A fotocatálise heterogênea utilizando energia solar tem sido estudada para aplicação na descontaminação ambiental há muito tempo. A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) avalia maneiras de aplicar o conhecimento científico existente na descontaminação de efluentes agrícolas contendo compostos organofosforados, buscando a viabilidade do processo. Esses efluentes são uma importante fonte de contaminação ambiental. Podem ser gerados durante a fabricação dos pesticidas, na lavagem dos frascos contendo pequenas quantidades de resíduos e até na lavagem do próprio equipamento utilizado para aplicação. “Assim, é de fundamental importância captar o efluente gerado, descontaminá-lo e reutilizá-lo na própria lavagem dos equipamentos para que haja uma redução no nível de contaminação do solo, dos trabalhadores e também uma redução no consumo de água, explica a pesquisadora Vera Ferracini da Embrapa Meio Ambiente. “Os estudos desenvolvidos para remoção dos pesticidas presentes em efluentes agrícolas foram realizados apenas em escala de laboratório para constatar a eficiência do processo na remoção de organofosforados, esclarece Márcia Assalin, Analista do Laboratório de Resíduos e Contaminantes - LRC da Embrapa Meio Ambiente. Este estudo fez parte de projeto coordenado pela Professora Simone Raquel da Silva, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso - Cefet- MT, financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do estado de Mato Grosso – Fapemat. O objetivo foi o desenvolvimento de um sistema de tratamento eficiente, simples e economicamente viável para implantação direta em fazendas que sejam geradoras deste tipo de resíduo. A avaliação da eficiência do processo é feita pela avaliação de diferentes parâmetros, como Carbono Orgânico Total, identificação e quantificação de cátions e ânions formados durante a degradação, quantificação do pesticida efetivamente presente no efluente e sua razão de degradação, além da avaliação da formação de produtos de degradação. Conseguiu-se isso utilizando os diferentes equipamentos que compõem a infra-estrutura do LRC, além das metodologias desenvolvidas no laboratório. Outro parâmetro de avaliação é o teste de toxicidade, realizado pelo pesquisador Claudio Jonsson do laboratório de Ecotoxicologia da Embrapa Meio Ambiente.
(EQUIPAMENTO PARA FOTOCATALISE)“Na fotocatálise heterogênea é possível a transformação de poluentes orgânicos em moléculas mais simples como dióxido de carbono, amônia, metano e água gerando espécies químicas menos tóxicas que as pré-existentes”, diz Ferracini. “Baseia-se no uso de catalizadores semicondutores que, no processo, fazem a fotorredução na degradação mediante a irradiação solar. Nesse caso, foi utilizado o oxido de titânio (TIO2 ) pois apresenta vantagens devido a sua não toxidade e sua estabilidade química numa ampla faixa de pH, além de uma capacidade de adsorção na partícula durante a degradação”. Conforme Assalin, o reator solar - sistema físico onde ocorre a degradação, é constituído de uma placa de vidro sinterizada, sob a qual é imobilizado o catalisador envolvido no processo (TiO2). Quando o efluente a ser tratado entra em contato com o sistema, ocorre a degradação de seus componentes devido a ativação do catalisador mediante a irradiação solar. Pelos resultados obtidos, a fotocatálise heterogênea solar constitui um eficiente processo de tratamento de efluentes agrícolas contendo pesticidas fosforados, obtendo-se até 80% de remoção da matéria orgânica, no caso do efluente resultante da aplicação do produto comercial cujo princípio ativo é o Paration Metílico Outro aspecto importante foi a sua eficiência na remoção também dos produtos de degradação formados durante o tratamento, o que resultou na diminuição da toxicidade do efluente. Os pesticidas estudados pertencem a classe dos organofosforados, sendo os princípios ativos estudados: Monocrotofós, Metamidofós, Malation, Paration Metílico - organofosforados são compostos orgânicos que contém fósforo como parte da molécula e são amplamente utilizados na agropecuária como inseticidas, herbicidas e reguladores do crescimento das plantas. Apresentam um efeito tóxico mais agudo para os seres humanos e outros mamíferos do que os organoclorados. Essa classe de compostos é a responsável pelo maior número de intoxicações e mortes no país. Foram selecionados a partir de uma relação dos produtos mais utilizados pelos agricultores do Estado do Mato Grosso, nas culturas de soja e algodão, os quais representam maior volume de vendas na região. Cristina Tordin Jornalista, MTB 28499 Embrapa Meio Ambiente
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