Falta d'água motiva ação policial em Chapecó
População ficou sem água no dia em que prefeitura assumiria o abastecimento
A municipalização da água em Chapecó virou caso de polícia, que está investigando supostos atos de sabotagem ao sistema. Parte da cidade ficou sem água na manhã de sábado, dia em que a prefeitura deveria assumir a operação de água e esgoto.
Enquanto bairros ficaram sem abastecimento, a água derramava em alguns reservatórios. O procurador geral do município, Tiago Etges, questiona:
— Tem sacanagem nisso — afirmou Etges.
Bate-boca
O diretor regional da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Milton Sander, convocou o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, para entregar o sistema no sábado. O prefeito foi até o prédio da gerência regional, que fica em frente à prefeitura, acompanhado de assessores.
Sander disse que seria permitida a entrada somente do prefeito no prédio onde havia funcionários esperando, e houve bate-boca.
O município conseguiu uma liminar do juiz Selso de Oliveira determinando que a Casan mantenha a operação do sistema até ocorrer a transição.
Nesta terça-feira, o procurador Etges pretende definir um cronograma de transição com a gerência regional da Casan. Depois de ser feito um relatório conjunto, a prefeitura vai assumir o sistema. O processo de transição deve levar de 15 a 20 dias.
Procurado pela reportagem do Diário Catarinense, Sander informou por telefone que não vai discutir o assunto pela imprensa, mas pela via judicial.
Entenda o caso
Em novembro o prefeito de Chapecó decretou a municipalização e o rompimento do contrato com a Casan, que iria até 2027. Rodrigues alegou má qualidade no serviço e risco na continuidade do abastecimento.
A prefeitura pretendia assumir a gestão da água e do esgoto no dia primeiro de dezembro. Mas a Casan conseguiu protelar a decisão com medidas judiciais. A estatal venceu em primeira instância, mas perdeu nos julgamentos posteriores, do Tribunal de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça.
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