Os “peixes-diabo” estão chegando
Dimas Marques, da revista Horizonte Geográfico
Laje de Santos recebe esses animais de nadadeiras enormes e formato esquisito que todos os anos visitam o litoral paulista.
Ninguém sabe o motivo da preferência. Acredita-se que tenha relação com o aumento da quantidade de comida por causa da descarga de material orgânico ou da migração para efeito de reprodução. Mas o fato é que a Laje de Santos, na Baixada Santista (SP), recebe todos os anos – entre maio e setembro – várias raias-jamanta, uma das maiores espécies de peixes cartilaginosos do mundo. “A Laje de Santos é o único ponto do Atlântico Ocidental visitado pelas raias regularmente”, afirma o coordenador-geral de projetos da ONG Instituto Laje Viva, Guilherme Kodja.
O apelido do animal (parente dos tubarões), de peixe-diabo não indica nenhuma associação da raia gigante com seres diabólicos. É apenas uma referência para as duas projeções carnosas nas laterais da cabeça do bicho, chamadas nadadeiras encefálicas, que ajudam a direcionar o fluxo de água para a boca e que lembram vagamente chifres. Na verdade, a raia-jamanta é bastante inofensiva. Seus mais de 6 metros de envergadura são abastecidos por plâncton, canalizados para a boca por meio dessas projeções da cabeça.
A análise de 63 fotografias tiradas ao longo de 14 anos (1993-2007) de observação da espécie mostrou que pelo menos dois exemplares – um deles chamado Armando (apesar de fêmea) – voltaram à Laje de Santos mais de uma vez. Armando, que ganhou este nome em homenagem ao biólogo Armando de Luca Júnior, autor das fotos, foi avistada em 2004 e 2007. Solitárias ou aos pares, as raias nadam calmamente perto da superfície.
A Laje de Santos é uma enorme rocha localizada a 45 quilômetros da cidade de Santos. Sua parte emersa conta com 550 metros de extensão por 185 metros de largura e 33 metros de altura. A laje não possui vegetação e integra, com outra formação rochosa chamada Calhaus, o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. É um dos pontos de mergulho mais frequentados do Sul e do Sudeste brasileiro pela rica biodiversidade e a limpeza das águas, que podem chegar a 35 metros de visibilidade. Doze espécies de aves marinhas, incluindo trinta-réis e atobás-marrons, vivem ou passam por ali em suas rotas migratórias. Golfinhos-pintados-do-atlântico e baleias-de-bride também são avistadas por perto.
Crédito da imagem: Armando de Luca Júnior.
(Envolverde/Revista Horizonte Geográfico)
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas brasileiras!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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Laje de Santos recebe esses animais de nadadeiras enormes e formato esquisito que todos os anos visitam o litoral paulista.
Ninguém sabe o motivo da preferência. Acredita-se que tenha relação com o aumento da quantidade de comida por causa da descarga de material orgânico ou da migração para efeito de reprodução. Mas o fato é que a Laje de Santos, na Baixada Santista (SP), recebe todos os anos – entre maio e setembro – várias raias-jamanta, uma das maiores espécies de peixes cartilaginosos do mundo. “A Laje de Santos é o único ponto do Atlântico Ocidental visitado pelas raias regularmente”, afirma o coordenador-geral de projetos da ONG Instituto Laje Viva, Guilherme Kodja.
O apelido do animal (parente dos tubarões), de peixe-diabo não indica nenhuma associação da raia gigante com seres diabólicos. É apenas uma referência para as duas projeções carnosas nas laterais da cabeça do bicho, chamadas nadadeiras encefálicas, que ajudam a direcionar o fluxo de água para a boca e que lembram vagamente chifres. Na verdade, a raia-jamanta é bastante inofensiva. Seus mais de 6 metros de envergadura são abastecidos por plâncton, canalizados para a boca por meio dessas projeções da cabeça.
A análise de 63 fotografias tiradas ao longo de 14 anos (1993-2007) de observação da espécie mostrou que pelo menos dois exemplares – um deles chamado Armando (apesar de fêmea) – voltaram à Laje de Santos mais de uma vez. Armando, que ganhou este nome em homenagem ao biólogo Armando de Luca Júnior, autor das fotos, foi avistada em 2004 e 2007. Solitárias ou aos pares, as raias nadam calmamente perto da superfície.
A Laje de Santos é uma enorme rocha localizada a 45 quilômetros da cidade de Santos. Sua parte emersa conta com 550 metros de extensão por 185 metros de largura e 33 metros de altura. A laje não possui vegetação e integra, com outra formação rochosa chamada Calhaus, o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. É um dos pontos de mergulho mais frequentados do Sul e do Sudeste brasileiro pela rica biodiversidade e a limpeza das águas, que podem chegar a 35 metros de visibilidade. Doze espécies de aves marinhas, incluindo trinta-réis e atobás-marrons, vivem ou passam por ali em suas rotas migratórias. Golfinhos-pintados-do-atlântico e baleias-de-bride também são avistadas por perto.
Crédito da imagem: Armando de Luca Júnior.
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