Amazonas adota medida para impedir entrada do cólera com haitianos
Os imigrantes haitianos que chegam ao Brasil por Tabatinga (AM) começam a preocupar a Secretaria da Saúde do Amazonas. Técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde foram enviados ao município, na segunda-feira (7), para implantar ações de prevenção contra o cólera. A equipe permanece na cidade até quarta-feira (9).
O secretário da Saúde do Amazonas, Wilson Alecrim, estima que mais de 600 haitianos tenham entrado no país pela cidade. Como o Haiti passa por uma epidemia de cólera, alguns imigrantes podem apresentar a doença. De acordo com o secretário, foi por Tabatinga que o cólera foi introduzido no Amazonas em 1991 e provocou uma epidemia que se espalhou pelo país.
“Desde a chegada dos haitianos em Tabatinga, a Secretaria da Saúde do município e o hospital do Exército estão em alerta para investigar casos da doença entre pacientes. Além desse acompanhamento, houve a necessidade de montar um sistema de vigilância ambiental dirigido aos mananciais de água que são usados no consumo doméstico”, afirmou ao G1.
Segundo Alecrim, essas fontes de água serão analisadas pelos técnicos para verificar se foram contaminadas com o vibrião do cólera através das fezes ou vômito de doentes. Por enquanto, não foi constatada contaminação na água nem doentes.
“Além da análise da água, estamos montando também uma linha de observação dos haitianos para procurarmos outras doenças que possam entrar no país com eles. Temos um laboratório na fronteira com a finalidade de identificar doenças de países vizinhos para evitar que elas ingressem”, disse.
Segundo o secretário, os haitianos estão morando em habitações precárias, cedidas pela população local. “Eles entram no país por lugares onde não há polícia sanitária. As fronteiras são muito abertas na nossa região. Na maioria das vezes, elas são delimitadas somente por rios”, disse.
Os técnicos também vão esclarecer a população sobre medidas de higiene que podem evitar a contaminação pelo cólera.
Acolhimento – O padre Gonçalo Franco, da Paróquia de Tabatinga, disse ao G1 que 294 haitianos estão na cidade, conforme uma contagem feita no domingo (6). “Por aqui não temos muitas condições de trabalho para eles, então eles vão para outros estados. A maioria viajou para Manaus. Alguns querem ficar em Manaus, mas outros planejam seguir para Rio de Janeiro e São Paulo em busca de emprego. Outros querem ir para a Guiana Francesa”, afirmou Franco.
De acordo com o padre, os imigrantes começaram a chegar há quatro meses. “Eles chegam debilitados, porque sofrem muito no caminho. Eles pegam ônibus, barco e andam muito. Alguns relatam que ficam duas semanas sem comer”, afirmou.
A comida é doada pela população aos haitianos e preparada individualmente pelos grupos. Muitos fazem bicos para conseguir dinheiro e comprar alimentos. Para dormir, os imigrantes também contam com a caridade dos moradores, porque o governo não ofereceu abrigo, segundo o padre.
“Os moradores emprestaram algumas casas para eles. Aqui, vemos 15 pessoas em um quarto em que caberiam duas. Uma casa para 10 pessoas abriga 90 haitianos. O governo não está ajudando, eles contam com ajuda da população, mas não é suficiente. Não há estrutura para recebê-los”, disse.
Refugiados – Quando chegam ao Amazonas ou ao Acre, os haitianos procuram a Polícia Federal para tentar obter a condição de refugiados.
O coordenador-geral do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), Renato Zerbini, chegou a viajar para a região em janeiro para analisar a questão. De acordo com a assessoria do órgão, os imigrantes não estão em situação de refúgio. Segundo o órgão, para ser refugiado, os imigrantes precisam ser perseguidos por causa da etnia ou por problemas políticos. No entanto, os haitianos estariam fugindo somente da miséria e das condições de vida ruins do Haiti.
Ainda segundo o Conare, do Ministério da Justiça, o processo para a permanência dos haitianos no Brasil será analisado pelo Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho. (Fonte: Luciana Rossetto/ G1)
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