Filme alerta para os efeitos do CO2 nos oceanos
Jornal do Brasil 19/06/2009
O longa-metragem ''A sea Change'' (Uma mudança no mar), da americana Barbara Ettinger, fascinou e assustou os espectadores do XI Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), realizado na cidade de Goiás Velho, na quarta-feira (17) ao alertar para o grave problema ambiental da acidificação dos oceanos.
Rodado no formato docudrama - uma mistura de documentário e ficção -, o filme acompanha o educador norueguês radicado nos Estados Unidos, Sven Huseby, que fica aturdido ao ler um artigo sobre a acidificação dos oceanos em consequência da poluição por dióxido de carbono (CO2).
A cineasta segue Huseby em sua jornada em busca de explicações e respostas, que, à medida que aparecem, deixam o educador e o público cada vez mais perplexos.
Ao participar de uma conferência de oceanógrafos em Seattle, nos Estados Unidos, Huseby descobre que o oceano absorveu 118 milhões de toneladas cúbicas de CO2 em 200 anos, 43% disso apenas nas duas últimas décadas, e que a maior ameaça desta mudança é a completa extinção da vida marinha.
"A comunidade científica cometeu um erro ao subestimar os efeitos da absorção de dióxido de carbono pelo oceano. As consequências são imprevisíveis", afirma um dos cientistas reunidos em Seattle.
Entre outros efeitos, a água mais ácida dissolve a concha de mariscos e outros animais marinhos, como os corais, que podem simplesmente deixar de existir dentro de 50 anos, segundo cálculos de alguns oceanógrafos. No caso dos pterópodes, pequenos moluscos de menos de um centímetro protegidos por uma fina concha, a situação é ainda mais grave: por estarem na base da cadeia alimentar de milhares de espécies, sua extinção causaria um dano irreparável.
No final do filme, Ettinger mostra exemplos de investimento na produção de energia limpa, essencial para conter as emissões de CO2. Huseby mostra ainda iniciativas bem sucedidas de implantação de energias limpas tradicionais, como a solar e a eólica, e de fontes menos conhecidas, como a geotérmica e a que utiliza a força das ondas do mar.
Antes do Fica, "Uma mudança no mar" já havia sido apresentado em festivais internacionais como os de São Francisco, na Califórnia, e de Seattle, em Washington. Em Goiás Velho, ele concorre com outras três produções pelo principal prêmio da mostra competitiva, que será anunciado no sábado. Um total de 556 obras de 47 países estão sendo apresentadas nesta mostra, a maioria fora de competição.
Um dos eventos mais esperados do Fica será o lançamento em circuito comercial de "Garapa", a nova produção do diretor José Padilha, vencedor em 2008 do Urso de Ouro do Festival de Berlim por seu polêmico "Tropa de elite". (Fonte: JB Online/Ambiente Brasil)
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O longa-metragem ''A sea Change'' (Uma mudança no mar), da americana Barbara Ettinger, fascinou e assustou os espectadores do XI Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), realizado na cidade de Goiás Velho, na quarta-feira (17) ao alertar para o grave problema ambiental da acidificação dos oceanos.
Rodado no formato docudrama - uma mistura de documentário e ficção -, o filme acompanha o educador norueguês radicado nos Estados Unidos, Sven Huseby, que fica aturdido ao ler um artigo sobre a acidificação dos oceanos em consequência da poluição por dióxido de carbono (CO2).
A cineasta segue Huseby em sua jornada em busca de explicações e respostas, que, à medida que aparecem, deixam o educador e o público cada vez mais perplexos.
Ao participar de uma conferência de oceanógrafos em Seattle, nos Estados Unidos, Huseby descobre que o oceano absorveu 118 milhões de toneladas cúbicas de CO2 em 200 anos, 43% disso apenas nas duas últimas décadas, e que a maior ameaça desta mudança é a completa extinção da vida marinha.
"A comunidade científica cometeu um erro ao subestimar os efeitos da absorção de dióxido de carbono pelo oceano. As consequências são imprevisíveis", afirma um dos cientistas reunidos em Seattle.
Entre outros efeitos, a água mais ácida dissolve a concha de mariscos e outros animais marinhos, como os corais, que podem simplesmente deixar de existir dentro de 50 anos, segundo cálculos de alguns oceanógrafos. No caso dos pterópodes, pequenos moluscos de menos de um centímetro protegidos por uma fina concha, a situação é ainda mais grave: por estarem na base da cadeia alimentar de milhares de espécies, sua extinção causaria um dano irreparável.
No final do filme, Ettinger mostra exemplos de investimento na produção de energia limpa, essencial para conter as emissões de CO2. Huseby mostra ainda iniciativas bem sucedidas de implantação de energias limpas tradicionais, como a solar e a eólica, e de fontes menos conhecidas, como a geotérmica e a que utiliza a força das ondas do mar.
Antes do Fica, "Uma mudança no mar" já havia sido apresentado em festivais internacionais como os de São Francisco, na Califórnia, e de Seattle, em Washington. Em Goiás Velho, ele concorre com outras três produções pelo principal prêmio da mostra competitiva, que será anunciado no sábado. Um total de 556 obras de 47 países estão sendo apresentadas nesta mostra, a maioria fora de competição.
Um dos eventos mais esperados do Fica será o lançamento em circuito comercial de "Garapa", a nova produção do diretor José Padilha, vencedor em 2008 do Urso de Ouro do Festival de Berlim por seu polêmico "Tropa de elite". (Fonte: JB Online/Ambiente Brasil)
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