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15 de setembro de 2009

SEMANA DE MOBILIZAÇÃO CONTRA OS MONOCULTIVOS DE ÁRVORES


Na próxima segunda-feira (21/09-dia da árvore) é o dia internacional de luta contra os monocultivos de árvores.

Como tal temática é uma das bandeiras de luta ecológica, desse coletivo,pautaremos a luta contra o avanço dos desertos verdes, seja no Pampa, seja nos demais Biomas brasileiros.


Fonte: ONG CEA - CENTRO DE ESTUDOS AMBIENTAIS




AMIGOS DA TERRA

QUARTA TEMÁTICA
A militância ambientalista resiste ao avanço da silvicultura

Como parte das atividades da semana de luta contra o monocultivo de árvores, cuja celebração culmina no dia 21 de setembro, os Amigos da Terra/Brasil elegeram como tema da Quarta Temática desta semana “O processo de implantação da silvicultura no Rio Grande do Sul”.


A professora e vice-presidente do NAT, Maria da Conceição Carrion, apresentou uma linha do tempo com os principais eventos do processo de implantação da celulose no Rio Grande do Sul e a luta de resistência dos ambientalistas. Conforme explicou, foi a partir de 2004 que começou a distribuição de notícias através da imprensa. E, já em maio de 2005 o NAT realizou o I Seminário sobre “Os impactos da expansão das áreas com monocultura de árvores no RS”.


Ela conta que desde aquela época se buscavam informações sobre o projeto de implantação da silvicultura nos governos, tanto federal quanto estadual, com muitas dificuldades de se obter resposta. Mas, enquanto isso, os técnicos da Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente, a Fepam, eram pressionados para entregar o Zoneamento Ambiental da Silvicultura, o ZAS, documento que determinaria os limites de plantio no Estado.


Ainda em 2006, as ONGs ambientalistas protocolaram uma denúncia no Ministério Público de Brasília sobre a compra de terras por uma empresa estrangeira dentro da Faixa de Fronteira. Propostas de Emenda Constitucional, PECs, que prevêem redução da Faixa de Fronteira de 150 km para 50 km, tramitam no Congresso Nacional, o que seria para favorecer a aquisição de terras por estrangeiros que pretendem ampliar o monocultivo de árvores no Bioma Pampa.

Finalmente em abril de 2007 o ZAS é entregue ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, o Consema, e passa a ser considerado como documento oficial. Os Amigos da Terra, mais uma vez, se movimentam e entregam uma carta de apoio ao documento elaborado pelos técnicos da Fepam, assinada por profissionais da área científica.


A Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, a Apedema, que reúne ONGs como o NAT, solicita à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, a Sema, a realização de uma audiência pública sobre o ZAS, no que não é atendida. O NAT não desiste e realiza em Pelotas o I Seminário Internacional “Pampa e sustentabilidade: em busca de opções produtivas” em maio de 2007.

Em 2008, o relatório do ZAS foi debatido no Consema e sofreu uma aprovação em abril com a retirada das restrições quantitativas por Unidade de Paisagem Natural, as UPNs. Mas, no início de agosto, devido uma ordem judicial o ZAS retornou ao mesmo Consema e, atualmente, se encontra em discussão da Câmara Técnica da Biodiversidade. E, para quem achava que os ambientalistas estavam superados, está aí o Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, o MoDDMA, que periodicamente, reúne pessoas de diversos setores da sociedade para discutir temas em torno da democracia e justiça social.

Por que o Pampa?

A ambientalista Conceição acredita que a escolha do Bioma Pampa para a implantação de monocultivo de árvores não é por acaso: a oferta de água, sol e solo é o bastante para o sustento dos eucaliptos, inclusive, a área do Aqüífero Guarani está visada, até porque, países como Argentina e Uruguai já têm estas monoculturas implantadas. Neste sentido, ela aponta a questão geopolítica da escolha das empresas estrangeiras. “Aqui na América Latina temos a IIRSA, que é um programa de infra-estrutura regional sul-americana, que pretende integrar a América de acordo com as suas potencialidades nas áreas de transporte, comunicação e energia.


No Brasil, este programa se manifesta através do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal,” disse. E temos que lembrar que os bancos que financiam estes projetos são bancos estatais, públicos, que deveriam ter um maior compromisso com o trabalhador, como é o caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES.

Identidade do gaúcho

Quem freqüentou a escola sabe que a identidade do gaúcho está diretamente ligada ao Pampa, aos hábitos e costumes herdados dos indígenas, do homem do campo, das estâncias. A atividade tradicional é a pecuária até pela característica da região. Estudos apontam a rica biodiversidade – que não tem a ver com nenhum outro bioma brasileiro como a Mata Atlântica ou o Cerrado. É possível suspeitar que não daria um bom resultado a introdução de uma única cultura e exótica. Para onde vai a biodiversidade? Será que ainda poderemos manter a cultura gaúcha, tendo o seu esteio totalmente alterado nas suas características?

Estratégias de sedução

Quando a esmola é demais, só o gaúcho não desconfia. Maria da Conceição enumerou uma série de estratégias que as empresas da celulose têm utilizado para convencer os sul-riograndenses das boas intenções do seu negócio. “Pagam viagens de avião e hospedagem em hotéis a jornalistas, financiam candidatos políticos, patrocinam eventos, e agora tem até uma novela que mostra o trabalho numa fábrica de celulose,” citou. E, não esqueceu de enfatizar que o discurso da geração de emprego é uma falácia.


Segundo dados que obteve, a monocultura de árvores pode gerar um posto de trabalho para cada 185 hectares, sendo que na agricultura familiar toda família trabalha. Finalmente, ela apontou os impactos negativos deste tipo de produção: concentração de terra, aumento latifúndio, expansão da monocultura e redução da biodiversidade, crescimento do êxodo rural e inchamento das periferias das cidades, exclusão social, eliminação da agricultura de subsistência, geração de pouco emprego, especulação do preço da terra, dependência do País em relação ao mercado externo, escassez dos recursos hídricos.

Eliege Fante DRT/RS 10.164
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