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14 de abril de 2009

Produção de energia eólica no Brasil ainda é tímida, mas tem tudo para decolar em 2009



Em breve, o Brasil poderá ter a maior usina eólica do mundo. Só não se sabe ainda se ela estará no Rio Grande do Sul, no Ceará ou se os parques dos dois estados vão disputar megawatt por megawatt o título de maior produtor de energia limpa do país. E a expectativa de projetos desse tipo não fica restrita aos gaúchos e cearenses. Há também iniciativas pipocando em Santa Catarina, no Rio Grande do Norte, na Paraíba e em outros cantos do Nordeste e do Sul.


Apesar de projetos como esses, considerando o total de energia produzida no país, ainda somos nanicos. Se comparado com os Estados Unidos, que têm capacidade instalada de 25 170 MW e com a China, que gera 12 210 MW de energia eólica por ano, o Brasil produz míseros 420 MW. Mas o papel dos cataventos ecológicos aqui é diferente. Ao contrário das nações que buscam saídas para a dependência de fontes esgotáveis e poluentes, o Brasil tem uma vasta capacidade de abastecimento proveniente das usinas hidrelétricas, naturalmente renováveis e com menor impacto ambiental. Assim, as usinas eólicas não chegam com papel de salvadoras da pátria, mas como uma alternativa estratégica. “Sempre foi dito que os recursos hídricos são ilimitados, mas o considerável aumento do consumo energético no Centro-Sul do país tem mudado esse conceito”, diz Pedro Perrelli, diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).


É nesse ponto que as ventanias podem soprar a favor do Brasil. Historicamente, os períodos com menos chuva são os mesmos em que o país tem mais vento. Surge assim a palavra-chave da energia eólica no Brasil: complementariedade. Devido as suas características geográficas, o país tem espaço para projetos de todos os tamanhos, servindo estados inteiros ou apenas um parque industrial ou uma fábrica. No parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul, que tem potência instalada de 150 MW e é considerado o maior da América Latina, a meta do governo é usar o local para a geração de energia e priorizar o uso da água para a irrigação e outras atividades. Se confirmada, a duplicação da potência do parque vai gerar energia equivalente ao consumo anual de 1,3 milhão de residências.

No Ceará, o projeto do Complexo Industrial do Porto do Pecém tem nas turbinas eólicas sua principal fonte de abastecimento. Em um estado que não produz toda a energia que consome, esse reforço vindo dos ventos é essencial para a redução de custos, como foi demonstrado no bem-sucedido parque de Mucuripe. Tanto no Nordeste quanto no Sul, a escolha pela tecnologia eólica não foi só pela consciência ambiental mas também por economia e rapidez. “Montar um parque eólico é como armar um circo. Para uma estrutura de 2 GW, seria preciso de mil aerogeradores com três mil pás. Podemos produzir isso em seis meses, e a instalação demoraria uns três anos. Para uma hidrelétrica desse mesmo porte, o prazo seria de cinco a dez anos”, afirma Wagner Lapa, executivo sênior de tecnologia da Tecsis,abricante de componentes para usinas eólicas com sede em Sorocaba, no interior de São Paulo. A Tecsis, que exporta para projetos da GE nos Estados Unidos e trabalha apenas para empresas americanas e espanholas, planeja, em breve, aceitar encomendas brasileiras. Um dos motivos para isso é a desaceleração dos projetos no exterior.


“A crise até ajuda a diminuir a pressão pela fabricação de equipamentos, que forçava os fabricantes a aumentar seus preços numa relação de oferta e procura”, diz Hamilton Moss de Souza, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia. Outro fator para otimismo é a realização de um leilão de reservas de marcado para o segundo semestre deste ano. Diferentemente do que aconteceu nos últimos eventos desse tipo, o leilão será restrito a projetos de energia eólica, separando essa modalidade das demais fontes alternativas de energia, como a solar e a biomasssa.


A ESCOLHA PELA TECNOLOGIA EÓLICA NÃO TEM A VER APENAS COM ECOLOGIA MAS TAMBÉM COM ECONOMIA E RAPIDEZ TECNOLOGIA AO VENTO

Quem vê fotos de usinas eólicas pode ficar encantado com a leveza dos modernos cataventos que geram energia limpa e poupam a atmosfera de toneladas de poluição. Mas cada megawatt gerado exige o trabalho de toneladas de equipamentos e de uma complexa parafernália de cabos, linhas de transmissão e transformadores. Mais usadas no Brasil, as pás de 50 metros são fabricadas em fibra de vidro e pesam cerca de nove toneladas cada. Somadas com outras 100 toneladas das turbinas e com a fundação e a torre, cada aerogerador pode chegar a impressionantes 2 205 toneladas.


Por trás das torres, há uma estrutura de transformadores que precisam alterar a frequência da energia captada pelas turbinas, que ainda passa por mais um processo de transformação para o tipo de corrente elétrica usado pelo grid do resto da rede nacional. É uma trabalheira que traz efeitos colaterais, como o aumento no tempo de instalação das usinas, perda de efi ciência e, finalmente, maior custo final da energia. Para contornar esses problemas, novas soluções, como o uso de fibra de carbono e de geradores que não precisam converter sua energia para a corrente da rede já instalada, estão sendo usadas na Europa e devem, em breve, desembarcar no Brasil. Há ainda a possibilidade de instalar parques eólicos em alto mar.


Na Dinamarca existem aerogeradores operando a 20 quilômetros da costa. É mais uma possibilidade eólica que o Brasil, com seus oito mil quilômetros de litoral, pode aproveitar bem. 1 120 GW: é a produção anual de energia eólica no mundo;

420 MW: é quanto o Brasil consegue produzir em um ano;

332 GW: é a meta mundial de produção para 2013.

Fontes: Global Wind Energy Council Outlook 2008 e Abeeólica


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