Especialista desenvolve método de reuso para efluentes de frigoríficos
A aprovação de sua tese de mestrado sobre a reutilização da água de resfriamento de carcaças de frango foi o incentivo para que o engenheiro químico Jamur Gerloff pudesse oferecer ao mercado uma nova opção de reuso da água na área de alimentos. Especificamente os frigoríficos que abatem aves são grande consumidores de água potável.
Segundo Gerloff, no resfriador o gasto de água corresponde de 15 a 27% do total da água consumida por dia por um frigorífico. Por exemplo, um abate com 62.000 aves/dia poderá consumir 300 m³/dia, onde todo complexo consume 1200 m³/dia, o que corresponde a 25% da água consumida. Este consumo poderá ser reduzido persistindo somente a água oriunda do gelo introduzido com objetivo de redução da temperatura da água empregada no resfriamento de carcaças de frango.
Ele argumenta que existem dois atrativos ambientais e econômicos com a redução do consumo de água nesta etapa:
a) Redução direta da água potável captada e da água de efluente formada no processo produtivo;
b) Redução do consumo energético para resfriamento da água captada uma vez que a água condicionada no processo de potabilização irá ser reintroduzida com temperaturas mais inferiores que a água captada.
O especialistan lembra que em função da progressiva ausência de oferta de água potável em quantidade e qualidade, os projetos de reuso se tornam cada vez mais atrativos. E estudos que demonstrem viabilidade técnica e econômica acabam por ser cada vez mais de interesse da indústria de alimentos, que no seu processamento apresenta elevados consumos na sua natureza.
“Para a indústria, a água é essencial para seus processos produtivos. O uso racional ou eficiente da água é hoje pensamento constante em quase todos os segmentos industriais seja pelo impacto econômico que pode trazer, pela responsabilidade social assumida ou devido às políticas ambientais implementadas”, defende.
Ele informa que para os frigoríficos há um consumo obrigatório de água nos tanques de resfriamento de carcaça de frangos (Chillers de carcaças) conforme RIISPOA, normativa que pretende garantir um nível de potabilidade e controle de contaminações cruzadas entre carcaças das aves abatidas com o emprego de água numa taxa de consumo em relação ao número de carcaças introduzidas no Chiller. Seu projeto visou colaborar para redução do consumo da água no processo produtivo de abatedouros de aves uma vez que água hoje é observada como um limitado recurso no planeta Terra.
Uso do ultravioleta
A radiação UV insere-se no rol dos processos físicos de desinfecção de águas de abastecimento, dos quais fazem parte também a fervura e as radiações gama e solar. No emprego de agentes físicos, na ação do desinfetante prepondera a interferência na biossíntese e reprodução celular, como conseqüência dos danos fotoquímicos causados a seus ácidos nucléicos. O ácido desoxirribonucléico (DNA) é o responsável pelo controle das funções e pela reprodução das células.
O processo fotoquímico da desinfecção com radiação UV é responsável por uma baixa geração de subprodutos, portanto com mínimos riscos à saúde. (CAIRNS, 1999).
A radiação ultravioleta é uma forma estabelecida, bastante estudada e utilizada e de crescente aplicação como alternativa aos agentes químicos tradicionais usados no processo de desinfecção de águas residuárias (DANIEL, 2000) O efeito germicida desse tipo de energia foi reportado pela primeira vez por Downs e Blunt, 1877. Atualmente, o método de desinfecção por radiação ultravioleta começa a ganhar popularidade, principalmente nos países europeus, e a pesquisa e o desenvolvimento desse método têm aumentado bastante. Um dos fatores para sua popularização é o custo, que o torna competitivo economicamente se comparado à cloração. As primeiras instalações de desinfecção com radiação ultravioleta ocorreram na Suíça e na Áustria, em 1955, sendo que, em 1985, ambos os países contavam com aproximadamente 500 e 600 instalações respectivamente.
Estimativa da USEPA – United States Environmental Protection Agency – aponta para 3.000 instalações de desinfecção por UV em todo planeta, 2.000 no continente europeu e 1.000 nos EUA (WRIGHT & CAIRNES, 1998). A desinfecção com radiação ultravioleta normalmente emprega lâmpadas de baixa pressão de vapor de mercúrio. A inativação dos microrganismos ocorre quando a radiação UV penetra a parede celular e é absorvida pelos ácidos nucléicos e em menor extensão pelas proteínas e outras moléculas biologicamente importantes (DANIEL, 2000).
Uma fração importante da população de bactérias presente no esgoto sanitário faz parte da micro biota do trato gastrintestinal dos seres. Dentre elas, destaca-se o grupo das bactérias coliformes fecais, ou mais recentemente denominadas coliformes termo tolerantes, selecionado, por suas características, como organismo indicador de contaminação de águas de maneira geral.
Normalmente, os organismos indicadores não são causadores de doenças, porém estão associados à provável presença de organismos patogênicos de origem fecal na água. Além das bactérias não patogênicas, oriundas do trato intestinal de humanos e animais, os esgotos sanitários também contêm bactérias patogênicas que causam doenças gastrintestinais em humanos, como febre tifóide, cólera, diarréia e disenteria (Ex: Salmonella spp. e Shigella spp.). Geralmente, são os organismos patogênicos mais sensíveis à ação de desinfetantes físicos e químicos (GONÇALVES, 2003).
A região do espectro eletromagnético que compreende a radiação UV é particularmente indicada na inativação de microrganismos. A energia a ela associada, quando atinge importantes grupamentos bioquímicos, pode provocar lesões irreversíveis e organismos não hábeis à sobrevivência. Em 260 nm seu efeito germicida alcança eficiência máxima, atuando principalmente na dimerização de bases nitrogenadas nos ácidos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucléicas (RNA) (Skoog, 1994).
Em unidades de desinfecção o desempenho da radiação UV está vinculado principalmente a aspectos práticos do projeto, que incluem a configuração do reator fotoquímico (mecanismo de mistura do meio líquido e grau de refletividade do material empregado na sua construção), a manutenção da fonte luminosa e a composição físico-química do efluente (Phillips, 1983).
O processo de recuperação da água descartada segue conceitualmente o processo de remoção de material particulado, remoção de material dissolvido e remoção de material microbiológico por efeitos físicos de germicidas e coagulante e floculante.
Ele afirma que o processo de recuperação completa da água descartada do chiller de carcaça de frangos é perfeitamente viável tecnicamente de acordo com a metodologia proposta de forma a potabilizar e viabilizar as propriedades químicas e microbiológicas exigidas pela atual legislação e quesitos de fiscalização proposto pelo RIISPOA artigo 62 no qual o seu estudo foi testado.
Para mais informações sobre o método: jamurg@intech.bz
Fonte: Revista Digital da Água - Água Online 440 - Jornalista Cecy Oliveira
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas brasileiras!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
A aprovação de sua tese de mestrado sobre a reutilização da água de resfriamento de carcaças de frango foi o incentivo para que o engenheiro químico Jamur Gerloff pudesse oferecer ao mercado uma nova opção de reuso da água na área de alimentos. Especificamente os frigoríficos que abatem aves são grande consumidores de água potável.
Segundo Gerloff, no resfriador o gasto de água corresponde de 15 a 27% do total da água consumida por dia por um frigorífico. Por exemplo, um abate com 62.000 aves/dia poderá consumir 300 m³/dia, onde todo complexo consume 1200 m³/dia, o que corresponde a 25% da água consumida. Este consumo poderá ser reduzido persistindo somente a água oriunda do gelo introduzido com objetivo de redução da temperatura da água empregada no resfriamento de carcaças de frango.
Ele argumenta que existem dois atrativos ambientais e econômicos com a redução do consumo de água nesta etapa:
a) Redução direta da água potável captada e da água de efluente formada no processo produtivo;
b) Redução do consumo energético para resfriamento da água captada uma vez que a água condicionada no processo de potabilização irá ser reintroduzida com temperaturas mais inferiores que a água captada.
O especialistan lembra que em função da progressiva ausência de oferta de água potável em quantidade e qualidade, os projetos de reuso se tornam cada vez mais atrativos. E estudos que demonstrem viabilidade técnica e econômica acabam por ser cada vez mais de interesse da indústria de alimentos, que no seu processamento apresenta elevados consumos na sua natureza.
“Para a indústria, a água é essencial para seus processos produtivos. O uso racional ou eficiente da água é hoje pensamento constante em quase todos os segmentos industriais seja pelo impacto econômico que pode trazer, pela responsabilidade social assumida ou devido às políticas ambientais implementadas”, defende.
Ele informa que para os frigoríficos há um consumo obrigatório de água nos tanques de resfriamento de carcaça de frangos (Chillers de carcaças) conforme RIISPOA, normativa que pretende garantir um nível de potabilidade e controle de contaminações cruzadas entre carcaças das aves abatidas com o emprego de água numa taxa de consumo em relação ao número de carcaças introduzidas no Chiller. Seu projeto visou colaborar para redução do consumo da água no processo produtivo de abatedouros de aves uma vez que água hoje é observada como um limitado recurso no planeta Terra.
Uso do ultravioleta
A radiação UV insere-se no rol dos processos físicos de desinfecção de águas de abastecimento, dos quais fazem parte também a fervura e as radiações gama e solar. No emprego de agentes físicos, na ação do desinfetante prepondera a interferência na biossíntese e reprodução celular, como conseqüência dos danos fotoquímicos causados a seus ácidos nucléicos. O ácido desoxirribonucléico (DNA) é o responsável pelo controle das funções e pela reprodução das células.
O processo fotoquímico da desinfecção com radiação UV é responsável por uma baixa geração de subprodutos, portanto com mínimos riscos à saúde. (CAIRNS, 1999).
A radiação ultravioleta é uma forma estabelecida, bastante estudada e utilizada e de crescente aplicação como alternativa aos agentes químicos tradicionais usados no processo de desinfecção de águas residuárias (DANIEL, 2000) O efeito germicida desse tipo de energia foi reportado pela primeira vez por Downs e Blunt, 1877. Atualmente, o método de desinfecção por radiação ultravioleta começa a ganhar popularidade, principalmente nos países europeus, e a pesquisa e o desenvolvimento desse método têm aumentado bastante. Um dos fatores para sua popularização é o custo, que o torna competitivo economicamente se comparado à cloração. As primeiras instalações de desinfecção com radiação ultravioleta ocorreram na Suíça e na Áustria, em 1955, sendo que, em 1985, ambos os países contavam com aproximadamente 500 e 600 instalações respectivamente.
Estimativa da USEPA – United States Environmental Protection Agency – aponta para 3.000 instalações de desinfecção por UV em todo planeta, 2.000 no continente europeu e 1.000 nos EUA (WRIGHT & CAIRNES, 1998). A desinfecção com radiação ultravioleta normalmente emprega lâmpadas de baixa pressão de vapor de mercúrio. A inativação dos microrganismos ocorre quando a radiação UV penetra a parede celular e é absorvida pelos ácidos nucléicos e em menor extensão pelas proteínas e outras moléculas biologicamente importantes (DANIEL, 2000).
Uma fração importante da população de bactérias presente no esgoto sanitário faz parte da micro biota do trato gastrintestinal dos seres. Dentre elas, destaca-se o grupo das bactérias coliformes fecais, ou mais recentemente denominadas coliformes termo tolerantes, selecionado, por suas características, como organismo indicador de contaminação de águas de maneira geral.
Normalmente, os organismos indicadores não são causadores de doenças, porém estão associados à provável presença de organismos patogênicos de origem fecal na água. Além das bactérias não patogênicas, oriundas do trato intestinal de humanos e animais, os esgotos sanitários também contêm bactérias patogênicas que causam doenças gastrintestinais em humanos, como febre tifóide, cólera, diarréia e disenteria (Ex: Salmonella spp. e Shigella spp.). Geralmente, são os organismos patogênicos mais sensíveis à ação de desinfetantes físicos e químicos (GONÇALVES, 2003).
A região do espectro eletromagnético que compreende a radiação UV é particularmente indicada na inativação de microrganismos. A energia a ela associada, quando atinge importantes grupamentos bioquímicos, pode provocar lesões irreversíveis e organismos não hábeis à sobrevivência. Em 260 nm seu efeito germicida alcança eficiência máxima, atuando principalmente na dimerização de bases nitrogenadas nos ácidos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucléicas (RNA) (Skoog, 1994).
Em unidades de desinfecção o desempenho da radiação UV está vinculado principalmente a aspectos práticos do projeto, que incluem a configuração do reator fotoquímico (mecanismo de mistura do meio líquido e grau de refletividade do material empregado na sua construção), a manutenção da fonte luminosa e a composição físico-química do efluente (Phillips, 1983).
O processo de recuperação da água descartada segue conceitualmente o processo de remoção de material particulado, remoção de material dissolvido e remoção de material microbiológico por efeitos físicos de germicidas e coagulante e floculante.
Ele afirma que o processo de recuperação completa da água descartada do chiller de carcaça de frangos é perfeitamente viável tecnicamente de acordo com a metodologia proposta de forma a potabilizar e viabilizar as propriedades químicas e microbiológicas exigidas pela atual legislação e quesitos de fiscalização proposto pelo RIISPOA artigo 62 no qual o seu estudo foi testado.
Para mais informações sobre o método: jamurg@intech.bz
Fonte: Revista Digital da Água - Água Online 440 - Jornalista Cecy Oliveira
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