Presidente da Sabesp, dr Gesner Oliveira| Enviada: |
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| Para: | ||
| professorjarmuth@hotmail.com SOS Rios do Brasil |
Tomo a liberdade de compartilhar artigo publicado pelo jornal Brasil Econômico (Outros Pág. 18) em 12/12/2009.
O texto coincide com a realização da Conferência do Clima em Copenhague. A Sabesp faz parte da delegação brasileira, apresentando os avanços da Companhia na produção de energia limpa no dia 16/12/2009.
Abraço,
Gesner
Saneamento contra o aquecimento global
A Conferência do clima em Copenhague ressalta o caráter inadiável da ação de todos para reverter o aquecimento global. A Política de Mudanças Climáticas, promulgada em novembro pelo Governo de São Paulo, fixa a redução em 20% das emissões de gases-estufa até 2020. Dentre outros méritos, a iniciativa estimulou uma tomada de posição pelo governo federal.
A meta paulista se refere a uma redução baseada no nível de 2005. Seu cumprimento impedirá o lançamento de 24 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
O saneamento tem boas razões para lutar contra o aquecimento global. A elevação da temperatura aliada à instabilidade climática provoca efeitos nefastos sobre a disponibilidade de recursos hídricos e exacerba sua demanda. O setor tem muito a contribuir. Em 2008, a Sabesp realizou de forma pioneira inventário de emissões de gases-estufa.
A principal fonte de emissões diretas da empresa é a coleta e o tratamento de esgotos (93%). Em seguida estão as emissões indiretas do consumo de energia elétrica (3,7%).
As ações da Sabesp para reduzir as emissões podem ser divididas em quatro. Primeiro, a captura de carbono pelo plantio de 582 mil mudas em áreas de mananciais. A iniciativa deve resultar na captura de 86 toneladas de carbono por hectare até a maturidade da floresta.
Segundo, como toda empresa de saneamento, a Sabesp é eletro-intensiva, daí a importância das iniciativas de eficiência energética para reduzir seu consumo em quilowatt-hora (kWh) por metro cúbico de água produzida. A redução obtida em dois anos já equivale ao consumo de 15 mil residências.
Terceiro, destaque-se o investimento na produção de energia a partir de fontes alternativas. Em outubro foi lançado edital para construção de duas pequenas centrais hidrelétricas utilizando desníveis de represas operadas. No início de 2010, será lançado edital para uma pequena central térmica de 2,5 MW para queimar o biogás gerado na estação de tratamento de esgoto de Barueri. A preocupação em utilizar energia renovável também se estende à substituição de 1.150 veículos por modelos flex e à obrigatoriedade do uso de álcool.
Por fim, desde 2007 a empresa investiu mais de R$ 300 milhões para diminuir as perdas de água. Como resultado, as perdas caíram de 32% em 2006, para 27,5% em 2009, ante uma média nacional de cerca de 40%. O volume de água poupado é suficiente para abastecer mais de 1,5 milhão de pessoas. A meta é chegar a 13% em 2019, comparável à média dos países desenvolvidos.
Tais ações renderam à Sabesp o prêmio “Empresa Líder em Políticas Climáticas” da revista Época. Além disso, apenas doze empresas no Brasil participam da campanha Seal the Deal, iniciativa do Pacto Global de reunir signatários de todo o mundo no combate às mudanças climáticas. A Sabesp é uma delas.
No passado, preocupações ambientais estavam fora da agenda empresarial. No século XXI, não se concebe uma empresa alheia à sustentabilidade. Muito menos quando se trata do ciclo do saneamento. O desenvolvimento sustentável é agora uma missão coletiva. E a Sabesp está diretamente empenhada neste compromisso.
A meta paulista se refere a uma redução baseada no nível de 2005. Seu cumprimento impedirá o lançamento de 24 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
O saneamento tem boas razões para lutar contra o aquecimento global. A elevação da temperatura aliada à instabilidade climática provoca efeitos nefastos sobre a disponibilidade de recursos hídricos e exacerba sua demanda. O setor tem muito a contribuir. Em 2008, a Sabesp realizou de forma pioneira inventário de emissões de gases-estufa.
A principal fonte de emissões diretas da empresa é a coleta e o tratamento de esgotos (93%). Em seguida estão as emissões indiretas do consumo de energia elétrica (3,7%).
As ações da Sabesp para reduzir as emissões podem ser divididas em quatro. Primeiro, a captura de carbono pelo plantio de 582 mil mudas em áreas de mananciais. A iniciativa deve resultar na captura de 86 toneladas de carbono por hectare até a maturidade da floresta.
Segundo, como toda empresa de saneamento, a Sabesp é eletro-intensiva, daí a importância das iniciativas de eficiência energética para reduzir seu consumo em quilowatt-hora (kWh) por metro cúbico de água produzida. A redução obtida em dois anos já equivale ao consumo de 15 mil residências.
Terceiro, destaque-se o investimento na produção de energia a partir de fontes alternativas. Em outubro foi lançado edital para construção de duas pequenas centrais hidrelétricas utilizando desníveis de represas operadas. No início de 2010, será lançado edital para uma pequena central térmica de 2,5 MW para queimar o biogás gerado na estação de tratamento de esgoto de Barueri. A preocupação em utilizar energia renovável também se estende à substituição de 1.150 veículos por modelos flex e à obrigatoriedade do uso de álcool.
Por fim, desde 2007 a empresa investiu mais de R$ 300 milhões para diminuir as perdas de água. Como resultado, as perdas caíram de 32% em 2006, para 27,5% em 2009, ante uma média nacional de cerca de 40%. O volume de água poupado é suficiente para abastecer mais de 1,5 milhão de pessoas. A meta é chegar a 13% em 2019, comparável à média dos países desenvolvidos.
Tais ações renderam à Sabesp o prêmio “Empresa Líder em Políticas Climáticas” da revista Época. Além disso, apenas doze empresas no Brasil participam da campanha Seal the Deal, iniciativa do Pacto Global de reunir signatários de todo o mundo no combate às mudanças climáticas. A Sabesp é uma delas.
No passado, preocupações ambientais estavam fora da agenda empresarial. No século XXI, não se concebe uma empresa alheia à sustentabilidade. Muito menos quando se trata do ciclo do saneamento. O desenvolvimento sustentável é agora uma missão coletiva. E a Sabesp está diretamente empenhada neste compromisso.
Gesner Oliveira, doutor em Economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley, presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), professor da FGV-Eaesp e ex-presidente do Cade.
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