Pesquisa da Unesp que troca areia por PET na construção civil é finalista em prêmio
Escrito por Luís Paulo Roque
Publicado em 27/10/2009
Além de substituir o uso de um recurso retirado direto da natureza por um material pós-consumo, o produto, em fase experimental, mostrou um ganho de 300% de resistência comparado às argamassas convencionais feitas com areia.
O idealizador do projetor, Paulo Dyer, é aluno do terceiro ano de Engenharia Ambiental da UNESP. Sua pesquisa contou com o apoio de professores de Engenharia do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) e de Engenharia de Materiais da UNESP.
A areia, um dos principais recursos naturais usados na construção civil, é retirada diretamente da natureza, em muitos casos responsável por danos ambientais graves. Estima-se que sejam produzidos entre 150 e 250 milhões de metros cúbicos de areia por ano, dos quais cerca de 50% é utilizada na elaboração de artefatos da construção civil, exceto concreto, segundo dados da Anepac, entidade que reúne os fabricantes da agregados para construção civil.
Enquanto isto, o Brasil consome cerca de 460 mil toneladas de PET anualmente, dos quais 53% são reciclados, segundo a Abipet.
Ao lado de Dyer, concorrendo na categoria de pesquisa e processo, o outro produto finalista é uma caixa dobrável de PET reciclado que pode ser facilmente transportada e substituir as sacolas plásticas. A criação é da equipe de profissionais das empresas Ice Pack e Inovatec Inovação Tecnológica.
Os agentes ambientais responsáveis pela coleta, seleção e destinação do PET - os catadores de recicláveis - não poderiam ficar de fora da premiação. Os finalistas da categoria coleta e separação são as cooperativas Cooperyara, de Barueri, e Avemare, de Santana do Parnaíba.
Com o objetivo de gerar trabalho e renda por meio da reciclagem, a Cooperyara conseguiu de 2005 a 2009 passar de 36 para 90 cooperados. No mesmo período, o grupo aumentou a coleta e venda de materiais de 90 para 240 toneladas mensais, o que resultou na elevação de renda dos cooperados de R$480 para R$640.
A cooperativa Avemare coleta 270 toneladas de material reciclável por mês, dos quais, sete toneladas são PET. Com 95 cooperados, cinco educadores e três voluntários, a Avemare atende 40% do município de Santana de Parnaíba. Seu objetivo é atingir 400 toneladas de materiais mensais, envolvendo pelo menos 150 catadores na operação e aumentando a renda dos cooperados em 20%.
Na categoria educação ambiental, são três os finalistas. O Programa Reciclagem na Escola envolve 737 voluntários, entre alunos, pais e funcionários de escolas públicas e privadas do ensino fundamental, das comunidades da bacia do Pinheiros-Pirapora, que inclui as cidades como Osasco, Itapevi, Diadema e Carapicuíba. Por meio de vídeos educativos e dinâmicas de grupo, o programa divulga a importância da reciclagem.
O projeto Ecorrecreação: Com as Garrafas PET se Aprende Brincando, de autoria de Marlon Luis Lucchini, de Novo Hamburgo (RS), busca desenvolver a conscientização para a reutilização e reciclagem de garrafas PET na comunidade escolar.
O jornal A Tribuna, de Santos, inscreveu o projeto educativo Lixo no Lixo, Cidade no Capricho que fomenta a prática da reciclagem entre a comunidade escolar de Santos (SP) e região. Por meio desse programa, as escolas que mais arrecadam garrafas PET são premiadas e suas ações são divulgadas no jornal. Em 2009, o programa contou com a participação de mais de 10 mil voluntários, entre alunos de 96 escolas, funcionários do jornal e pessoas afiliadas às cooperativas Marim e Cooperbem.
O Prêmio Ecopet 2009 também premiará nas categorias Ação de Empresa, Reportagem Ambiental e Artesanato. Fonte: Revista da Sustentabilidade
Brasil descarta 53% de garrafas PET na natureza
PET (plástico) - Politereftalato de etileno
Sou de Porto Alegre e gostaria de obter o e-mail do Eng. Paulo Dyer.
ResponderExcluirLuis Cabello = lkblo@hotmail.com