O especialista na limpeza do rio
(Foto: Alex Costa) - Jornal O Povo
Vando de Souza, 23, é um dos maiores conhecedores dos problemas ambientais do rio Maranguapinho (Fortaleza).
Há 17 anos, ele abandonou a escola na 1ª série e passou a coletar material reciclável no bairro do Genibaú.
"Todo dia tem lixo no rio.
A gente tira um dia e no outro já está cheio de novo", afirma.
O catador consegue obter entre R$ 10 e R$ 12 diários com a venda do material para um galpão. O dinheiro dá apenas para comprar alimentação e sustentar o pai.
Perguntado sobre as coisas mais insólitas que encontrou no rio, Vando responde: "Duas cabeças de criança e um feto".
TOMANDO ATITUDE
Até quando vamos continuar com esse péssimo costume de jogar tudo que é inservível nas águas dos rios, ribeirões e córregos de nossas comunidades?
Muita gente tem serviço de limpeza pública passando dia sim, dia não na porta da sua casa para retirar o lixo, mas insiste numa prática terrível de muitos e muitos anos que é lançar "tudo que não presta ou não lhe interessa" nas águas do rio.
Em nossa comunidade, na Serra da Mantiqueira, sempre a população organiza com a Prefeitura local um mutirão de limpeza de seu principal ribeirão, que se transforma no rio Sapucaí Guaçu e leva suas águas para a Represa de Furnas, após fornecer água para 46 cidades mineiras.
Nos mutirões de limpeza são retirados sofás, pneus, pedaços de veículos, móveis e caixotes, sacos de lixo, podas e limpezas de terrenos, latas, garrafas e plásticos em geral, antenas parabólicas e até mesmo animais mortos. É triste também ver que alguns "maus comerciantes" jogam serragem, óleo usado, peças de oficinas de consertos e lixos em geral nas águas do ribeirão.
É lamentável e deplorável que numa cidade que tem eficiente serviço de lixo, tem um "caminhão cata-treco" e outro da reciclagem que circulam semanalmente pelos bairros retirando material inservível, as pessoas ainda tenham essa triste prática de atirar tudo no ribeirão.
Nossas escolas, nossas igrejas, nossas entidades comunitárias precisam trabalhar mais o assunto e orientar as pessoas que não façam mais essa prática que prejudica, polue e contamina as águas que serão utilizadas por outras comunidades à jusante (rio abaixo).
ORIENTE AS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DOS RIOS E RIBEIRÕES DE SUA COMUNIDADE. LUGAR DE LIXO É NA LIXEIRA E NÃO NAS ÁGUAS DO RIO!
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