Entardecer no rio Tapajós, Santarém, Amazônia, Brasil. Foto: Olavo das NevesEletrobrás identifica capacidade do complexo do Tapajós
As empresas, em parceria, mapeiam a Bacia do Tapajós há mais de três anos. Inicialmente, o potencial identificado para a região foi de 14 mil MW
Wellington Bahnemann e Leonardo Goy - Ag. Sebrae de Notícias 24/09
Após as usinas do rio Madeira e de Belo Monte, a Eletrobrás já prepara o terreno para que o governo federal possa levar futuramente a leilão o próximo grande bloco de energia hídrica da Região Norte, o Complexo do Tapajós.
O estudo de inventário produzido pela estatal, pela Eletronorte e pela CNEC, empresa de engenharia da Camargo Corrêa, identificou a viabilidade de cinco aproveitamentos ao longo dos rios Tapajós e Jamanxim, que totalizam 10,682 mil MW de capacidade instalada. "Os estudos indicaram, neste momento, que o investimento do complexo é de R$ 31 bilhões", disse o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes.
As empresas, em parceria, mapeiam a Bacia do Tapajós há mais de três anos. Inicialmente, o potencial identificado para a região foi de 14 mil MW. De acordo com o diretor-presidente da CNEC Engenharia, José Ayres de Campos, o consórcio empreendedor desenvolveu 14 hipóteses de projetos para a bacia, identificando 16 aproveitamentos hídricos. "Dessa possibilidade, escolhemos a configuração que continha três usinas no rio Tapajós e seis usinas no rio Jamanxim", disse o executivo.
Para reduzir o número de aproveitamentos, as companhias tomaram como principal critério de avaliação o menor impacto ao meio ambiente da região.Mesmo dentro dessa configuração, a proposta da Eletrobrás, que será apresentada em breve aos membros da área energética do governo federal, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é que se construam cinco hidrelétricas, sendo duas no rio Tapajós e três no rio Jamanxim.
Em evento promovido pela CNEC, o executivo da empresa da Camargo Corrêa mostrou que as cinco usinas estão cercadas por extensas áreas de preservação ambiental.
Reflexo dessa preocupação ambiental é o que ocorreu com o principal empreendimento da bacia, a hidrelétrica São Luiz do Tapajós. Originalmente, a usina foi planejada para ter 9 mil MW de capacidade instalada. "Esse modelo gerava impactos na rodovia Transamazônica e nos parques nacionais ao redor", afirmou De Campos. Por isso, a proposta que será apresentada pela Eletrobrás prevê a divisão do projeto em duas usinas: São Luiz do Tapajós, com 6,133 mil MW de potência, e Jatobá, 2,338 mil MW, detalhou Muniz. "Nessa nova configuração, São Luiz do Tapajós terá um reservatório de 722,2 quilômetros quadrados e uma queda d' água de 35,9 metros", explicou.
Além dessas duas usinas no rio Tapajós, também integram o complexo as hidrelétricas: Cachoeira dos Patos, com 528 MW de capacidade instalada; Cachoeira do Caí, com 802 MW; e Jamanxim, com 881 MW, no rio Jamanxim.
Segundo o presidente da Eletrobrás, o custo de instalação para os cincos empreendimentos varia entre R$ 52 a R$ 74 por MW instalado. "A energia assegurada do Complexo do Tapajós totaliza 5,816 mil MW médios", revelou Muniz.
Atualmente, o estudo de inventário do complexo está em análise na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)."Não acreditamos que teremos algum tipo de problema dentro da Aneel. Esperamos que o regulador aprove o trabalho dentro de seis a oito meses", projetou De Campos. Após aprovação do trabalho pelo regulador, as empresas poderão dar início ao estudo de viabilidade e ao Estudo e Relatório de Impacto Ambiental. "Com isso, o leilão das usinas do complexo pode ocorrer dentro de três anos", disse o executivo da CNEC Engenharia.
O presidente da Eletrobrás foi mais otimista e comentou que a sua expectativa é que o processo de licitação ocorra ainda dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Além da Aneel, Muniz disse que o projeto já foi apresentado ao ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc. De acordo com executivo, ficou acertado nesse encontro que, assim como já ocorreu em Itaipu e será aplicada para as usinas do rio Madeira, os ganhadores das concessões das hidrelétricas do rio Tapajós terão que administrar os parques nacionais da região.
Outro fator que demonstra a preocupação ambiental do consórcio é que os projetos aplicarão o conceito de "usinas plataformas", ou seja, pouquíssimas pessoas trabalharão dentro das usinas para evitar que a migração populacional provoque grandes impactos ambientais.
BOM DIA!
ResponderExcluirMORAMOS EM ITAITUBA-PA, JÁ ESTAMOS TRABALHANDO CONTRA A CONSTRUÇÃO DESSAS BARRAGENS, ISSO É UM ABSURDO, NÓS MORAMOS EM ARÉAS DE PRESERVAÇÃO, PARQUE NACIONAL, FLONAS ETC.. NÃO PODEMOS DESMATAR, QUEIMAR, GARIMPAR. NÃO FOMOS PREPARADOS PARA UM OUTRO TIPO DE ECONOMIA. AGORA O GOVERNO VEM E QUE ACABAR COM TUDO, ISSO NÃO VAMOS ENGOLIR DE GUELA ABAIXO PORQUE O GOVERNO QUER. SOMOS SERES HUMANOS, NA ÉPOCA DO OURO COMTRIBUIMOS MUITO PARA O CRESCIMENTO DO PAÍS, AGOARA QUE NÃO TEM MAIS OURO QUEREM ACABAR COM AGENTE, QUEREM NÃO ESTÃO ACABANDO, COM AS BARRAGENS VÃO MATAR. GOSTARIAMOS MUITO DE CONTAR COM O APOIO E PARTICIPAÇÃO. O II SEMINARIO VAI ACONTECER AGORO NO MÊS DE ABRIL, POVAVELMENTE NOS DIAS 16 E 17 DE ABRIL/2009. Email-mmccbr163@hotmail.com - JESIELITA ROMA GOUVEIA
Bom... Eu acho que vocês deveriam economizar mais dinheiro para a educação de nosso país do que investir em energia, pois o Brasil precisa melhorar em muitos aspectos,entre eles: educação,na saúde ,e outras coisas desse tipo.
ResponderExcluirE nós aqui en Santarém, também vamos nos unir na luta contra esse abuso e desrespeito contra as comunidades ribeirinhas, os índios e todos que vivem na região do Oeste do Pará. A Constituição nos garante o direito à vida, ao nosso modo de viver e de se relacionar com a nossa biodiversidade. Nunca desenvolveram políticas concretas, específicas e positivas para a população desta região, e agora temos que sustentar o modo de vida das grandes metrópoles, através da morte de muitos seres vivos. Esse não é o desenvolvimento sustentável que sonhei para a região, sem ouvir e aceitar idéias das comunidades locais.E essa história de menor impacto ambiental é papo pra boi dormir. Aqui não existe pequeno impacto, a degradação por menor que seja, é signuficativa. O preço da nossa energia é a mais cara, quando deveria ser gratuita. Não aceitamos ser a última colônia de exploração.
ResponderExcluir¨ Juliana D. Vilane
ResponderExcluir'
Não existe nenhum problema pra instalar as usinas hidrelétricas no rio tapajós, quem vê problemas é quem não quer entender ou quem não entende sobre o assunto e enganosamente acha q' entende. E se essas usinas não forem contruídas onde se poderá conseguir energia em larga escala pra sustentar esse imenso brasil? ¨¨ A única saída é construir logo as usinas no Rio Tapajós que não causarão maiores problemas a esse rio.