SEMINÁRIO DA EMBRAPA MOSTRA MÉTODO PARA ANÁLISE DE RESÍDUOS AGROTÓXICOS

Método para análise de resíduos de agrotóxicos é apresentado na Embrapa para alunos de química

28.1.2011 - Cristina Tordin - EMBRAPA

A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) realizou, em outubro de 2010, seminário para alunos de química sobre métodos para análise de resíduos de agrotóxicos.

Conforme Débora Renata Cassoli de Souza, Analista do Laboratório de Resíduos e Contaminantes – LRC da Embrapa Meio Ambiente, foram apontadas algumas limitações dos procedimentos analíticos mais comumente utilizados que, além de exigirem muito trabalho e tempo de operação, requerem quantidades excessivas de solventes tóxicos.

“Assim, explica a Analista, para que um método seja viável, é necessário considerar os seus custos, incluindo reagentes, equipamento, mão de obra e restrições ambientais.^. Em análises de rotina, é desejado um processamento rápido de numerosas amostras e esta primeira etapa é considerada como sendo um ponto crítico na determinação de resíduos de agrotóxicos. Para isto, é necessário o desenvolvimento de métodos eficientes, rápidos e ambientalmente corretos”.

“O método selecionado para apresentação aos alunos foi implantado no LRC e descrito por Anastassiades e colaboradores. Este método é conhecido como QuEChERS (Quick, Easy, Cheap, Effective, Robust and Safe) e se caracteriza por sua rapidez, facilidade, baixo custo, efetividade, robustez e segurança. Vários laboratórios no mundo o implementaram devido às vantagens que oferece em relação aos convencionais, conforme o próprio nome diz”, esclarece Débora.

“A quantidade de solvente utilizada é pequena, cerca de 10mL e pode-se trabalhar com vários pesticidas ao mesmo tempo, nos chamados métodos multiresíduos. A intenção foi mostrar como se trabalha atualmente, apresentando a prática experimental para esses alunos, que têm pouco contato com essa área mais específica durante o curso”.

Utilizando a metodologia QuEChERS, o LRC analisou amostras de diversas culturas coletadas em mercados da região, como: alface, tomate, maçã e uva. Essas análises foram realizadas para testar a metodologia e verificar sua aplicabilidade nas amostras.

O objetivo principal foi monitorar resíduos de pesticidas com informações sobre a qualidade do solo, água e se há contaminações nas áreas analisadas. Nos alimentos, essa análise é necessária para evitar, por exemplo, embargos de produtos agropecuários em mercados internacionais. No mercado interno, há necessidade de se verificar o que o consumidor está comprando e se há cumprimento da legislação vigente, considerando o Limite máximo de Resíduo – LMR. Esses dados podem ser encontrado no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa para cada cultura. Em 2001, a Agência iniciou o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos – Para, para avaliar continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor. Isso fortalece a capacidade do Governo em atender a segurança alimentar, evitando assim, possíveis agravos à saúde da população.

Débora enfatiza que, no caso de se detectar um alto nível de resíduos, é necessário realizar uma amostragem representativa da cultura. Analisar uma única amostra não representa o todo. É preciso utilizar ferramentas de estatística para confirmar um resultado positivo de contaminação. Se detectado, o correto é orientar o produtor para que procure por ajuda profissional e aplique as boas práticas no campo.

Cristina Tordin

Jornalista, MTB 28499

Embrapa Meio Ambiente

19.3311.2608

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