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28 de maio de 2009

PESQUISAS DA ESALQ BUSCA ECONOMIA E EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO


Estudos da Esalq sobre irrigação visam usar menos água com eficiência produtiva

Por Redação da Agência USP de Notícias 28/05/2009

Uma série de pesquisas desenvolvidas na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, busca utilizar menos água e obter a mesma eficiência produtiva em técnicas de irrigação. “Os métodos que consomem mais água no meio agrícola estão sendo substituídos gradativamente por métodos que consomem menos água, o que mostra uma significativa conscientização por parte de produtores e da comunidade científica”, comenta o professor Tarlei Arriel Botrel, do departamento de Engenharia Rural (LER) da Esalq.

Botrel é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Irrigação e Drenagem da Esalq. O maior desafio dos pós-graduandos é encontrar novos métodos de irrigação utilizando microtubos, material feito de polipropileno que varia de 0,6mm a 1,5mm de diâmetro interno.

Na microirrigação ou irrigação localizada, existe o sistema por microaspersão e por gotejamento. Na microaspersão, a vantagem é que se consegue atender as necessidades hídricas das plantas, tanto nos solos argilosos como nos arenosos. A água é lançada sob a copa das plantas, mas para compensar a irregularidade de pressão ao longo da tubulação, até chegar a cada planta, os pesquisadores da Esalq construíram um sistema de microaspersão com microtubos.
“O microtubo é um emissor simples, de baixo custo, com o grande benefício de melhor adaptação em condições de topografias onduladas e montanhosas”, lembra Ceres Duarte Guedes Cabral de Almeida, que em seu doutorado abordou essa questão e fora premiada, na categoria Agronegócio, na Olimpíada USP de Inovação em 2008.

Vazão constante
Outro desafio vencido foi garantir a vazão constante de água ao longo dos tubos, de modo que toda a área de raízes receba a quantidade ideal de água. “Quando a irrigação não é homogênea, há perda de água ou queda na produtividade”, lembra Botrel.

“Temos no mercado vários sistemas disponíveis, como o gotejador autocompensante, que apresenta uma membrana de silicone para controlar a liberação de água de modo homogêneo. Esse dispositivo, embora eficiente, apresenta as desvantagens de encarecer o emissor e de sofrer fadiga, perdendo qualidade com o tempo de uso”, afirma Alexsandro Claudio dos Santos Almeida, pós-graduando que investigou a aplicação dos microtubos para hortas agrícolas.

As pesquisas partem do princípio da variação do comprimento dos tubos ao longo da matriz, sendo que os primeiros são mais compridos, o que garante uma vazão homogênea, uma vez que a queda de pressão ao longo do percurso é compensada pela variação no comprimento. Está garantido assim o mesmo efeito de um equipamento autocompensante, sendo ofertado por um sistema mais barato (atualmente o custo por hectare da irrigação localizada gira em torno de R$3 mil a R$4 mil), que não sofre ataque químico e apresenta uma durabilidade estendida.

Os resultados obtidos em laboratório atendem ao conceito da irrigação de precisão. A premissa considera que cada planta se desenvolve de maneira particular, processo atrelado a fatores como clima, solo e variabilidade genética, por exemplo. Então é feita uma análise da planta em questão e fica estabelecida a demanda hídrica, atendendo a ela especificamente.

A variação topográfica também deixa de ser um problema a partir da definição de comprimentos dos microtubos que estejam adequados às ondulações do terreno. “Inovamos sob dois enfoques: permitir a mesma vazão, independente da variação da pressão, e variar a vazão de modo controlado, possibilitando assim irrigação de precisão”, finaliza Botrel. FONTE:(Envolverde/Agência USP de Notícias)

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