A ideia é abastecer a Grande São Paulo com água trazida de cidades que estejam num raio de até 300 km de distânciaVale do Ribeira, Barra Bonita, represa Jurumirim e aquífero Guarani estão entre as principais opções para exploração de água.
Explorar água a quase 300 km da Grande São Paulo, em represas do interior do Estado ou no aquífero Guarani, são as soluções consideradas pelo governo como mais viáveis para evitar que o abastecimento de água entre em colapso.No ano passado, a Secretaria de Saneamento e Energia contratou a empresa Cobrape para a realização de estudos de viabilidade econômica e ambiental para abastecer a região.
Uma das ideias, cogitada pelo menos desde os anos 1960, é trazer a água do Vale do Ribeira, onde a qualidade da água é melhor e a população é pequena, o que reduz a demanda.Outras alternativas são trazer para a Grande SP água das represas de Barra Bonita (rio Tietê) ou Jurumirim (rio Paranapanema) ou ainda fazer uso intensivo do aquífero Guarani.A secretária Dilma Pena (Saneamento e Energia) afirma considerar que, qualquer que seja a condição futura, um desses mananciais terá mesmo que ser explorado."Graças a Deus hoje os reservatórios estão bem, como não acontecia havia dez anos. Agradeço a São Pedro todos os dias", afirma Dilma, dando a pista da importância do regime de chuvas para manter o abastecimento na Grande São Paulo.
O desafio é ainda maior porque a solução, diz a secretária, terá de contemplar a chamada macrometrópole, que inclui ainda as regiões de Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Santos."Estão aí 16% da população brasileira, 80% do PIB do Estado e 30% do comércio exterior do país. É grande a importância de termos segurança", diz.Já a Sabesp, segundo o superintendente Hélio Castro, vem adotando políticas tanto para reduzir as perdas quanto para incentivar população e empresas a economizar.As ações, segundo ele, permitiram que a redução de perdas (entre vazamentos e fraudes) caísse de 30,1% para 28,5% da água produzida na região metropolitana entre 1999 e 2008.As campanhas educativas, ainda segundo a Sabesp, também vêm proporcionando uma estabilização no consumo médio por residência.Em 2004, ano em que a forte seca derrubou o consumo e houve falta de água, cada morador metropolitano gastava 155 litros por dia, número que passou para 163 litros no ano seguinte e chegou a 173 litros em 2006.
No ano passado, era de 172 litros por pessoa.Uma outra estatística revela um cenário mais positivo -em janeiro do ano passado, cada casa da Grande SP gastou 20 mil litros por mês, volume que caiu a 13,1 mil litros ao mês em janeiro deste ano."É uma situação paradoxal porque aconselhamos o consumidor a economizar o produto que vendemos. Mas a água é um produto que ficará cada vez mais caro e será objeto de situações conflituosas", diz.(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
Fonte: Folha de São Paulo
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