Estado investiu apenas 16,8% do
previsto de recursos próprios no
saneamento em 2013
O governo tinha a previsão de investir R$ 759,4 milhões em água e esgoto, mas só repassou R$ 132 milhões à Secretaria de Obras e à Cedae
Por Emauel Alencar / Waleska Borges
RIO - A falta d’água que vem irritando cariocas neste verão, somada às desagradáveis surpresas nas praias, em forma de espumas e colorações avermelhadas provocadas por algas, pode também ser explicada pela morosidade na aplicação de recursos em saneamento no Rio.
— Esse dado reflete a perda brutal de água, que é bem mais acentuada no Rio do que em outros estados do Sudeste. Essa situação limita o desempenho financeiro da Cedae e ajuda a explicar a falta de investimentos — destaca o economista Rudinei Toneto Júnior, professor da USP de Ribeirão Preto e autor de estudos sobre saneamento para o Instituto Trata Brasil.
Problemas recorrentes
— Pago minha contas e estou sem água desde o dia 6 de novembro, mas a conta de R$ 249 já chegou. Minha família é obrigada a passar os dias na minha sogra — reclama Adriano, que tomou uma decisão radical. — Não vou pagar mais a conta.
A situação não é diferente para os moradores da Rua Ierê, em Vicente de Carvalho. A aposentada Maria Célia Gomes, de 63 anos, já fez um estoque de 12 baldes em casa. Ela conta que tem em casa um bebê de nove meses.
— Preciso ficar acordada até as 3h, quando a água começa a aparecer. Às 6h, já não cai nem mais uma gota. Já estou com esse problema há 15 dias — contou Maria Célia.
Em nota, a Secretaria estadual de Obras informou que o estado gastou R$ 327 milhões em obras de saneamento em 2013, dinheiro de recursos próprios e do governo federal. O órgão, no entanto, não detalhou em quais programas essa verba foi aplicada. Já a Cedae, cujo orçamento previsto para este ano é de R$ 5 bilhões, informou que os projetos de ampliação e modernização das redes de abastecimento de água já em curso e os que começarão em 2014 somam mais de R$ 2 bilhões.
A Secretaria estadual do Ambiente marcou para 11 de fevereiro a nova licitação para as obras de revitalização e recuperação ambiental das lagoas de Jacarepaguá. O secretário Carlos Minc cancelou o processo em julho do ano passado, depois de uma reportagem na revista “Época” ter levantado suspeita de fraude na licitação.
Fonte: Agência O Globo.
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