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TABLÓIDE Cidades 26/08/2008
Diagnóstico aponta 150 problemas ambientais no Extremo Sul da Bahia
Relatório aponta desmatamento ilegalO desmatamento de matas ciliares e a poluição dos rios são as questões mais graves entre 150 problemas ambientais mapeados pelos povos indígenas e pescadores do extremo sul da Bahia.
Um diagnóstico ambiental da região foi elaborado com a participação de 60 instituições e 14 comunidades -entre povos indígenas e pescadores-, totalizando cerca de 400 pessoas.
A apresentação do relatório aconteceu na sexta-feira (22), em Porto Seguro, e revelou um cenário preocupante com a degradação dos recursos naturais da região, afetando diretamente a vida dos índios e comunidades tradicionais.
A devastação da mata ciliar causa a perda da biodiversidade, ou seja, o desaparecimento de fauna e da flora, provocando, inclusive, o risco de extinção de espécies, a redução da qualidade da água e a diminuição da vazão dos rios.
O documento aponta, ainda, a retirada ilegal de madeira de áreas protegidas, a captura de água dos rios de forma irregular, além da contaminação e poluição por lixo e esgoto. Também há situações como a contaminação de pescadores e indígenas por doenças transmitidas por meio da água, principalmente doenças de pele, e o aumento da devastação florestal.
A cacique da Aldeia Juerana, em Coroa Vermelha, Maria das Dores Florêncio de Jesus ajudou a construir o diagnóstico socioambiental participativo, desenvolvido nos últimos cinco meses pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá).
Conhecedora da realidade ambiental da região, Maria das Dores, chamada Yamany –protetora das águas na língua patxhorã-, lamenta: “O Rio Jardim, em Coroa Vermelha, está muito poluído, jogam tudo dentro dele.
Na nossa aldeia passa o Rio Itinga, que serve para tudo -lavar, beber, tomar banho-, mas a gente não conhece a situação na cabeceira, não sabe o que despejam e a preocupação é muito grande”.
Plano de ação dos Agentes Voluntários das águas (AVA)
O diretor da Diretoria Socioambiental Participativa do Ingá, José Augusto Tosato, explicou que o diagnóstico subsidiará o plano de ação, no extremo sul, do Programa Agentes Voluntários das Águas (AVA). O AVA foi instituído por decreto do governador Jaques Wagner, no dia 19 de agosto desse ano, e tem como um dos objetivos fomentar o envolvimento comunitário na política de uso sustentável dos recursos hídricos.
O programa será coordenado pelo Ingá.Segundo Tosato, embora esses problemas sejam conhecidos, a sistematização deverá orientar o programa de capacitação e a estratégia de trabalho da primeira turma de agentes voluntários das águas.
O AVA, na visão de Tosato, é extremamente significativo, pois trará benefícios diretos não apenas para os povos indígenas e comunidades tradicionais, mas também para toda a sociedade. “Estamos falando de 50 pessoas que estarão exercendo a plenitude da cidadania como multiplicadores de práticas sustentáveis, a exemplo da conservação e restauração de mata ciliar. Eles e elas têm seus saberes, seu modo de lidar com os recursos naturais e o Programa contribuirá para potencializar e difundir seus conhecimentos pela proteção das águas”, afirmou o dirigente.
Pataxós e pescadores conscientes da missão socioambiental Pataxó da Aldeia Reserva da Jaqueira, em Porto Seguro, Burianan Ferreira Sena, cujo nome em patxhorã significa “palmeira”, foi indicado pelo seu povo para ser um agente voluntário das águas.
Ele sabe que tem a missão de proteger o meio ambiente: “A natureza para nosso povo é a vida, porque a gente depende da mata e do rio para sobreviver.
A gente também pode ensinar, porque tem esse contato direto com a mata, então esse trabalho é muito importante”.
O promotor João Alves da Silva Neto, titular da 1ª Promotoria da Justiça de Eunápolis, foi uma das autoridades envolvidas no diagnóstico.
Presente ao encontro em Porto Seguro, ele disse que o Programa Agentes Voluntários das Águas significa a efetivação de instrumentos da política ambiental para a proteção das águas.
Também participaram do diagnóstico e prestigiaram a apresentação em Porto Seguro, instituições como Ibama, Cefet, Ceplac, Rede de Educação Ambiental na Bahia, Projeto Coral Vivo, Conselho Gestor do Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul, Secretaria de Meio Ambiente de Santa Cruz Cabrália, as Ongs Reciclar, Aspectur, Flora Brasil e Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia (Cepedes), Fórum Agenda 21 de Porto Seguro e Parque Nacional Pau Brasil. Fonte: Tablóide Cidades
vamos combater isso que esta acabando.
ResponderExcluira agua e vida o nosso coraçao
ResponderExcluirdiz não a poluiçao
descrita por uma
menina de 10 anos