Juiz suspende licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém - 04/06/2009
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém - 04/06/2009
A Usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará será a segunda maior do país com potência de 11.181 MW, atrás apenas de Itaipu. A obra deverá ser concluída em 2014 e custará R$ 7 bilhões.
A Justiça Federal no Pará brecou o processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A potência da usina, orçada hoje em R$ 9,6 bilhões, será de 11.181 MW --quase o dobro das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), somadas.
Em decisão de ontem, o juiz Antonio Carlos Almeida Campelo acolheu, liminarmente, pedido do Ministério Público Federal e mandou suspender os prazos que delimitam a discussão do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental) de Belo Monte, apresentado pelos empreendedores e aceito pelo Ibama no final mês passado.
Segundo o magistrado, é necessário, antes que o licenciamento prossiga, que as críticas apontadas pela Procuradoria no processo sejam sanadas pelas empresas responsáveis, já que a questão é "complexa".
Em seu pedido, o MPF afirma que há falhas na documentação apresentada pelas empresas que devem participar da obra --Eletrobrás e Eletronorte, controladas pelo governo, e as empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Norberto Odebrecht.
A Procuradoria diz que o EIA-Rima foi entregue sem a conclusão da "Análise Ambiental Integrada" e do "Estudo de Viabilidade do Empreendimento". Ainda segundo o MPF, o Ibama, "sem qualquer fundamento legal", concordou que parte dos esclarecimentos sobre a obra só fossem entregues após a aceitação do estudo, o que diminuiu a possibilidade de discussão pública dos impactos da hidrelétrica.
Índios
O procurador Rodrigo Timóteo também criticou, em seu pedido à Justiça, a falta de laudos antropológicos sobre a população indígena que vive na área e que será afetada pela usina --falha que, segundo ele, não foi detectada pelo órgão ambiental federal.
A questão indígena é considerada um dos maiores entraves para a usina de Belo Monte, cuja construção já é cogitada há 30 anos. Em 1989 e no ano passado, índios ameaçaram ou feriram, com facões, engenheiros durante audiências para discutir o projeto.
Procurados ontem, nenhum dos empreendedores se pronunciou sobre a decisão da Justiça Federal no Pará. O Ibama também não a comentou. Fonte: Folha Online
A Justiça Federal no Pará brecou o processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A potência da usina, orçada hoje em R$ 9,6 bilhões, será de 11.181 MW --quase o dobro das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), somadas.
Em decisão de ontem, o juiz Antonio Carlos Almeida Campelo acolheu, liminarmente, pedido do Ministério Público Federal e mandou suspender os prazos que delimitam a discussão do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental) de Belo Monte, apresentado pelos empreendedores e aceito pelo Ibama no final mês passado.
Segundo o magistrado, é necessário, antes que o licenciamento prossiga, que as críticas apontadas pela Procuradoria no processo sejam sanadas pelas empresas responsáveis, já que a questão é "complexa".
Em seu pedido, o MPF afirma que há falhas na documentação apresentada pelas empresas que devem participar da obra --Eletrobrás e Eletronorte, controladas pelo governo, e as empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Norberto Odebrecht.
A Procuradoria diz que o EIA-Rima foi entregue sem a conclusão da "Análise Ambiental Integrada" e do "Estudo de Viabilidade do Empreendimento". Ainda segundo o MPF, o Ibama, "sem qualquer fundamento legal", concordou que parte dos esclarecimentos sobre a obra só fossem entregues após a aceitação do estudo, o que diminuiu a possibilidade de discussão pública dos impactos da hidrelétrica.
Índios
O procurador Rodrigo Timóteo também criticou, em seu pedido à Justiça, a falta de laudos antropológicos sobre a população indígena que vive na área e que será afetada pela usina --falha que, segundo ele, não foi detectada pelo órgão ambiental federal.
A questão indígena é considerada um dos maiores entraves para a usina de Belo Monte, cuja construção já é cogitada há 30 anos. Em 1989 e no ano passado, índios ameaçaram ou feriram, com facões, engenheiros durante audiências para discutir o projeto.
Procurados ontem, nenhum dos empreendedores se pronunciou sobre a decisão da Justiça Federal no Pará. O Ibama também não a comentou. Fonte: Folha Online
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