Apagão atingiu oito estados do Nordeste na madrugada desta sexta-feira (4) (Foto: Marco Aurélio Martins/Agência A Tarde/AE)
Falha em sistema de proteção provocou pane no NE, diz Chesf - com comentários de João Suassuna
Diretor diz que energia já foi restabelecida nos 8 estados atingidos. Companhia diz querer passar "mensagem de tranquilidade".A pane que atingiu Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte na noite de quinta-feira (3) e início da madrugada desta sexta (4) ocorreu devido a uma falha no circuito eletrônico da subestação Luiz Gonzaga, no município de Jatobá, em Pernambuco, segundo disse, nesta sexta-feira, o diretor de operações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, Mozart Bandeira Arnaud."Houve uma falha em um componente eletrônico, a cartela, que faz parte do sistema de proteção da subestação. Sem ter havido nenhum problema, por um defeito eletrônico, ele deu ordem para desligar a subestação. Isso às vezes pode acontecer, mas como a instalação era muito grande, os efeitos foram sentidos em várias regiões", afirmou. Os sistemas de três usinas foram atingidos: Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga.
A pane que atingiu Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte na noite de quinta-feira (3) e início da madrugada desta sexta (4) ocorreu devido a uma falha no circuito eletrônico da subestação Luiz Gonzaga, no município de Jatobá, em Pernambuco, segundo disse, nesta sexta-feira, o diretor de operações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, Mozart Bandeira Arnaud.
"Houve uma falha em um componente eletrônico, a cartela, que faz parte do sistema de proteção da subestação. Sem ter havido nenhum problema, por um defeito eletrônico, ele deu ordem para desligar a subestação. Isso às vezes pode acontecer, mas como a instalação era muito grande, os efeitos foram sentidos em várias regiões", afirmou. Os sistemas de três usinas foram atingidos: Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga.
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De acordo com o diretor, a energia já foi restabelecida em todos os estados atingidos, podendo haver falhas pontuais que deverão ser corrigidas.
Segundo nota da companhia, quase toda a Região Nordeste do país ficou às escuras a partir das 23h30 (horário local) - 0h30 (horário de Brasília). O fornecimento de energia foi retomado parcialmente às 4h, em Alagoas.
Só na Bahia, segundo a Companhia de Eletricidade do estado (Coelba), 4,2 milhões de consumidores foram afetados. O sistema foi completamente normalizado às 3h36 (horário local).
"Em oito anos que estou na direção da companhia, nunca foi registrada uma ocorrência como essa. Foi a primeira vez. Quero passar uma mensagem de tranquilidade para as pessoas. Não tem como acontecer novamente", disse Arnaud. Segundo ele, como prática, esse apagão será exaustivamente analisado pela Chesf.
A assessoria de imprensa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que está em processo de apuração do ocorrido e deve se manifestar ainda nesta sexta sobre as causas do apagão. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disse que aguarda um relatório detalhado do ONS para fornecer informações oficiais sobre o apagão.
Comentários
João Suassuna - joao.suassuna@fundaj.gov.br
Na nossa saga decana em defesa do rio São Francisco, já fomos chamados de maus nordestinos, xiitas e até de técnicos que costumam colocar “areia nas coisas”. Esse apagão em todo o Nordeste já havíamos previsto, faz tempo. A explicação consta no nosso livro sobre a transposição e resume-se no seguinte: a Chesf já explorou, e com muita competência, praticamente todo o potencial gerador do Velho Chico.
Temos atualmente, na região, cerca de 10 mil MW de potência instalada, sem possibilidades de maiores expansões. Essa potência instalada gera anualmente, cerca de 50 milhões de MW/h. Com o ritmo de crescimento obtido no Nordeste nos últimos anos (4 a 6% do PIB), e para a sua manutenção, havia uma expectativa da Chesf , de nos próximos 10-12 anos, dobrar a geração dos nordestinos (cerca de 100 milhões de MW/h).
Nesse caso, sem os investimentos necessários no setor, o sistema elétrico apagaria. Isso é fácil de entender, porquanto a demanda de energia elétrica, com aqueles percentuais de crescimento apresentados, costuma ocorrer em cerca de 2% acima do crescimento do PIB, ou seja, se nosso crescimento nos últimos anos ocorreu na faixa de 6% ao ano, a demanda de energia elétrica, seguramente foi de 8%. Ora, o sistema gerador do Nordeste (hoje interligado com o sistema nacional de geração) já vinha apresentando sinais de debilidade.
Os reservatórios das principais hidrelétricas do país (incluindo aí as existentes no rio São Francisco), costumeiramente, vêem apresentando níveis críticos de acumulação. A prova disso é que a bateria de termelétricas do Nordeste já vinha operando em potência máxima, auxiliando um sistema gerador hidrelétrico cambaleante. Não deu outra: se o sistema elétrico nordestino, nas condições apresentadas acima, é demandado, e não havendo energia suficiente para o pronto atendimento àquela demanda, acontece o inevitável: apaga tudo. Na nossa avaliação foi o que aconteceu. Nesse tipo de ocorrência, já estamos acostumados a ouvir as explicações das autoridades do setor elétrico para o apagão havido. No mínimo aquele “raio treloso”, que já provocou outros apagões de igual magnitude no país, certamente irá voltar à cena.
O nosso livro, sobre o projeto da transposição do rio São Francisco poderá ser obtido, via internet, através da editora Porto de Idéias.
É o Núcleo de Estudos do Semiárido (NESA), da Fundação Joaquim Nabuco, divulgando a realidade do Nordeste seco.
Falha em sistema de proteção teria causado apagão no NE, diz Lobão
O apagão registrado em sete Estados do Nordeste na madrugada desta sexta-feira teve como provável causa a pane de um equipamento em uma subestação de energia localizada em Pernambuco, segundo informou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
| 2011-02-04, 12:50
O blecaute atingiu Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O defeito teria ocorrido na subestação Luiz Gonzaga, no município pernambucano de Jatobá (próximo à divisa com a Bahia). A falha, segundo Lobão, teria sido no sistema de proteção do local, o que desligou uma linha de transmissão de 500 kV.
Depois disto, à 0h25 desta sexta-feira, mais seis linhas de transmissão foram desativadas, ativando o sistema de proteção da rede. Isto levou ao desligamento de três usinas: Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga.
Para evitar que o blecaute atingisse o país, o Operador Nacional do Sistema (ONS) isolou imediatamente toda a região Nordeste.
O trabalho de religamento da energia na região começou à 1h e só terminou por volta de 6h, segundo a ONS. O Estado que ficou mais tempo sem energia foi o Rio Grande do Norte, onde o serviço foi restabelecido às 4h (horário de Brasília).
O ministro disse que o apagão não é motivo para preocupação. "O nosso sistema funciona muito bem", afirmou Lobão. "Tem falhas em todos os países do mundo".
Na próxima segunda-feira, uma reunião entre o ministro, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a ONS irá discutir as causas do apagão.
É o Núcleo de Estudos do Semiárido (NESA), da Fundação Joaquim Nabuco, divulgando a realidade do Nordeste seco.
por João Suassuna — Última modificação 04/02/2011
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