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28 de maio de 2009

A CAPITAL GAUCHA RECEBERÁ US$ 169 MILHÕES PARA SANEAMENTO



Água Online - Nº 436
Arroio Dilúvio: esgoto a céu aberto.












US$ 169 milhões para tratar esgoto em Porto Alegre

A capital gaúcha - que tem fama internacional pela beleza de seu por-do-sol - começa somente agora a diminuir o passivo ambiental representado por cerca de 70% dos esgotos domésticos lançados sem tratamento no Lago Guaíba, principal fonte de abastecimento a seus mais de 1,5 milhão de habitantes. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura de Porto Alegre assinaram um contrato de empréstimo para a execução do Programa Sócio-Ambiental Integrado da cidade de Porto Alegre (PISA).

A iniciativa prevê ações junto às águas do Lago Guaíba e Arroio Cavalhada, redução do risco de inundações, assim como melhoria da qualidade ambiental urbana. As principais linhas de ação:

1) Melhorar a qualidade da água do lago Guaíba e do Arroio Cavalhada;
2) Desenvolver infraestrutura urbana para reduzir o risco de inundações ao longo do Arroio Cavalhada;
3) Melhorar a qualidade da gestão do meio ambiente do município de Porto Alegre; e
4) Promover serviços municipais eficientes de água, saneamento e drenagem de águas pluviais.

O programa será executado pela Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico e receberá investimentos de US$ 169 milhões, sendo que US$ 83,2 milhões correspondem a recursos do BID.

Além de restaurar a qualidade da água ao longo do lago Guaíba e Arroio Cavalhada, o programa deve incrementar a porcentagem do tratamento de águas residuais da cidade de 27% para 77%. O empréstimo foi concedido com um prazo de 25 anos, com período de carência de cinco, e uma taxa de juros variável.

Prevenção de entupimento dos esgotos. O bom exemplo da Cesan












A área de Educação Ambiental da Cesan cemoçou a executar no dia 25 de maio o “Projeto Gordura Zero” em estabelecimentos comerciais ligados à área de preparo de alimentos, como restaurantes e hotéis, no Centro de Vitória.

O objetivo do projeto é diminuir o lançamento do óleo de cozinha nas redes coletoras, evitando entupimentos e vazamentos de esgoto nas ruas, além de contribuir para maior eficiência do tratamento e preservação do meio ambiente. O trabalho consiste em abordar os responsáveis pelos imóveis e distribuir folders do projeto contendo informações sobre a importância da caixa de gordura e da destinação adequada do óleo de cozinha usado. Os técnicos também se disponibilizam a dar palestras sobre o tema para os estabelecimentos.

A ação tem caráter educativo e conta com a parceria da área de manutenção de redes de esgoto.

O Regulamento dos Serviços Públicos de Água e de Esgotos da Cesan diz, em seu artigo 49, inciso IV, que não é permitido lançamento nos sistemas públicos de esgotamento sanitário de despejos que acarretem obstruções na rede.

Nesse sentido, a caixa de gordura é parte importante das instalações hidrossanitárias dos imóveis, porque retém a gordura e evita que se solidifique dentro das tubulações, causando entupimento. A caixa de gordura também reduz o odor presente no esgoto, além de evitar vazamentos na rede pública. Tanto a gordura que é recolhida na cozinha quanto na caixa não devem ser lançadas na rede pública de esgoto.

Os resíduos gordurosos de cozinhas industriais e domésticas podem ser vendidos para indústrias de reciclagem, que os transformam em biodiesel, sabão, entre outros produtos. Além de gerar renda, a reciclagem dos resíduos gordurosos evita o entupimento das redes internas de esgoto dos imóveis, do sistema público de coleta e reduz a poluição do meio ambiente.

O recolhimento dos resíduos gordurosos é muito simples, independente se forem comercializados ou não. No caso do óleo usado, basta armazená-lo em recipientes como garrafas PET, latas ou tonéis retornáveis. No caso da caixa de gordura, os resíduos devem ser acondicionados em sacolas plásticas.

Depois de serem devidamente acondicionados, os resíduos podem ser comercializados ou doados para reciclagem ou destinados para aterros sanitários. Algumas empresas também trocam os resíduos por produtos, como materiais de limpeza.

O Programa em detalhes
O Pisa irá ampliar a capacidade de tratamento de esgotos na cidade dos atuais 27% para 77%.
Conta com financiamento pelo BID de US$ 83,2 milhões, equivalentes a cerca de R$ 203 milhões.
Beneficia diretamente mais de 295 mil habitantes.
- No total, até a conclusão do projeto, deverão ser investidos R$ 586,7 milhões.
- Além dos recursos do BID, a iniciativa conta com financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF), no valor de R$ 316,2 milhões e investimentos municipais de R$ 67,1 milhões.

Outros benefícios:
Projeto visa também a redução do risco de inundações ao longo do Arroio Cavalhada;
Melhoria da qualidade ambiental urbana;
Reassentamento de 1.680 famílias que hoje vivem em área de risco às margens do Arroio Cavalhada.

O que já está concluído:
60 km, de um total de 80, de redes coletoras de esgoto na Restinga e Ponta Grossa (90% da obra concluída).
26,6 km, de um total de 64 km de redes coletoras na Cavalhada.
60,03% da reforma da Estação de Bombeamento (EBE) na Ponta da Cadeia concluída.

Próximos passos:
Construção da chaminé de equilíbrio do Cristal, futuro ponto turístico.
Emissário subaquático, que será construído dentro do Guaíba, cuja função será bombear o esgoto para a futura Estação de Tratamento Serraria. Fonte: Água Online - 29/05/2009 a 06/06/2009 - Revista Digital da Água

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