Aliança BECE-RECOs
Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras
03/07/2010
O objetivo da estatal é eliminar parte do tráfego rodoviário, diminuindo a emissão de poluentes e os custos operacionais, que chegam a ser três vezes maior nas rodovias. Para a economista e ambientalista Amyra El Khalili, é preciso haver fiscalização rigorosa para evitar danos ambientais (leia texto).
As seis propostas recebidas pela estatal partiram de 13 empresas que se agruparam para participar da licitação. Ao todo, serão construídos 20 empurradores e 80 barcaças para efetuar o transporte. A análise técnica das propostas deve ficar pronta em um prazo que pode variar de 30 a 60 dias.
A ampliação do transporte fluvial prevista no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) deve utilizar, em um primeiro momento, 35% da capacidade da hidrovia. Atualmente, o eixo fluvial opera em 20% do que pode transportar.
“Foi feito levantamento recente, que aponta que a estrutura existente na hidrovia está comprometida pelos próximos três anos”, afirma o presidente do Consórcio Intermunicipal Tietê-Paraná (CITP), José Carlos de Mel-lo Teixeira, para quem “a iniciativa da Petrobras é muito positiva”.
O etanol produzido nas regiões Sudeste e Centro-Oeste será levado por meio da hidrovia até a Refinaria de Paulínia (Replan) e de lá seguirá para outros terminais. A segurança da operação ficará a cargo da Marinha, ao passo que a infraestrutura das vias fluviais será de responsabilidade dos departamentos ligados às secretarias estaduais de Transporte.
Qualificação
Para o comandante da Capitania Fluvial Tietê-Paraná, capitão-de-fragata Marco Antônio Dutra Janino, a mão-de-obra ligada ao setor necessita de qualificação. “As pessoas que vão conduzir essas embarcações precisam de cursos especiais para transportar carga perigosa, em face do risco à navegação, à tripulação e ao meio ambiente”, considera.
Segundo o comandante, as discussões envolvendo a condução de etanol têm sido feitas com frequência e incluem todos os setores interessados. “Os requisitos de segurança nessa operação são mais rigorosos”, diz. A hidrovia chegou a transportar combustível, mas apenas em caráter esporádico.
Os investimentos fazem parte da primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, mas não podem ser antecipados nem estimados em virtude de o processo licitatório não ter sido encerrado.
Aline Furlanetto
03/07/2010 07h00
Ambientalista reivindica fiscalização
Segundo a pesquisadora, o Ministério Público Federal (MPF) já manifestou entendimentos de que é preciso mais fiscalização no transporte via fluvial. “É algo que deve ser feito com limitação de carga. Acho importante resgatar o transporte hidroviário, mas ele é delicado”, aponta.
O problema, na avaliação de Amyra, reside na outra ponta do processo: a produção agrícola excessiva, nos casos da soja e da cana-de-açúcar. “Quando o agronegócio produz muito, ele estressa”, afirma a ambientalista, para quem o excesso de produção exige as formas novas de transporte.
Segundo a Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável pelo projeto de utilização da hidrovia, a condução fluvial é menos poluente. Segundo a assessoria de imprensa da estatal, os procedimentos feitos pelos rios substituirão 40 mil viagens de caminhão. A opção de transporte também emite um quarto de gás carbônico (CO2) do que é produzido pela forma rodoviária. (JGD)
"O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder." William Shakespeare |
SAIBA MAIS SOBRE A HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ
A Hidrovia Tietê - Paraná é uma via de navegação situada entre as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, que permite a navegação e conseqüentemente o transporte de cargas e de passageiros ao longo dos rios Paraná e Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos desníveis das muitas represas existentes nos dois rios.
É uma via muito importante para o escoamento da produção agrícola dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas Gerais. A hidrovia movimentou 2 milhões de toneladas de carga no ano de 2001. Possui 12 terminais portuários, distribuídos em uma área de 76 milhões de hectares. A entrada em operação desta hidrovia impulsionou a implantação de 23 pólos industriais, 17 pólos turísticos e 12 pólos de distribuição. Gerou aproximadamente 4 mil empregos diretos.
Extensão
Segundo o projeto, a hidrovia permite a navegabilidade no rio Piracicaba, desde o encontro com o rio Tietê até 22 km a montante, no rio Tietê, desde a cidade paulista de Conchas até o encontro do Tietê com o Paraná, numa extensão de 554 km, no rio Paranaíba, desde a base da barragem da Usina Hidrelétrica de São Simão até ao encontro com o rio Paraná, numa extensão de 180 km, no rio Grande, desde a base da barragem da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha até ao encontro do rio Grande com o rio Paraná, numa extensão de 59 km, no rio Paraná desde o encontro dos rios Grande e Paranaíba, até a barragem da Usina Hidrelétrica de Itaipu, numa extensão de 800 km e no canal Pereira Barreto, que liga a barragem Três Irmãos da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, no rio Tietê, ao rio São José dos Dourados, afluente da margem esquerda do rio Paraná, no Estado de São Paulo, numa extensão de 53 km.
Traçado da Hidrovia
Rio Tietê
Fontes:
Km | Descrição | Local |
---|---|---|
km 0 | Início do trecho navegável | Mogi das Cruzes (SP) |
km x | Barragem da Penha - Sem Eclusa | São Paulo (SP) |
km x | Trecho navegável de 41km | |
km x | Barragem de Edgar de Souza - Sem Eclusa | Santana de Parnaíba (SP) |
km x | Barragem em Pirapora do Bom Jesus - Sem Eclusa | Pirapora do Bom Jesus (SP) |
km x | Corredeiras - Trecho não-navegável | Salto (SP) |
km x | Passagem por cidade | Tietê (SP) |
km x | Eclusa de Barra Bonita | Barra Bonita (SP) |
km x | Eclusa de Bariri | |
km x | Eclusa de Ibitinga | |
km x | Eclusa de Promissão | |
km x | Eclusa de Avanhandava | |
km x | Eclusa de Três Irmãos | |
km x | Conexão com o Rio Paraná |
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