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10 de dezembro de 2012

GRANDES OBRAS AMEAÇAM O BELO RIO TAPAJÓS


Vista do Rio Tapajós, em Santarém, no Pará: beleza se contrapõe ao medo diante das ações predatórias

O preocupante futuro do rio Tapajós após chegada das grandes obras








Calcula-se, hoje, que existam 2 mil pontos de garimpo em torno do rio. Para muitos, é a nova "Serra Pelada"


Ivo Lubrinna não se conforma com o fato de seu candidato à reeleição para a prefeitura de Itaituba – “mesmo com a máquina na mão” – ter perdido o pleito realizado em outubro passado. Dono de uma voz grave e de uma franqueza espantosa, ele sabe que os próximos anos serão bastante movimentados no município de 100 mil habitantes que cresceu às margens do rio Tapajós, no oeste do Pará.
Enquanto concede a entrevista, Lubrinna é vigiado silenciosamente pelo filho, que acaba de voltar à Amazônia depois de nove anos na capital da Inglaterra, onde comandava uma prestadora de serviços de limpeza. Como a crise europeia não dá sinais de trégua, ele acha que é possível ganhar até três vezes mais investindo em Itaituba.

Até o apagar das luzes de 2012, Lubrinna estará à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Produção. Porém, mesmo antes de integrar a linha de frente do poder Executivo local, ele já era uma verdadeira lenda, um dos garimpeiros mais conhecidos no Tapajós por conta dos mais de 40 anos de ofício. Não à toa, Lubrinna é o presidente – “licenciado”, como ele faz questão de ressalvar – da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós (Amot), entidade que representa menos de 10% dos 50 mil garimpeiros da região.

Enquanto se afasta da carreira de homem público, Lubrinna já se prepara para encarar a missão de homem de negócios, agora com a ajuda do filho. Após concluir recentemente o licenciamento ambiental do único garimpo que afirma possuir, e que segundo ele encontrava-se parado por falta de regularização, vai retomar a procura do ouro.
 
Futuro
Lubrinna encarna de forma pitoresca o nebuloso futuro de Itaituba. Encravado no coração da Amazônia, o município é o epicentro de uma avalanche de grandes empreendimentos previstos na segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) que ameaça seriamente uma região de altíssima biodiversidade, habitada por dezenas de comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas da etnia munduruku. 

Quem toma um barco e navega pelos 850 quilômetros de águas esverdeadas do Tapajós, que rasga de cima a baixo o oeste do Pará, não raro se depara com botos e aves mergulhando, além de uma paisagem natural de tirar o fôlego, protegida por um mosaico composto por reservas florestais e terras indígenas. Entretanto, um amplo leque de obras – que vão desde hidrelétricas, passando por rodovia, hidrovia, portos fluviais, até projetos de mineração – pode redesenhar em um curto espaço de tempo as feições desse que é, reconhecidamente, um dos mais belos rios da Amazônia.

O Tapajós, aqui no oeste do Pará, é um verdadeiro eldorado”, define o padre Edilberto Sena, representante do Movimento Tapajós Vivo, que reúne uma série de organizações de defesa do meio ambiente e dos direitos humanos. “Temos muita água, madeira e diversos tipo de minérios. Essa riqueza toda tem atraído a atenção de muitas empresas. Mas é o próprio governo federal quem protagoniza a devastação.”

Além de ser considerada a última grande fronteira energética e mineral da Amazônia, a região banhada pelo rio Tapajós tem ainda outro considerável atrativo econômico: é um corredor estratégico para o escoamento da produção de soja colhida no Mato Grosso, o principal produtor de grãos do país. Até 2014, o governo federal pretende gastar R$ 2,85 bilhões para concluir o asfaltamento dos 1.739 quilômetros da BR 163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém – o maior município do oeste do Pará, localizado na foz do Tapajós.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O caso do rio Tapajós resume bem o cenário de preocupação que a realidade da região determina em relação ao futuro. Há, lá, exploração predatória, crescimento a qualquer custo e desrespeito às tradições. Fonte: http://www.opovo.com.br/

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A Arquitetura da destruição no rio Tapajós



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