09/05/2009 - Folha Online
A cheia dos rios da região do baixo Amazonas, no Pará, está obrigando ribeirinhos a dormir em canoas, que boiam dentro das casas inundadas. Segundo a Defesa Civil do Estado, essa é uma das maneiras encontradas pelas populações tradicionais para continuar nas moradias. Nas áreas rurais, a maior parte delas está inabitável. Ficando nas canoas, as pessoas tentam evitar também o contato com a água, que muitas vezes está contaminada.
Há preocupação dos ribeirinhos com o gado. Os bois têm conseguido sobreviver porque os donos constroem plataformas altas sobre os rios, nas quais os animais ficam até as águas baixarem. Até agora, não foram registradas perdas. Há também o receio de doenças. Kits com remédios estão sendo enviados em balsas, assim como substâncias para purificar a água.
Com a cheia, 17 municípios estão em situação de emergência no oeste do Pará.Cerca de 177 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente pela chuva na região. Ao menos 1.084 estão desabrigadas. Outras 23 mil estão desalojadas - orando com amigos ou parentes. Um bebê morreu afogado. Os dados são da Defesa Civil.
Ontem, em Santarém, as águas prejudicavam até o centro comercial, fato raro mesmo na época de chuvas. No Amazonas, o governo do Estado diz que o objetivo dos prefeitos é conseguir mais dinheiro e ajuda humanitária (cestas de alimentos, material de limpeza e kits de abrigos, além de colchões e cobertores).
Há dois meses, a população do Amazonas sofre com a enchente da bacia amazônica. O governo decretou situação de emergência nos 62 municípios.
No Nordeste, a chuva causou prejuízos de cerca de R$ 1 bilhão, de acordo com o balanço parcial feito pelo Ministério da Integração Nacional.
Os números foram divulgados ontem, em Natal (RN), pelo ministro Geddel Vieira Lima, durante um fórum que reuniu governadores da região.
Desde abril, cerca de 185 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Ao menos 34, de seis Estados nordestinos, morreram por causa das chuvas.
Um dia após dizer ser inútil enviar dinheiro neste momento para reconstruir os Estados atingidos pelas cheias, o ministro voltou a dizer que recursos para obras emergenciais ainda não têm previsão para liberação. Mas afirmou que, neste ano, a ajuda federal vai ser mais rápida do que em 2008.
Anfitrião do fórum, o Rio Grande do Norte, por exemplo, vai receber, só agora, R$ 7 milhões relativos a verbas anunciadas ainda no ano passado pelo governo federal para o combate às cheias. A Defesa Civil local calcula que somente os setores de carnicicultura e extração de sal já acumulam prejuízos de R$ 40 milhões.
No Ceará, Estado com o maior número de mortos (12) no Nordeste, 43.968 pessoas já deixaram suas casas. Até ontem, 821 casas foram destruídas e 7.021, danificadas. O governo local estima serem necessários R$ 95 milhões.
O número de municípios em situação de emergência no Nordeste chegou ontem a 160 -ao menos uma em cada 11 prefeituras fez a solicitação. (Folha Online)
Enchentes: rio Tapajós está prestes a transbordar
Quarta-Feira, 13/05/2009 - Diário do Pará
Apenas dez centímetros do cais de arrimo separam o centro de Santarém de uma inundação ainda maior pelas águas do rio Tapajós. Quem deu o alerta foram os comandantes das embarcações que ancoram diariamente na área entre as travessas Senador Lemos e Silva Jardim. Nesse trecho, por ser mais baixo, o nível da água está a um palmo de sobrepor o cais de arrimo e provocar um alagamento de proporções devastadoras na área comercial da cidade.Quarta-Feira, 13/05/2009 - Diário do Pará
Medições feitas pela Delegacia Fluvial, na manhã de ontem, revelam que o nível do Tapajós continua subindo em ritmo acelerado e já atingiu a marca de nove metros e seis centímetros, a maior da história de Santarém. Um novo alerta emitido esta semana pelo Serviço Geológico do Brasil confirma que a região amazônica está vivendo a maior enchente dos últimos 156 anos. Pesquisas realizadas pelo historiador santareno Hélcio Amaral mostram que uma enchente semelhante a esta foi registrada por volta de 1853. VEJA MAIS
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ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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