[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Garrafas plásticas de água, em embalagens PET, polietileno tereftalato, podem conter quantidades substanciais de produtos químicos que ‘imitam’ ou alteram o hormônio estrógeno. Dentre estes produtos químicos que possuem esta capacidade de atuar como Xenoestrogênios ou estrogênios ambientais destacam-se os controversos ftalatos e o bisfenol-A (BPA).
A pesquisa [Endocrine disruptors in bottled mineral water: total estrogenic burden and migration from plastic bottles] foi realizada por cientistas da Johann Wolfgang Goethe University, em Frankfurt, e publicada na edição online da revista Environmental Science and Pollution Research.
Diversas pesquisas anteriores já haviam demonstrado os riscos à saúde das embalagens feitas com policarbonato, com bisfenol-A (BPA), mas esta pesquisa avaliou um plástico diferente e amplamente utilizado para vasilhames de água e refrigerante.
Os pesquisadores utilizaram o molusco Potamopyrgus antipodarum (Gastropoda), como especime de teste, considerando que é especialmente sensível ao estrogênio. Comunidades foram ‘hospedadas’ em garrafas/embalagens de vidro, de PET e de Tetra Pak, de forma que fosse possível acompanhar a sua reprodução.
Os espécimes ‘hospedados” nas garrafas PET tiveram uma taxa de reprodução equivalente ao dobro das garrafas de vidro. Os espécimes jovens, nascidos nas garrafas PET apresentaram elevados índices de estrogênio, equivalente a 25 nanograms por litro de água de ethinylestradiol, um potente estrogênio sintético de pílulas anticoncepcionais.
Os pesquisadores, para fins de avaliação da extensão potencial da contaminação, estudaram 20 marcas conhecidas de água mineral, sendo 9 em garrafas PET, 9 em vidro e 2 Tetra Pak.
A água foi testada em tubos de ensaio para identificar o estrogênio, usando como referencia o 17-beta estradiol, um dos mais potentes estrogênios de espécies mamíferas.
As garrafas de vidro mostraram uma pequena ou inexistente contaminação por estrogênio. Das 9 marcas embaladas em PET, 5 apresentaram grande presença de estrogênio. O mesmo ocorreu nas embalagens Tetra Pak com grande presença de PET em sua constituição.
A variação pode indicar que a contaminação seja decorrente do processo industrial da embalagem PET.
Os pesquisadores recomendam novos estudos, mas, de qualquer forma, ficou demonstrado o risco potencial das embalagens de polietileno tereftalato.
Cabe destacar que a contaminação química que potencialmente tenha efeitos adversos na saúde ocorre, em geral, por bioacumulação, exigindo uma exposição intensa e continuada
Sugerimos que acessem a matéria “Nova pesquisa reafirma a relação entre exposição química e câncer de mama” e nossa tag “bisfenol-A” para maiores e mais detalhadas informações sobre a exposição química aos componentes de embalagens plásticas.
A pesquisa “Endocrine disruptors in bottled mineral water: total estrogenic burden and migration from plastic bottles“, publicada na revista Environmental Science and Pollution Research está disponível para acesso integral. Para acessar a revista no formato HTML clique aqui.
Imagem do TreeHugger.com
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Pesquisadores da Yale School of Medicine comprovaram que o bisfenol-A (BPA) pode afetar primatas, tendo observado que ele produziu danos neurológicos em macacos. É a primeira evidência de que o BPA pode afetar a saúde de primatas e, por consequência, também os humanos.
A pesquisa foi publicada na edição online da PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences.
O BPA é usado como ingrediente em produtos de plásticos policarbonatos, tai como mamadeiras e garrafas de água, porque permite que o plástico seja resistente e translúcido. VEJA MAIS
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
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