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7 de dezembro de 2009

ESTUDOS DA 2ª TRANPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO PARAÍBA DO SUL PARA ABASTECER A RMSP

Represa de Igaratá (SP) - rodovia D. Pedro II, exigiria um canal de 5 km


Paraíba tem 3 eixos para transposição

Estudo do governo estadual aponta canais para desvio de águas em Igaratá, Paraibuna e Guararema

Jornal Valeparaibano
São José dos Campos
Beatriz Rosa

O estudo elaborado pelo governo estadual para a transposição do Paraíba do Sul aponta três áreas de onde as águas do rio podem ser bombeadas para abastecer a macrometrópole de São Paulo. O relatório obtido com exclusividade pelo valeparaibano indica ainda a vazão projetada para os futuros canais.

A bacia do Paraíba é uma das alternativas do Estado para evitar a escassez de água na macrometrópole a partir de 2015.

O relatório do governo, chamado de plano diretor de aproveitamento de recursos hídricos, aponta possíveis pontos de transposição nos municípios de Igaratá, Paraibuna e Guararema. Em todas as alternativas foram consideradas vazões de transferência de 5 m3/s a 10 m3/s.

Em Igaratá, as águas seriam retiradas de um dos braços da represa do Jaguari, entre os afluentes ribeirão da Boa Vista e ribeirão das Palmeiras, por meio de uma estação elevatória para o sistema Cantareira, na região de Jundiaí --a transposição exige construção de um canal de cerca de cinco quilômetros.

O secretário de Meio Ambiente de Igaratá, Juarez Domingos de Vasconcelos, 54 anos, admite que a topografia e o relevo da represa facilitam o bombeamento de água para a macrometrópole, mas diz que a transposição pode gerar impactos irreversíveis na região. "Se fizerem um balanço histórico dos últimos cem anos, o Estado irá perceber que a aparente fartura de águas [da represa do Jaguari] já sofreu adversidades em razão da estiagem."

Para ele, o Estado deveria investir na redução de desperdício em sua rede já obsoleta e criar um sistema de aproveitamento das águas da chuva.


As águas ainda não poluídas do Rio Paraíba do Sul são uns dos atrativo turístico de Guararema, onde se pode pescar peixes como: Piaba, Piabanha, Piau, Curimbatá e outros, passear de barco e jet sky.


ALTO TIETÊ - Para abastecer o sistema do Alto Tietê, estão em estudo duas transposições do Paraíba. De Guararema, as águas do rio seriam lançadas na represa de Biritiba Mirim, em um percurso de cerca de 20 quilômetros.
Represa de Paraíbuna - Rodovia Tamois, caminho para o litoral norte - captação Ponte Nova, o canal teria cerca de 35 quilômetros.

Uma segunda alternativa é a captação na represa de Paraibuna, com lançamento na represa de Ponte Nova --o canal teria cerca de 35 quilômetros.

Ex-prefeito de Paraibuna por três mandatos, Luiz de Gonzaga Santos, 66 anos, diz que as águas da represa de Paraibuna deveriam ser utilizadas para o abastecimento dos moradores do Vale e não, da macrometrópole. "As águas da barragem de Paraibuna são limpíssimas e deveriam ser utilizadas no abastecimento da região."

Santos questiona uma transposição para a macrometrópole. "Qualquer intervenção será maléfica, pois a região deve crescer bastante e irá precisar de água. Eu defendo uma política de proteção das águas da cabeceira."

DEMANDA-
Segundo técnicos do setor, os dados do relatório do governo do Estado subdimensionam a demanda por recursos hídricos na bacia do Paraíba do Sul.

Embora a bacia do Paraíba disponha de vazões que variam de 10 mil litros por segundo até 240 mil litros por segundo, o comprometimento de suas águas chega a cerca de 200 m3/s, aponta o CBH-PS (Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul).

O comitê questiona os dados apontados no estudo técnico do Estado. "O consumo na região já chega a 26 m3/s e não 17,43 m3/s, como apontam os estudos. Muitos processos de uso ainda não foram outorgados. Também não foi considerado o comprometimento com o Rio de Janeiro, que hoje é de 160m3/s", disse o vice-presidente do comitê, Luiz Roberto Barreti.


Secretaria não se manifesta sobre estudo

São José dos Campos (SP)

Procurada pelo valeparaibano, a Secretaria de Saneamento e Energia não se manifestou sobre os dados apontados pela Cobrape no plano diretor de recursos hídricos da macrometróple.

O estudo mostra que, frente ao desenvolvimento populacional e econômico, os recursos hídricos disponíveis dentro das bacias que estão situadas na região metropolitana já não dão conta do atendimento de suas necessidades urbanas.

O abastecimento de São Paulo é garantido pelas bacias do rio Tietê, Alto Tietê, Sorocaba e PCJ (Piracicaba/Capivari/Jundiaí). Essa última bacia realiza a transferência de 31m3/s de suas cabeceiras para a região metropolitana de São Paulo e já enfrenta problemas de escassez.

"Os termos de renovação da outorga do Sistema Cantareira, responsável por quase 50% do abastecimento da Grande São Paulo, são um alerta a respeito da luta por recursos escassos", diz trecho do documento obtido pelo valeparaibano, sobre a bacia do Piracicaba.

Outro trecho diz que "a macrometrópole simplesmente não detém os recursos hídricos necessários à sua sustentabilidade econômica, urbana e rural, a médio e longo prazos".

Morador ignora projeto, mas teme prejuízo

Igaratá (SP)

O projeto do governo paulista de transposição do rio Paraíba do Sul para servir a região da macrometrópole de São Paulo ainda é um assunto desconhecido de grande parte dos moradores das cidades de Igaratá, Guararema e Paraibuna --locais onde pode ocorrer transposição.

Em Igaratá, onde os cerca de 8 mil moradores dependem da água da represa para o desenvolvimento do turismo, a possível retirada de água assusta. Para o motorista Luciano Nunes Moraes, 36 anos, uma transposição pode comprometer a economia da cidade. "Chegamos a receber 30 mil visitantes por final de semana. São oito marinas e mais de 2.000 barcos e jet-skis. A represa é o principal fator econômico."

Em Guararema, moradores também temem a retirada de recursos hídricos da bacia. Lá, o comerciante Ailton Torrabro, 40 anos, diz que São Paulo deveria estudar outro meio de abastecimento. "Eles deveriam estudar o reaproveitamento das águas da chuva." O rio despoluído, a grande quantidade de peixes, as belas fazendas, hoteis e restaurantes são um convite para o lazer, há menos de uma hora de São Paulo

EDUCAÇÃO - Na cidade, o contabilista aposentado Júlio Miyazawa, 61 anos, membro da Ceagua (Centro de Educação Ambiental) pretende fazer um plano de educação ambiental com os moradores. "São Paulo não pode crescer a ponto de restringir o crescimento das cidades vizinhas."
Fonte: Jornal Valeparaibano


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Um comentário:

  1. De Guararema, Julio Miyazawa: A edição do jornal Valeparaibano foi muito pobre, apesar da boa vontade da reporter. O que eu disse é que gostaria de trazer para Guararema esse debate também para que a população tome conhecimento e possa intervir nas discussões. Um abraço. Julio Miyazawa - 29/12/2009

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