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13 de maio de 2010

BARRAGENS DE RAICHO SECO E PEDRA BRANCA VIRARAM SINÔNIMO DE EXPULSÃO E MORTE


Barragens: Exemplo negativo está na região

Barragem que era esperança de desenvolvimento virou sinônimo de expulsão e morte

27/04/2010

Patrícia Benvenuti
de Curaçá (BA)

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/exemplo-negativo-esta-na-regiao/

A educadora popular Maria do Socorro Alves, de 51 anos, volta no tempo quando sente a apreensão das comunidades que serão atingidas pelas hidrelétricas de Riacho Seco e Pedra Branca, no submédio do rio São Francisco.



Ela tinha 15 anos quando, nos anos 1970, sua família foi removida do município de Casa Nova (BA) para a construção da usina de Sobradinho, no mesmo rio. Na época, o então governo militar divulgou que o empreendimento acarretaria a saída de oito mil pessoas da área, mas que todas seriam amparadas em programas de reforma agrária.


Engano

A família de Maria do Socorro foi para uma agrovila do município de Bom Jesus da Lapa, mas logo constatou que o local era bem diferente do que havia sido prometido.
“Quando chegamos lá, não tinha comida, roça preparada, água tratada, escola e nem acesso médico. A gente passou até fome. Teve uma agrovila em que, em uma semana, morreram 12 crianças desnutridash, afirma.


A educadora popular lembra ainda que houve mortes relacionadas à água, que continha calcário. "Não tinha organismo que conseguisse sobreviver àquela água salgada. E tem gente que até hoje está morrendo porque nunca resolveram o problema".


Em vez de oito mil pessoas, a barragem expulsou cerca de 70 mil, que lutam, até hoje, para receber as indenizações.


Resistência

Maria do Socorro lamenta que, na época, não houvesse entidades que orientassem a mobilização das comunidades. Mesmo assim, houve pessoas que resistiram até o final contra o alagamento.



"Muitos idosos resistiram. Na hora em que a barragem ia avançando, eles estavam em cima do telhado das casas, sem querer sair. Tinha que ir de barco até o encontro dessas pessoas para tirá-las dali. Teve gente que morreu em seguida porque não tinha, psicologicamente, mais condição de viver”, conta. O desfecho do projeto de Sobradinho, para Maria do Socorro, teria sido diferente com a organização existente hoje nas comunidades.

Se não se pode mudar seu final, pelo menos que o caso sirva como exemplo. “Foi a destruição da nossa vida e da nossa cultura. Por isso, eu não acredito que nenhum projeto de barragem vai gerar dignidade e vida. Não, vai gerar sempre morte”, assegura.

Colaboração enviada por João Suassuna
Rema Atlântico 12/05/2010

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