vi no Blog http://sosriosdobrasil.blogspot.com/
sobre a comemoração do Dia da Árvore,
então envio estes dois poemas, que poderiam contribuir, caso seja oportuno.
abraços de vida plena,
Clarice Villac (Campinas).
Ipê-Roxo, meu amigo
José Mattos - Santa Rita do Pardo, MS
Sucupira branca (Pterodon emarginatus)
Rômulo Pinto Andrade – Brasília, DF
"o brasileiro é antes de tudo um forte fazedor de deserto"
Bernardo Élis
Tantas vezes ao passar
pude sentir a graça
de tua insinuante beleza
coberta de flores rosadas.
Quando nas ásperas tardes
de um prolongado estio
eras sombra acolhedora
para alivio dos viventes
E lágrimas misteriosas
choravas serenamente
no silêncio deste vale,
tuas sementes curativas
espalhavas generosa
pelo vento.
Hoje lanço meu lamento
por estares assim inerte
à beira de uma estrada
desolada e poeirenta
do assentamento urbano.
O golpe do machado
do homem sem raiz
estúpido
inconseqüente
atingiu o fluxo
o cerne de teu tronco
e a alegria, a vida plena
que semeavas estancou-se,
minha linda sucupira.
Quando é que nossa gente
que depende tanto das árvores
terá olhos pra esta nobreza
e defenderá a vida e o encanto
que esses seres milenares propagam?
Uma observação:
não é figura de linguagem de poeta enternecido...
a sucupira tem essa característica rara de que caem gotas d'água de suas flores em plena seca... eu não acreditei até que um dia fui pintar em sua sombra e pude confirmar que ela chora, deveras.
boa tarde, poeta. Parabéns pelo belo poema. Conheço bem essa magnífica árvore, aqui na minha região tem muito delas ainda em pé. É considerada madeira de lei, por isso, apesar do desmatamento desmantelador, elas ainda sobrevivem essa devastação do "homem".
ResponderExcluirAbraços
José Mattos
Prazer José, também gostei muito do seu singelo poema. Acabo de envia-lo pra uma rede de amigos, alguns em viagem pelo Japão. Legal sentir a ressonância da poesia do Cerrado. Discursos e protestos não chegam ao coração das pessoas. Grande abraço.
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