MPF mede área que será alagada pela hidrelétrica de Belo Monte
Fonte: Jornal da Energia
Professores de engenharia ligados à Universidade Federal do Pará (UFPA) fizeram na última semana, a pedido do Ministério Público Federal no Estado, medições no município de Altamira. O objetivo é determinar quais áreas da cidade estarão passíveis de inundação na época de cheia do rio Xingu caso a hidrelétrica de Belo Monte seja construída.
O trabalho faz parte de uma das investigações do MPF sobre o projeto e, segundo o órgão, foi necessário pela falta de diálogo dos empreendedores com a população possivelmente afetada e por causa de dúvidas que permanecem sobre os dados apresentados nos estudos de impacto ambiental.
A população das áreas mais baixas da cidade se queixa ao MPF que nenhuma medida foi tomada, nem informação distribuída, sobre o deslocamento da população atingida ou indenizações, como está expressamente previsto na licença prévia concedida pelo Ibama para o empreendimento.
De acordo com o EIA de Belo Monte, cerca de 16 mil pessoas seriam deslocadas para a construção da hidrelétrica. De acordo com o MPF, professores de universidades brasileiras que analisaram criticamente as informações questionam os métodos do levantamento e acreditam em subdimensionamento. O órgão afirma que vai apurar a questão e deve, com base nas informações da UFPA, acompanhar de perto os impactos aos moradores.
O trabalho dos professores André Montenegro, Andréia Conduru e Júlio Aguiar é um levantamento topográfico planialtimétrico que vai materializar, no núcleo urbano de Altamira, pontos na cota 100 - a 100 metros de altitude em relação ao nível do mar, limite abaixo do qual, segundo o projeto de Belo Monte, poderá haver inundação.
Os especialistas foram até o cais de arrimo de Altamira, juntamente com representantes de movimentos sociais e o procurador da República Cláudio Terre do Amaral, para marcar um ponto de cota 100 como referência para a continuidade do trabalho. A partir dele, o MPF pretende fazer um levantamento cadastral e mapear os imóveis inseridos abaixo de 100 metros, passíveis de inundação.
A referência para o trabalho dos especialistas é um marco geodésico que o IBGE implantou em Altamira no ano passado e foi homologado internacionalmente este ano. Um marco desse tipo define com exatidão a altitude e as coordenadas do ponto onde está instalado, emitindo sinais para aparelhos de GPS e servindo de referência para medição de altitude no terreno próximo.
O marco está localizado dentro do quartel do 51º Batalhão de Infantaria de Selva, precisamente na cota 186,26 e, a partir dele, os engenheiros da UFPA puderam determinar vários pontos em Altamira que estão na cota 100 ou abaixo e que poderão ser, em caso de construção de Belo Monte, alagados.
A soleira da Catedral da cidade, por exemplo, está localizada na cota 101,433. Já a Casa do Índio, em frente ao cais de arrimo da cidade, está na cota 99,052, passível de alagamento com a construção da barragem.
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