Desinfecção secundária barateia tratamento de água em ETAs Prof. Jorge Macêdo e seu novo livro. Foto: Aguaonline.
Serviços municipais de saneamento das cidades de Itabuna - EMASA - Companhia de Águas de Itabuna - e Valença, SAAE - Serviço Autonomo de Água e Saneamento S.A, de Valença e da unidade de Milagres, operada pela Empresa Baiana de Saneamento (Embasa) estão pondo em prática, com excelentes resultados, em termos de custo e eficiência, uma variável no tratamento da água, chamada desinfecção secundária. É o processo de desinfecção em que se aplica de modo concomitante duas substâncias químicas com propriedades sanificantes ou de desinfecção. As experiências estão sendo feitas com o apoio da QUIMIL – Indústria e Comércio Ltda.
O pesquisador Jorge Macêdo, que vem realizando estudos sobre esse processo, dá como exemplo a utilização de cloro gás e diclorisocianurato de sódio (derivado do cloro orgânico)
Um dos principais resultados dessa nova modalidade de tratamento é a redução do uso do gás cloro (o que diminui o custo) e traz mais segurança à operação. Segundo Macedo atualmente as grandes Estações de Tratamento de Água (ETA) estão localizadas em zonas urbanas e O cloro gás é de difícil manuseio, exigindo para seu uso, equipamento especial e pessoal bem capacitado. Ele cita como exemplo um acidente acontecido em setembro último, na Venezuela em que o produto vazou depois do choque entre dois caminhões deixando mais de 300 pessoas intoxicadas.
Autor de vários livros sobre a água, o último dos quais Desinfecção e Esterilização Química, o professor Macêdo alerta que na análise de custos envolvidos com o agente desinfetante é importante a avaliação da logística completa para a compra, armazenagem ,embalagem, transporte, manuseio, preparação, dosagem, sistema de controle e segurança e o aspecto considerado mais importante: os riscos à saúde do pessoal envolvido no processo e ao meio ambiente.
Ele ressalta que entre as vantagens do uso do dicloroisocianurato de sódio está sua estabilidade e fácil manuseio, reduzindo os pontos de recloração. E lembra que o processo é mais seguro para os operadores e pessoal nas proximidades da estação de tratamento de água. Outro ponto positivo da escolha do diclorisocianurato de sódio é a baixa formação de THMs, em função da hidrólise não favorecer a formação de íons OH-.
Entre as experiências relatadas durante palestra que realizou no 18º Encontro da Câmara Técnica de Controle de Qualidade (CTCQ) da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais, no último dia 25/11, em Porto Alegre (RS), Jorge Macêdo citou a da ETA de Itabuna (BA) que implantou em dezembro de 2004 a desinfecção secundária na ETA de Itabuna, operada pela EMASA - Companhia de Águas de Itabuna. O relatório mostra que o processo reduziu a dosagem de cloro gasoso de 6,0 mg Cl2/L para 2,0mgCl2/L , conseguindo uma redução de 66,66% da dosagem de gás cloro, e apenas foi acrescentada a dosagem de 0,5mgCl2/L de dicloroisocianaurato de sódio, que conseguiu manter o residual em toda a rede.
Outro relato é dos testes realizados na elevatória de água tratada (EEAT-2) de Milagres, operada pela EMBASA, localizada a 6 km da cidade de Milagres. O sistema foi implantado para resolver o problema do distrito do Km 100, tendo em vista as particularidades do sistema como: uso de cloro gasoso como agente desinfetante na recloração e redução e ausência de cloro residual nas águas coletadas na rede de distribuição.
Foram observadas as seguintes vantagens no uso do dicloroisocianurato de sódio (DCNS) e clorogás:
a) Ausência de insolúveis quando do preparo das olução de DCNS a uma concentração de 6% - a dissolução do produto foi imediata e sem a utilização de misturador mecânico;
b) Estabilidade do cloro residual na rede de distribuição nos pontos mais distantes do reservatório ao longo do dia;
c) Redução de consumo de insumos para manutenção de cloro ativo, durante o período de realização dos testes, quando comparado com o uso do cloro gasoso;
d) Desativação da recloração de Nova Itarana;
e) Redução de custo com aplicação do dicloroisocianurato de sódio alcançou 44%.
No resultado final das experiências, que vem sendo desenvolvidas desde 2004, Macêdo destaca que 27 pontos foram monitorados, 382 amostras foram coletadas e 98,4% apresentaram o CRL de acordo com a Portaria 518/04, do Ministério da Saúde. Os pontos localizados na parte mais alta da cidade (Conquista) apresentaram conformidade no teor de CRL em 100% das amostras, ou seja, teor mínimo de 0,5mg/L de CRL na rede de distribuição.
Fonte: REVISTA DIGITAL ÁGUAONLINE - Jornalista Cecy Oliveira
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