Menos 40% das escolas brasileiras têm acesso ao serviço de coleta de esgoto. O dado é da pesquisa “A falta que o esgoto faz”, realizada pelo Instituto Trata Brasil e pela Fundação Getúlio Vargas.
Divulgada na última terça-feira (24/11) na cidade de São Paulo (SP), a pesquisa revela que a velocidade da queda do déficit de saneamento básico no Brasil aumentou nos anos de 2007 e 2008, mas tal desempenho não influenciou o atendimento às instituições de ensino.
Enquanto que no período a queda no déficit do país foi de 4,18%, o número de escolas com acesso ao serviço subiu de 39,27%, em 2007, para 39,58% no ano seguinte. Esse crescimento significa que cerca de 1.400 escolas passaram a ter disponível o serviço de coleta, num universo de cerca de 200 mil unidades de ensino. Mais de 118 mil escolas continuam sem coleta de esgoto.
Entre as capitais, Belo Horizonte (MG) é a que apresenta melhor índice de rede de esgotos nas escolas (99,5%). O pior dado é de Porto Velho (RO) com apenas 9,31%.
Segundo o coordenador da pesquisa, o economista Marcelo Neri, a chance de uma criança de 1 a 6 anos morrer por falta de saneamento básico é de 22%.
Em relação a outros serviços, 63% das escolas têm abastecimento de água, mesmo índice de instituições que têm coleta periódica de lixo. 88% têm energia elétrica.
Panorama nacional
Na velocidade que a queda do déficit de saneamento básico no Brasil ocorreu de 1992 a 2006, o país demoraria 56 anos para atingir a meta do milênio proposta pela ONU – reduzir à metade o déficit até 2015. Porém, nos anos de 2007 e 2008 a queda foi de 4,18% ao ano, mostrando uma forte aceleração. “A atuação do Ministério das Cidades pode ser uma explicação. Se esse quadro ocorresse desde 1992, atingiríamos a meta em 16 anos”, disse Neri.
Hoje a rede de esgoto chega a 50,9% dos brasileiros. “Enfrentamos um sério problema. A rede geral de esgotos ainda é o serviço com menor taxa de acesso porque não é um bom mote eleitoral. Enquanto países europeus conseguiram erradicar o problema no século 19, nós em pleno século 21 ainda não conseguimos”, disse o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Raul Pinho.
A cidade de Belo Horizonte apresenta o melhor dado entre as capitais. Apenas 2,9% da população não tem saneamento. Na segunda colocação está Salvador (BA) com 7,49%. São Paulo está na terceira (10%). Neri liga a liderança da capital baiana aos programas que deram certo como o Bahia Azul, implementado pelo governo do estado.
Na mesma linha, foi criado no município do Rio de Janeiro o Programa de Despoluição da Bahia da Baía de Guanabara (PDBG). A iniciativa não obteve o mesmo êxito de Salvador. Enquanto em Salvador a taxa de acesso passou de 43% em 1996 para 92,51% em 2008, o Rio que esteve com melhores condições até 2001, passou a ter uma taxa de 85,82% da população com acesso em 2008.
Na outra ponta do ranking está em penúltimo lugar a cidade de Porto Velho e na última colocação, a cidade de Macapá. A capital do Amapá tem 96,69% de sua população sem saneamento básico.
No ranking por estado, São Paulo ocupa a primeira posição com 12,32% das pessoas sem saneamento, seguido pelo Distrito Federal com 16,06%, Minas Gerais com 23,47%, Rio de Janeiro com 32,19% seguem o ranking. O estado da Bahia aparece em sétimo com 56,55% e o último colocado é o Piauí com 87,49%.
rafaelcunha@aprendiz.org.br
(Envolverde/Aprendiz/Tratamento de Água
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