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1 de fevereiro de 2009

Cantinho Literário: "O RIO DE MINHA INFÂNCIA (X)


Caro Profº Jarmuth

Que bom que gostou do meu texto. Amo esse Rio São Francisco. Não gostaria que o desviassem do seu caminho.

LUTEM por isso!

Junto seque o texto que pode ser usado para essa luta como bem entender.

Abraços da sua admiradora,

Maria Eneida.


Rio São Francisco

(O rio da minha infância)

Eneida

O rio S. Francisco é rico em lendas.
Ouvi muito de suas historias contadas por uma preta velha, empregada de uma tia, onde passava minhas férias.Lendas sobre o Minhocão, uma cobra enorme que ficava por debaixo das casas ribeirinhas, derrubando-as.
Divertia-se também, dando pancadas com o rabo nas embarcações, tentando afunda-las. O Cabloco Dágua era uma criatura fantástica que dominava água e peixes. Mas o que mais me seduzia era a Mãe Dágua – sereia dos nossos rios.

Para os barranqueiros o rio dorme quando é meia noite. Nesse momento, tudo pára; os peixes deitam no fundo do rio, as cobras perdem o veneno e a Mãe Dágua vem para fora procurando uma canoa. Senta-se nela para pentear os longos cabelos. Quem vê a mãe dagua é castigada; fica com o olhar vazio, andando sem destino certo. Perde o juízo e o coração.

Adorava essas historias cheias de mistério e encantamento. O rio S. Francisco faz parte da minha infância. Meus tios de Lagoa da Prata, eram fazendeiros e pescadores. Com eles aprendi muito de seus mistérios. Um tio deixava quinze anzóis, de espera, nas barrancas do rio. No dia seguinte, íamos numa canoa puxando os anzóis para pegar os peixes. Num certo dia, em que fui levando uma amiga, só no décimo quinto(anzol havia um enorme peixe. Meu tio com grande dificuldade jogou-o dentro da canoa – pulava dando rabanadas , quase nos jogando no rio. Nunca passei tanto medo! Mas, com grande perícia o tio ensinou-me como matar um peixe raivoso. Segurou bem sua boca, e foi abrindo-a ate dar um estalo, matando-o e nos deixando tranqüilas.

Ah! Rio S. Francisco das pescarias e das terríveis enchentes!
Tio Bento e tia Elza moravam numa bela fazenda, quase às margens do grande rio.
Certa vez, ouvi contar, de uma famosa enchente. O rio foi crescendo, crescendo, ate suas águas chegarem à porta da fazenda! Meu tio, quando viu que seriam arrastados pelas águas, colocou a família numa grande canoa, tentando se salvar.

Minha tia contava: À noite chegando, o rio subindo e arrastando tudo que encontrava; casas, arvores, animais, ratos, cobras...Parecia um pesadelo! Felizmente se salvaram e puderam nos contar tamanha proeza.

Meus tios, fazendeiros de suas barrancas, quase todo ano, perdiam parte de suas lavouras e nós, da família, sofríamos juntos. E, agora velho Chico? Esta mesmo envelhecendo? Já não vejo falar de suas enchentes, de suas fortes águas derrubando tudo. Ou será que eu é que estou envelhecendo e já não procuro mais as suas barrancas?!

Fica firme, rio da minha infância. Eu estou querendo ir longe; aumentar as minhas águas e derrubar tudo que vier pela frente. Não pretendo morrer tão cedo!
Faça o mesmo, velho Chico, rio da minha infância!

MARIA ENEIDA NOGUEIRA GUIMARÃES

Escritora e Poeta participante dos concursos literários da Academia Pontagrossense de Letras e Artes
Com três livros publicados:
Na poesia “Shava-Um grito de Libertação”
Especiais: “Textos Poéticos”(Infanto-Juvenil);
Inúmeras crônicas: “Um Passado tão Presente.”


O RIO SÃO FRANCISCO

O rio São Francisco, também chamado de Opará, como era conhecido pelos indígenas antes da colonização, ou popularmente de Velho Chico, é um rio brasileiro que nasce na Serra da Canastra no estado de Minas Gerais, a aproximadamente 1200 metros de altitude, atravessa o estado da Bahia, fazendo a divisa ao norte com Pernambuco, bem como constituindo a divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas. Por fim, desagua no Oceano Atlântico, na região nordeste do Brasil.

Com 2.830 km de extensão, e drenando uma área de aproximadamente 641.000 km², o rio São Francisco nasce no estado de Minas Gerais, na Serra da Canastra, desemboca no Oceano Atlântico, entre Sergipe e Alagoas. Apresenta dois estirões navegáveis: o médio, com cerca de 1.371 km de extensão, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) / Petrolina (PE) e o baixo, com 208 km, entre Piranhas (AL) e a foz, no Oceano Atlântico.

O rio São Francisco atravessa regiões com condições naturais das mais diversas. As partes extremas superior e inferior da bacia apresentam bons índices pluviométricos, enquanto os seus cursos médio e sub-médio atravessam áreas de clima bastante seco. Assim, cerca de 75% do deflúvio do São Francisco é gerado em Minas Gerais, cuja área da bacia ali inserida é de apenas 37% da área total.

Transposição do Rio São Francisco - LEIA MAIS


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Um comentário:

  1. Foarte interesant ce ai postat.M-am uitat pe blogul tau si imi place ce am vazut chiar e frumos si interesant.Felicitari si sigur am sa mai revin!

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