil, que sozinho concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios. Outros são situados em regiões extremamente secas, como o norte da África, o Oriente Médio e o norte da China.

Foto: Arsenie Coseac 
O cenário é crítico: toda a humanidade, e boa parte da fauna e flora, dependem de uma fração muito pequena de toda a água disponível no planeta para sobreviver. Na teoria, a água doce e potável, assim como qualquer outro recurso, não deveria se esgotar. 
Todos aprendemos no colégio que o ciclo de renovação da água é eterno, e o volume de lagos, rios e lençóis freáticos é renovado constantemente, por meio das chuvas, causadas pela evaporação dos mares. No entanto, o ritmo com que exploramos os recursos hídricos é muito mais acelerado do que o tempo necessário para essa renovação natural.
Além desse descompasso no ritmo de exploração, a gestão de águas residuárias (efluentes de um sistema de esgoto residencial ou municipal) é ineficiente ou inexistente em grande parte das cidades no mundo – sejam elas de pequeno, médio ou grande porte – contribuindo para um ciclo vicioso de esgotamento da água potável e de adoecimento da população. 
A ligação entre saúde pública, água limpa e saneamento básico é clara: o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) estima que a ausência destes serviços resulte em cerca de metade do mundo em desenvolvimento sofrer de problemas de saúde a qualquer momento, além de ser responsável pela morte de 1,8 milhão de crianças todos os anos, somente com diarréia. A prova concreta de que um símbolo da vida pode, quando mal gerido, virar um símbolo de doenças e mortes.
Mas calma! Nem tudo está perdido. O Desafio da Água no século XXI é grande, e precisa de esforços conjuntos que aliem tecnologia e educação visando equacionar esse desequilíbrio formado por escassez, desperdício e poluição. Diversas ações individuais e coletivas já estão sendo postas em prática no mundo para tentar minimizar – e quem sabe resolver – esses desafios. 
Cada um de nós é peça fundamental nessa equação, e precisamos cada vez mais trabalhar o pensamento holístico, que nos ensina que não adianta construir mais hospitais se não cuidarmos do esgoto, e que não adianta construir mais hidrelétricas se não contermos o desperdício.
Assista a este belo vídeo, que retrata uma instalação-protesto, realizada por ocasião do Dia Mundial da Água, instalada no coração de Paris. Uma forma criativa de falar sobre um problema tão preocupante:

Artigo escrito por Thiago Maia - Respostassustentaveis/blog



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