ANP exige que Israel assine convenção ONU para ter acesso água
A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) exigiu hoje que Israel assine a Convenção da ONU sobre a Lei de Uso Não-Náutico de Cursos de Água Internacionais de 1997 para que os palestinianos possam ter um acesso digno à água.
O chefe do departamento da água da Autoridade Palestiniana, Shaddad Attili, explicou no Fórum Mundial da Água, em Istambul, que a situação dos 4 milhões de palestinianos que vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza é «terrível», devido ao controlo israelita sobre os recursos hídricos.
A convenção obriga os países signatários a distribuir de forma equitativa os recursos hídricos partilhados e a cooperar nas matérias relacionadas com a água.
A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) manifestou o seu apoio à Convenção, que até agora foi assinada por 16 países e entrará em vigor quando houver 35 Estados signatários.
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, explicou que «a convenção (...) é aplicável à água doce partilhada na bacia do Rio Jordão e a outros recursos hídricos além das fronteiras».
A delegação palestiniana criticou o facto de Israel ser o único país da região da bacia que não assinou o texto da ONU.
Segundo a ANP, cerca de 250 mil palestinianos na Cisjordânia e 50 mil em Gaza não têm acesso à água corrente, enquanto os outros têm acesso limitado, devido aos contínuos cortes no abastecimento.
Segundo análises das agências da ONU, apenas entre 10% e 20% da água em Gaza é potável, devido às infiltrações de água marinha e de que quase toda a infraestrutura estar inutilizada desde os últimos conflitos.
«Não só precisamos de dinheiro para reconstruí-la, mas também a garantia de que Israel não a destruirá em dois minutos», disse Attili.
O consumo de água nos territórios palestinianos é de 78 litros por pessoa/dia, menos do que a quantidade diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 100 litros, e quatro vezes menor do que em Israel.
«Os palestinianos não deveriam ser forçados a esperar até que haja um acordo de paz para que possam utilizar a sua legítima porção dos recursos aquáticos além das fronteiras», disse Abbas.
Fonte: Diário Digital /Site Tratamento de Água
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