Evento defendeu esgoto para índio e isolado
Publicado por Dayanne Souza, do Pnud - http://envolverde.ig.com.br/
Seminário sobre saneamento discute forma de expandir serviços em áreas de difícil acesso e evitar doenças trazidas por água contaminada.
Apesar de o acesso a esgoto e água encanada ter crescido no Brasil na última década, comunidades isoladas como indígenas, quilombolas e membros de assentamentos agrários não são contados nas estatísticas. Um seminário que o PNUD realiza nesta quinta-feira, dia 7, em Brasília, quer discutir formas de monitorar o atendimento sanitário nessas e em outras comunidades vulneráveis. O objetivo é estudar como garantir a saúde nessas áreas mesmo com a dificuldade de levar a rede de esgoto.
O seminário "Acesso à Àgua e ao Esgotamento Sanitário: a Vulnerabilidade Social no Âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", que ocorre em Brasília, irá reunir membros do Ministério da Saúde, de universidades e de ONGs. O evento é aberto a ouvintes. Além dessas populações isoladas, o serviço de água e esgoto em favelas e áreas de risco também será estudado.
A iniciativa é parte de projeto do PNUD que quer incluir esses grupos no monitoramento da meta de esgoto dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a cumprir até 2015. Para o saneamento, a ideia é reduzir pela metade a proporção de pessoas que não têm acesso a água potável e a esgotamento sanitário.
“Cada uma dessas comunidades tem seus próprios modos de vida e não é possível simplesmente implantar um modelo padrão para água e esgoto”, diz o consultor do PNUD, Bruno Veiga. No caso dos índios, pode até ser difícil interferir na relação cultural que alguns grupos criam com os rios, exemplifica. Já para os assentados e trabalhadores rurais, um problema seria acompanhar a situação de pessoas em acampamentos que se mudam.
Isso sem falar nas questões ambientais. Algumas das ações já implantadas atualmente dão preferência ao uso de fossas sanitárias onde não é possível fazer canalização.
Saúde
Veiga defende que, apesar de nem sempre numerosas, essas populações são mais vulneráveis e sofrem com problemas de saúde provocados pela má qualidade da água. “Em 2005, a maior parte das internações de índios foi por doenças relacionadas à água”, diz. Menos de 20% da população indígena tinha acesso a esgoto no ano passado, de acordo com estimativa da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde).
O consultor, que viajou este ano a assentamentos no interior da Paraíba, conta ainda que muitas pessoas tinham diarréias por beber da mesma água que era usada pelos animais dos cultivos. “O impacto dessas comunidades no cumprimento dos ODM é grande, não só para contabilizar o estado de expansão das redes, mas porque são grupos vulneráveis, porque são pessoas que realmente correm riscos de saúde e de vida”, conclui.
(Envolverde/Pnud) - Site Tratamento de Água
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
Divulgando, Promovendo e Valorizando
quem defende as águas brasileiras!
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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Apesar de o acesso a esgoto e água encanada ter crescido no Brasil na última década, comunidades isoladas como indígenas, quilombolas e membros de assentamentos agrários não são contados nas estatísticas. Um seminário que o PNUD realiza nesta quinta-feira, dia 7, em Brasília, quer discutir formas de monitorar o atendimento sanitário nessas e em outras comunidades vulneráveis. O objetivo é estudar como garantir a saúde nessas áreas mesmo com a dificuldade de levar a rede de esgoto.
O seminário "Acesso à Àgua e ao Esgotamento Sanitário: a Vulnerabilidade Social no Âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", que ocorre em Brasília, irá reunir membros do Ministério da Saúde, de universidades e de ONGs. O evento é aberto a ouvintes. Além dessas populações isoladas, o serviço de água e esgoto em favelas e áreas de risco também será estudado.
A iniciativa é parte de projeto do PNUD que quer incluir esses grupos no monitoramento da meta de esgoto dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a cumprir até 2015. Para o saneamento, a ideia é reduzir pela metade a proporção de pessoas que não têm acesso a água potável e a esgotamento sanitário.
“Cada uma dessas comunidades tem seus próprios modos de vida e não é possível simplesmente implantar um modelo padrão para água e esgoto”, diz o consultor do PNUD, Bruno Veiga. No caso dos índios, pode até ser difícil interferir na relação cultural que alguns grupos criam com os rios, exemplifica. Já para os assentados e trabalhadores rurais, um problema seria acompanhar a situação de pessoas em acampamentos que se mudam.
Isso sem falar nas questões ambientais. Algumas das ações já implantadas atualmente dão preferência ao uso de fossas sanitárias onde não é possível fazer canalização.
Saúde
Veiga defende que, apesar de nem sempre numerosas, essas populações são mais vulneráveis e sofrem com problemas de saúde provocados pela má qualidade da água. “Em 2005, a maior parte das internações de índios foi por doenças relacionadas à água”, diz. Menos de 20% da população indígena tinha acesso a esgoto no ano passado, de acordo com estimativa da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde).
O consultor, que viajou este ano a assentamentos no interior da Paraíba, conta ainda que muitas pessoas tinham diarréias por beber da mesma água que era usada pelos animais dos cultivos. “O impacto dessas comunidades no cumprimento dos ODM é grande, não só para contabilizar o estado de expansão das redes, mas porque são grupos vulneráveis, porque são pessoas que realmente correm riscos de saúde e de vida”, conclui.
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