Represa Guarapiranga - Foto Márcio Fernandes da Internet
Braço do Guarapiranga é esgoto puro
Em 5 anos, peixes do Rio Embu-Mirim deram lugar a um mar de lixo; Sabesp deve investir R$ 43 milhões até 2012 - Represa Guarapiranga abastece 3,8 milhões de pessoas em S. Paulo.
Marici Capitelli - O Estadão - 28/09/08
Moradores do M’Boi Mirim, bairro da zona sul de São Paulo, estão pedindo socorro para salvar várias vidas: a do Rio Embu-Mirim, de seus peixes e de todos os bichos e aves que vivem nas suas margens.
Embora seja um dos principais rios que deságuam na Represa do Guarapiranga - que abastece 3,8 milhões de pessoas -, está completamente poluído e abandonado.
Há cinco anos, ainda era fonte de pesca, contam os pescadores da região que, nessa época, chegavam a retirar 100 quilos de pescado em uma única noite. Hoje, é só sujeira e mau cheiro.
O lançamento de esgoto sem tratamento e a falta de conscientização ambiental causaram a tragédia do rio. Em seus 5.048 metros de extensão, de Itapecerica da Serra até a represa, recebe dejetos de 200 mil habitantes, segundo a Sabesp.
Nos pouco mais de 2 quilômetros na zona sul da capital ainda é possível ver marrecos, quero-queros, galinhas d’água, capivaras, lontras, ratão do banhado e outros animais que resistem em meio ao esgoto formado por garrafas pet, sacos de lixo, pneus e todo tipo de sujeira. “É duro ver esse rio morrer todos os dias”, diz Antonio Ceccato, de 48 anos, o “guardião” do Rio Embu-Mirim. Com sua canoa de fibra e madeira, que a comunidade chama de “barco do Tonho”, ele percorre o rio de uma ponta a outra desde que era criança.
RESPONSABILIDADE
Desde que o esgoto começou a cair na represa com mais intensidade, os moradores dizem que procuraram Sabesp e Prefeitura, sem resultado. “Um joga a responsabilidade para o outro, mas nenhum deles se une a nós para acabar com a poluição e fazer um trabalho de conscientização”, diz Ceccato.
O superintendente da Unidade de Negócios Sul da Sabesp, Roberval Tavares Souza, diz que as ocupações desordenadas em volta das Represas do Guarapiranga e Billings são a grande causa da poluição do rio.
Combater essas invasões é uma das estratégias para a recuperação do Embu-Mirim e da Bacia do Guarapiranga, onde mora 1 milhão de pessoas.Yara Toledo, presidente da SOS Manancial, confirma que o Embu-Mirim, apesar da importância para a Represa do Guarapiranga, foi negligenciado nos últimos anos. “O rio foi bastante discutido na época das audiências públicas do Rodoanel, mas a preocupação foi maior com outros tipos de impactos ambientais, como o da vegetação.”
O Embu-Mirim passa por um trecho do Rodoanel Sul, perto da Rodovia Régis Bittencourt.A comunidade quer o fim do lançamento do esgoto, a reurbanização das favelas nas imediações e a criação do parque Embu-Mirim na várzea do rio. Os moradores se propõem a preservar o parque, numa parceria com os órgãos públicos.
QUATRO ANOS
A Sabesp garante que, daqui a quatro anos, o Rio Embu-Mirim estará livre de poluição. Segundo Roberval Tavares Souza, da Unidade de Negócios Sul da companhia, até 2012 serão investidos R$ 43 milhões em obras para tratamento e coleta de esgoto.
De acordo com ele, nas cercanias do rio moram 400 mil pessoas; metade tem esgoto coletado e levado para a estação de tratamento em Barueri. Uma das obras em andamento é o coletor-tronco Embu-Mirim, que vai captar o esgoto de Itapecerica da Serra - cidade de 65 mil habitantes, onde o rio nasce e onde não há coleta de esgoto - e de parte de Embu. “Não dá para afirmar que todo o esgoto vai para o rio mas, como não há tratamento, é possível que isso ocorra”, diz o diretor de Meio Ambiente de Itapecerica, Marco Antonio Galan.
A despoluição total da Bacia do Guarapiranga é uma meta para 2014. Fonte: O Estado de S.Paulo
Se não tomarmos consciencia da importância do rio Embu Guaçu, e as autoridades, não tomarem as devídas providências, para a despoluição e a recuperação no entorno do rio,provavelmente nossos filhos e netos terão que desenvolver novos metodos de sustentabilidade, para que possam sobreviver, já que poderemos ter o secamento das fontes e consequentemente a eliminação dos veios de aguas que formam a bacia do guarapiranga, QUE SAUDADE DAS DECADAS DE 70 E 80, onde a faúna e flora era abundante nest região.
ResponderExcluirBoas tardes. Adorei a iniciativa do Blog. Mas, confesso, que só tomei ciência deste trabalho devido a uma pesquisa que minha filha (de 9 anos, no 4º ano do Ensino Fundamental) está realizando. E aproveito para perguntar uma das informações que não encontrei com exatidão; onde está localizada a nascente do Rio Embu-mirim?
ResponderExcluirKal Barbosa,
ResponderExcluirO rio Embu-Mirim é o segundo principal tributário da Represa de Guarapiranga, representando 34% do volume fornecido (o primeiro é Embu-Guaçu, com 44%).
Neste excelente documento do Inst. Socioambiental vc pode encontrar ótimos mapas e informações preciosas sobre o rio Embu-Mirim.
Veja: http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/13122005.pdf
Estamos às ordens,
sosriosdobrasil@yahoo.com.br
Prof. Jarmuth Andrade
O rio Embu-Mirim é o segundo principal tributário da Represa de Guarapiranga, representando 34% do volume fornecido (o primeiro é Embu-Guaçu, com 44%).
ResponderExcluirNeste excelente documento do Inst. Socioambiental vc pode encontrar ótimos mapas e informações preciosas sobre o rio Embu-Mirim.