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31 de julho de 2008

PROTEGER A ÁGUA É PROTEGER A VIDA

Gisele Bundchen, em parceria com a Grendene, apoia o movimento Nascentes do Brasil.© Gisele Bundchen/divulgação

Movimento Nascentes do Brasil - WWF
A devastação das áreas de cabeceira ou de recarga, seja pelo desmatamento, seja pela ocupação irregular do solo é responsável, em grande parte, pela gradual redução da quantidade e da qualidade de água disponível no planeta.
Estas áreas são cruciais para o reabastecimento dos lençóis freáticos, dos aqüíferos, das nascentes e, conseqüentemente, dos rios.
É preciso que a população e os governantes tomem medidas práticas e efetivas para a proteção destas áreas. E é isto que o Movimento Nascentes do Brasil, com o apoio da megamodelo Gisele Bunchen – em parceria com a Grendene – e do HSBC Climate Partnership, vem propor à sociedade brasileira.
Você no comando
Para disseminar a importância das cabeceiras e resgatar seu significado para a vida no Planeta, o WWF-Brasil está conduzindo Movimento Nascentes do Brasil. Afinal, cada cidadão brasileiro pode tomar para si a tarefa de proteger os olhos d’água e, também, cobrar os governos que cumpram com o seu papel em relação ao tema na adoção de medidas efetivas para tal.
Já existem, hoje, inúmeras iniciativas que podem servir de exemplo de experiências práticas para a população, como a proteção dos mananciais em Minas Gerais, o trabalho nas nascentes da Chapada Diamantina (Ba) e outros casos de incentivos a “Pequenos Produtores de Água”.
Todas estas experiências estão sendo reunidas em uma publicação que será lançada em breve e que servirá como apoio na condução do Movimento Nascentes do Brasil, não somente pelo WWF-Brasil, mas por todo cidadão ou cidadã interessada em efetivamente contribuir para a manutenção dos ecossistemas aquáticos para hoje e para as gerações futuras.
Para seu governo
É evidente que nossos governantes têm uma imensa parcela de responsabilidade na proteção dos recursos hídricos, até por força de lei.
O Brasil tem uma liderança mundial neste sentido, com a sua moderna Lei das Águas, mas é preciso fazer com que ela seja efetivamente implementada.
Para tal, foi criada a Agência Nacional das Águas – ANA, em 2000, que tem entre outras funções a responsabilidade de implamentar tal política.Por outro lado, os governos podem, também, criar mecanismos que permitam que o cidadão ponha a mão na massa para ajudar na tarefa de proteger a natureza.
No Distrito Federal, existe o Programa Adote uma Nascente, hoje conduzido pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que vem apresentando grande sucesso no engajamento da população para a proteção das cabeceiras. O WWF-Brasil apoiou este programa durante um ano e acredita nele como um excelente instrumento de mobilização de pessoas físicas e jurídicas para a proteção ambiental.

E que tal levar esta proposta ao seu município?
Tome uma iniciativa: baixe o modelo de Proposta de Projeto de Lei e mobilize sua cidade para a adoção desta idéia de conservação. E mantenha-nos informados pelo e-mail sergioa@wwf.org.br.

VIII ENCONTRO VERDE DAS AMÉRICAS


A REBIA – Rede Brasileira de Informação Ambiental convida para o

VIII ENCONTRO VERDE DAS AMÉRICAS
VIII GREENMEETING OF THE AMERICAS

Brasília GREENMEETING 2008
Precisamos assumir a nossa responsabilidade com o desenvolvimento sustentável e com o equilíbrio ambiental e climático do planeta.

NESTE SENTIDO a capital federal de Brasília sediará nos dias 09, 10 e 11 de setembro de 2008, o VIII Encontro Verde das Américas, o "Greenmeeting", "Conferência das Américas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável".

Um importante Fórum que visa propor soluções sustentáveis para as principais questões sócio-ambientais locais e globais.
Temas como: Aquecimento Global, Águas Subterrâneas, Energia Renovável, entre outros, serão discutidos neste Fórum.

Chamando a atenção para a importância da proteção da atmosfera terrestre, fundamental ao equilíbrio de uma série de fenômenos que se processam em sua superfície e vital á perpetuação da vida no planeta.
O evento reunirá as principais lideranças nacionais e internacionais sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, tanto governamentais, quanto não governamentais.

Local: Museu Nacional da República, Esplanada dos Ministérios, Brasília DF – Brasil.

Participação Gratuita, desde que previamente credenciados, no Link: Credenciamento do site: http://www.greenmeeting.org/
Os participantes mediante freqüência receberão certificado de participação.

O Instituto SOS Rios do Brasil já está devidamente credenciado e deverá participar dos debates sobre recursos hídricos.

Temas Principais:
Os Temas Principais do VIII Encontro Verde das Américas a serem discutidos no plenário principal, estão diretamente relacionados com as preocupações sócio-ambientais globais e locais, deste início de século. Que são:
Mudanças Climáticas e a contagem regressiva para 2012;
Meio Ambiente Urbano e Áreas de Riscos;
Amazônia: uma responsabilidade global;
Saneamento Básico: uma necessidade absoluta;
Florestas e Biodiversidade;
Licenciamento Ambiental e Desenvolvimento;
O desafio do Desenvolvimento com a Sustentabilidade Energética;
Recursos Hídricos: um direito de todos;
Biotecnologia e segurança alimentar;
Desastres Naturais e Combate as Causas da Pobreza.

RIOS E LAGOS PODERÃO FICAR LIVRES DAS EMBALAGENS PET

Foto Blog Ambientalista da Margem Sul
Empresa chinesa desafia a poluição com plástico 100% biodegradável
30/07 -

Chen Xuejun sonha em ter um xampu com o frasco "100% biodegradável" graças a um plástico inventado pela empresa chinesa para a qual trabalha."Atualmente somos os únicos que comercializamos o PHBV, um material derivado do amido, transformado em glicose e depois fermentado.

Há muitas unidades de pesquisa e desenvolvimento no mundo, mas não outra fábrica", disse Chen, fundador da empresa Tianan Biologic Material de Ningbo, um porto de Zhejiang (leste da China).

Nem uma gota de petróleo entra na composição deste polímero biodegradável do que a Tianan Biologic já tem uma capacidade de produção de 2.000 toneladas anuais.Ele é feito à base de milho.

"Podemos utilizar todos os tipos de amido, mas, na China, o do milho não é muito caro", explicou Liu Hui, diretor de marketing da empresa."O resultado é um material muito resistente ao calor e aos dissolventes", acrescentou.

Para provar o que estava falando, Chen colocou uma caixa em PHBV em água fervendo e mostrou que ela não sofreu dano algum. Depois, repetiu a operação, mas desta vez com uma caixa em outro tipo de polímero biodegradável, o PLA, que é ácido polilático também produto da fermentação de açúcares vegetais ou amido. Esta última, em contrapartida, ficou deformada."O PLA, cada vez mais usado para substituir as sacolas plásticas tradicionais, não suporta uma temperatura superior a 60ºC ", explicou Chen, acrescentando orgulhoso que basta misturá-lo com nosso PHBV para torná-lo resistente.

O fundador da Tianan Biologic - que comprou uma patente da prestigiosa universidade Tsinghua de Pequim, conta com esta superioridade para conseguir o sucesso de seu produto.

"O PHBV é o futuro", afirmou, referindo-se ao seu produto como embalagem que protege contra o excesso de calor, começando pelo lápis de lábios, para evitar que derreta, por exemplo, quando esquecido no porta luvas do carro.

No entanto, Chen sabe que "os cosméticos já são o suficientemente caros para suportar o custo de uma embalagem ainda mais cara".Isto porque o PHBV continua sendo um produto mais caro que o plástico normal, admitiu Chen."Atualmente a tonelada custa 3.740 euros, mas espero que possamos reduzir este valor num futuro não muito distante, quando aumentarmos nossa produção", afirmou.

A empresa iniciou sua produção em 2003, mas ainda não trabalha a pleno vapor, embora pretenda fazê-lo em breve, respeitando as normas internacionais do meio ambiente, afirmaram seus diretores.Em 2007 vendeu menos de 200 toneladas de PHBV, mas vendeu mais que o dobro desta quantidade somente neste ano a cerca de 100 clientes, sobretudo os europeus, com os alemães na cabeça, embora também americanos e japoneses.

O principal cliente de Chen é uma empresa americana, a Design Ideas, que comercializa objetos coloridos para banheiros, embora a sociedade chinesa já tenha outros acordos de venda com "gigantes" como o alemão BASF.

Agora a Tianan Biologic tem apenas mais um passo a dar para ser verdadeiramente ecológica, deixar de usar os cereais como matéria-primas."O dia em que conseguirmos separar a glicose, poderemos utilizar erva. Mas esta técnica ainda é muito complexa", reconheceu.
Fonte: Ultimo Segundo

QUÍMICA I - PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL FEITO COM GARRAFAS PET SE DECOMPÕE EM 45 DIAS
As garrafas PET são sempre citadas pelos ambientalistas com um dos vilões da poluição. Sejam depositadas em aterros sanitários ou até mesmo jogadas indiscriminadamente em terrenos baldios e cursos d'água, elas levam nada menos do que 500 anos para se degradar. Se elas tivessem sido criadas há mais tempo, apenas agora estaríamos nos livrando das garrafas de refrigerante atiradas na praia por Cabral e sua turma.

A reciclagem tem sido uma solução válida, embora ainda não atinja metade das garrafas PET produzidas no Brasil. Mas agora pesquisadores das Universidades Univille (de Santa Catarina) e da PUC do Rio Grande do Sul parecem ter descoberto uma solução muito melhor e que pode dar um novo impulso à reciclagem.

Os cientistas conseguiram produzir um plástico a partir das garrafas PET que se degrada em apenas 45 dias, um verdadeiro recorde mundial. "A rapidez da ação foi uma surpresa para nós," comemora a pesquisadora Delne Domingos da Silva.

A idéia do projeto de pesquisa, que já chamou a atenção da indústria, é transformar o plástico das garrafas PET em polímeros biodegradáveis, não prejudiciais à natureza.

Fonte: Inovação Tecnológica, e-Boletim - Ano 7 - 25 de Janeiro de 2007

30 de julho de 2008

APPs PODERÃO SER DELIMITADAS PELOS MUNICÍPIOS

Projeto de Lei prevê que município poderá delimitar área de preservação permanente

Laycer Tomaz - 30/07/2008

Segundo Vieira, os órgãos colegiados garantirão caráter democrático das decisões.

O Projeto de Lei 3517/08, do deputado José Carlos Vieira (DEM-SC), permite que os municípios alterem os limites das áreas de preservação permanente (APPs) localizadas no perímetro urbano.

Os limites são fixadas pelo Código Florestal (Lei 4.771/65), e as regras para intervenção nessas áreas são federais.
Áreas de preservação permanente são faixas de terra ocupada ou não por vegetação às margens dos cursos d'água (nascentes, córregos, rios, lagos), ou no topo de morros, em dunas, encostas, manguezais, restingas e veredas.


Calcula-se pouco mais de 20% do território brasileiro estejam em APPs (mais do que um estado e meio do Pará). Conforme resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), só pode haver supressão da vegetação nessas áreas em casos de utilidade pública, interesse social e de baixo impacto ambiental.
A resolução dá ao órgão ambiental estadual o poder de emitir a autorização, com anuência prévia do órgão federal ou municipal.

Zonas urbanas
O Código Florestal afirma que, no caso de APPs localizadas em zonas urbanas, serão observados os planos diretores e leis do uso do solo, mas respeitando-se os limites da lei.

O projeto elimina a exigência de observar os limites da lei, impondo como condição, para os municípios deliberarem sobre as APPs, que tenham um plano diretor atualizado nos termos do Estatuto das Cidades (Lei 10.257/01) e contem com órgãos colegiados de controle social e com órgãos executivos específicos nas áreas de política urbana e ambiental.

Segundo o deputado, é justo que os municípios deliberem sobre as APPs, desde que tenham se adaptado às exigências do Estatuto das Cidades, dispondo de órgãos colegiados para assegurar o caráter democrático das suas decisões, bem como órgãos executivos com técnicos capacitados na área ambiental.Ele argumenta que, depois da aprovação do Estatuto das Cidades, os municípios passaram a ter planos diretores executados sob a ótica do desenvolvimento sustentável e, obrigatoriamente, consultando as suas comunidades, têm que delimitar e determinar suas áreas de preservação, os parâmetros para uso e ocupação do solo urbano.

Tramitação
O projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:- PL-3517/2008 - Fonte: Portal da Câmara
Nossa Preocupação:
QUEM GARANTE QUE OS INTERESSES POLÍTICOS, IMOBILIÁRIOS E COMERCIAIS NÃO DETERMINARÃO AS DELIMITAÇÕES, SE ESSE PROJETO TORNAR-SE LEI?
QUANTOS MUNICÍPIOS POSSUEM PESSOAL PREPARADO PARA AJUDAR A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISAR SUAS NECESSIDADES PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E GARANTIR A PRESERVAÇÃO DOS SEUS RECURSOS NATURAIS?
SERÁ QUE "OS ESPERTOS E DOMINADORES DOS CURRAIS ELEITORAIS" NÃO INFLUIRÃO NAS DELIMITAÇÕES AO BEL PRAZER DE SEUS INTERESSES?
SE COM OS ATUAIS LIMITES FIXADOS PELO CÓDIGO FLORESTAL (LEI4.771/65) ESTÁ TÃO DIFICIL PRESERVAR AS MATAS CILIARES, EVITAR AS INVASÕES ÀS MARGENS DOS CURSOS D'ÁGUA, TOPOS DE MORROS, DUNAS, ENCOSTAS, MANGUEZAIS, RESTINGAS E VEREDAS, POR FALTA DE FISCALIZAÇÃO E/OU CORRUPÇÃO, COMO FICARÁ SOB A RESPONSABILIDADE DOS MUNICÍPIOS QUE TÊM MENOS RECURSOS PARA TAL ?
ESSE É REALMENTE UM PROJETO DE LEI QUE CAUSA MUITA PREOCUPAÇÃO !!!

USO RACIONAL DA ÁGUA NAS EMPRESAS


Empresas preparam-se para menor disponibilidade de água

“A menor disponibilidade de água no futuro é um fato com o qual buscamos trabalhar. Tanto a sociedade, quanto às indústrias e governos, devem estar atentos a essa perspectiva" (Regina Zimmerman da AMANCO)



30/07/2008 -
Por Redação da Revista Idéia Socioambiental

Além das medidas para redução do consumo, gestão dos recursos hídricos requer a preservação das fontes de água e ecossistemas.

Apesar de ser um elemento fundamental para a perenidade de qualquer negócio, a questão da água não tem recebido historicamente a ênfase merecida na estratégia das empresas. As ferramentas de gestão e modelos econômicos tradicionais não consideram, por exemplo, o custo da degradação de fontes de água e ecossistemas essenciais para a manutenção dos recursos hídricos. Antecipando-se a um cenário de escassez iminente, algumas das mais importantes empresas brasileiras começam a repensar seus modelos de negócios e processos produtivos visando otimizar o uso da água.

De acordo com o consultor Maurício Waldman, geógrafo da USP, apesar de grave e preocupante, a questão da água tem sido negligenciada. “A escassez de recursos hídricos é uma discussão muito recente. Para se ter uma idéia, o relatório Meadows, divulgado pelo Clube de Roma na década de 60, não cita a água em termos de escassez. Ninguém supunha que essa questão teria o aspecto crítico verificado hoje. Só depois de 40 anos, a discussão do problema ganhou corpo.
Ainda assim, persiste a falsa idéia de que água é um recurso inesgotável”, ressalta.

Gestão eficiente do recurso hídrico
Segundo relatório “Water and sustainable development: A business perspective”, do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (do inglês, World Business Council for Sustainable Development - WBCSD), a gestão eficiente dos recursos hídricos em toda cadeia produtiva não deve ser encarada apenas como um aspecto da responsabilidade social corporativa, mas sim como prática dos negócios.“Primeiramente, a gestão dos recursos hídricos requer a redução do desperdício de água, a implementação de tecnologias mais eficientes, a melhoria dos processos produtivos e tratamento da água utilizada.

Em uma abordagem mais profunda, a gestão da água não pode deixar de considerar a preservação das fontes desse recurso e trabalhar com as comunidades para melhorar as práticas de seu uso”, ressalta o documento.As ações para atingir as etapas acima descritas variam de acordo com o segmento em que a empresa atua. Mas já podem ser observadas em várias corporações.

Na Coca Cola Brasil - onde a água é um elemento vital não só no processo industrial, mas principalmente para o produto em si – reduzir o consumo, evitar o desperdício e promover a reutilização não foi o bastante. A empresa decidiu buscar fontes alternativas de captação, como a água da chuva.Todas essas medidas integram o Programa Água Limpa, criado em 1995, com o objetivo de melhorar a gestão da água no Sistema Coca-Cola Brasil. “A água é a matéria prima mais importante no processo de fabricação de bebidas.

Ela está presente em todos os nossos produtos, logo, o uso eficiente e racional desse recurso é uma prioridade para a Coca-Cola Brasil”, afirma José Mauro de Moraes, diretor de Meio Ambiente da Coca-Cola Brasil.A empresa também desenvolve o Programa Água das Florestas Tropicais Brasileiras que tem como objetivo a recuperação, proteção e manutenção de mananciais de água através da recomposição florestal de áreas próximas a rios e lagos.A primeira fase desse projeto conta com recursos da ordem de R$ 27 milhões destinados ao replantio de 3,3 milhões de árvores no período de cinco anos, na Serra do Japi, região de Jundiaí (SP) que será feito em parceria com a organização SOS Mata Atlântica.Responsável pela iniciativa, o Instituto Coca Cola também fornece suporte técnico e financeiro para conscientização e o envolvimento dos habitantes das regiões atendidas pelo projeto que foi desenvolvido para ser elegível ao mercado de carbono, de acordo com a Convenção do Clima do Protocolo de Kyoto.

Fazer mais com menos
Mesmo nas empresas em que a água não é matéria-prima dos produtos, o recurso tem um papel importante nos processos industriais e, requer, portanto atenção especial.

Na Holcim, por exemplo, a principal finalidade da água é o resfriamento dos equipamentos. Segundo Valéria Pereira, gerente corporativa de meio ambiente da empresa, a água só entra no processo produtivo, propriamente dito, nos moinhos de cimento e também nas torres e fornos para resfriamento.“A água utilizada pela empresa é 100% recirculada. É uma forma de evitar o consumo e descarte, pois captamos a água e a consumimos novamente”, ressalta Valéria.

A Bosch, por sua vez, implementou um processo de tratamento de efluentes galvânicos na sua fábrica, em Campinas, que permite a reutilização de 60% do total da água utilizada. Anualmente, esse sistema possibilita o reaproveitamento de 240 milhões de litros de água/ano.“Como a Bosch é uma empresa do segmento metalúrgico, a água é essencial nos processos produtivos. Utilizamos as fontes de obtenção pública de água tratada, recursos hídricos de superfície e subsolos. Há um tratamento específico para cada etapa da produção, sendo que os efluentes também são tratados e utilizados em outros processos”, afirma Theóphilo Arruda, gerente de Engenharia Civil, Preservação do Meio Ambiente e Segurança Empresarial Corporativa da Robert Bosch América Latina.

Conciliar a redução do consumo de água com o aumento da produção é um dos grandes desafios das empresas. Este é o caso da Unilever. Nos últimos cinco anos, a empresa diminuiu o consumo de água em 32% mesmo diante do crescimento de sua produção de 27%, no mesmo período. Na prática, essa redução foi de mais de 1.000.000 metros cúbicos / tonelada, o equivalente a mais de 400 piscinas olímpicas ao ano.

Pegada de água
O relatório “As empresas no mundo da água – cenários para 2025”, do WBCSD, prevê que, por volta de 2010, os países exigirão a divulgação pelas empresas das suas pegadas de água.Assim como a medida “pegada de carbono” serve para expressar as emissões de CO2, a “pegada de água” está relacionada à quantidade de água utilizada, direta ou indiretamente, para produção de um bem ou serviço.

Otimizar a relação de água necessária por unidade de produto ou serviço é um aspecto importante na gestão dos recursos hídricos.Essa é uma das metas perseguidas pela Coca Cola Brasil. Em 2007, o consumo médio das 37 plantas brasileiras foi de 2,10 litros de água/litro de bebida, um volume 5% menor que o de 2006, quando o consumo foi de 2,21 litros.Com essa redução a Coca-Cola Brasil deixou de captar 960 milhões de litros de água, volume suficiente para abastecer 3.100 famílias de quatro pessoas, por um ano. Segundo Moraes, a meta é chegar, até 2012, a 1,7 litro de água consumido por um litro de bebida produzido.

“A grande meta da empresa é tornar-se ‘neutra’ no consumo de água, a partir de ações alinhadas com as diretrizes dos três Rs: reciclar a água utilizada por meio das ETEs – Estação de Tratamento de Efluentes; reduzir o consumo de água com o aumento da eficiência no consumo e buscando fontes alternativas, como a captação de chuva e repor a água consumida, por meio de ações compensatórias, como o programa Água das Florestas Tropicais Brasileiras”, afirma o diretor de Meio Ambiente da Coca-Cola Brasil.A Ambev, por sua vez, alcançou a média de 1,71 litros de água para cada litro de refrigerante produzido em 2007.

Em algumas unidades da empresa, o consumo de água é ainda menor. A filial de Jundiaí, por exemplo, reduziu de 1,78 para 1,63 litros a água usada na produção de cada litro de refrigerantes, tornando-se referência entre todas unidades da companhia. Em 2006, a filial de Contagem (MG) atingiu a média de 1,25 litros de água para cada litro de bebida fabricada.

O processo de fabricação de cerveja demanda mais água. Ainda assim, houve uma economia do consumo de 2006 para 2007. A companhia reduziu de 4,30 para 4,19 litros a água usada na produção de cada litro de cerveja. A economia gerada com a redução representa, em volume, a quantidade de água suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes por um mês.

Por meio de ações como instalação de medidores de água em cada etapa do processo produtivo e um sistema compacto e integrado de tratamento de efluentes sanitários para reutilização da água, a Amanco reduziu a um quarto o consumo de água em suas unidades produtivas no Brasil.Parte significativa dessa economia também se deve à adoção do sistema de resfriamento dos tubos fabricados em circuito fechado. Em 2002, o consumo médio de todas as fábricas era de 1,07 metros cúbicos por tonelada de tubos produzida. Hoje, essa relação é de 0,23 metros cúbicos por tonelada produzida. “Saindo de sistemas abertos para fechados aumentamos muito a possibilidade de reutilização da água.

O antigo sistema da torre de resfriamento era aberto e a água acabava evaporando. Já os sistemas fechados, com o uso de filtros específicos, conservam muito mais água, resultando em uma alta eficiência do recurso”, afirma Regina Zimmermman, gerente de qualidade da Amanco.Na fábrica da Amanco localizada em Suape (PE), a forma como a fábrica foi projetada tem proporcionado o uso mais eficiente dos recursos naturais, entre eles a água.

Nessa unidade, o processo de produção de uma tonelada consome apenas 40 litros de água, enquanto que pelo método tradicional seriam necessários 1.500 litros.“A menor disponibilidade de água no futuro é um fato com o qual buscamos trabalhar. Tanto a sociedade, quanto às indústrias e governos, devem estar atentos a essa perspectiva. Muitas pessoas e diversas empresas percebem as novas tendências e se antecipam à busca de melhorias. Aqueles que não se anteciparem vão acabar ficando para trás, pois todo negócio pode ser comprometido com a falta desse recurso. Além de ser uma questão ambiental é também uma questão de competitividade”, ressalta Regina.

Ferramenta para gestão da água
Seguindo a máxima dos negócios, segundo a qual só é possível gerenciar aquilo que se pode mensurar, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development) desenvolveu uma ferramenta para ajudar as empresas a gerir melhor o uso da água.

Denominado Global Water Toll, o sistema permite que as empresas e organizações mapeiem o uso da água e os riscos relativos à sua disponibilidade nas suas operações globais e cadeias de valor. O download da ferramenta pode ser feito gratuitamente pelo site do WBCSD (http://www.wbcsd.org/web/watertool.htm). (Envolverde/Idéia Socioambiental)
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CRIADO O MINISTÉRIO DA AQUICULTURA E PESCA

Lula transforma Secretaria da Pesca em ministério

...declarou Lula em discurso: "Temos que mapear cada rio, lago e pedaço de mar, cadastrar os pescadores e os tipos de peixes."
30/07/2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou nesta terça-feira (29) a Secretaria de Aqüicultura e Pesca em ministério. O anúncio foi feito durante o lançamento do programa "Mais Pesca e Saúde", em Salvador (BA).
Agora, o Executivo passou a ter 24 ministérios e quatro secretarias especiais. Ao todo, no entanto, são 37 os integrantes do governo que detêm o status de ministro.Conforme matéria da Reuters que antecipou a medida, o objetivo do governo é dar ao novo ministério poder para concentrar ações e políticas referentes ao setor que até então eram realizadas por diversos órgãos do Executivo.

O Ministério de Aqüicultura e Pesca receberá reforço de pessoal e orçamento.

Para o presidente, "é uma vergonha" o Brasil só pescar 1 milhão de toneladas por ano, enquanto o Peru produz 9 milhões de toneladas de pescados e o Chile 2 milhões de toneladas.

"Nem a pesca empresarial nem a artesanal são competitivas. O Estado nunca deu condições", declarou Lula em discurso. "Temos que mapear cada rio, lago e pedaço de mar, cadastrar os pescadores e os tipos de peixes."

O presidente lançou também medidas para a qualificação de pescadores e linhas de financiamento de 1,5 bilhão de reais para a renovação da frota nacional até 2011.
Os tomadores do crédito terão até 18 anos para quitar os empréstimos. Pagarão juros anuais de 7 por cento a 12 por cento.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ajudará a desenvolver tecnologias para elevar a produção nacional de pescados."A Embrapa pode ajudar a fazer na pesca brasileira a mesma revolução que fez na agricultura nos últimos anos", ressaltou o presidente.
(Fonte: Estadão Online)

29 de julho de 2008

ENTIDADES PROTESTAM CONTRA CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA MAUÁ NO RIO TIBAGI - PR

Rio e a cidade de Tibagi, no Paraná
Fundação Brasileira de Conservação da Natureza vota a favor da construção da UHE de Mauá, apesar das inúmeras irregularidades no licenciamento.

Na reunião plenária do CONAMA realizada em julho de 2008 foi colocada em votação a Moção contra a UHE de Mauá, no rio Tibagi, Paraná, mostrando as inúmeras irregularidades que recheiam o seu processo de licenciamento ambiental.

A proposta de Moção mencionava o desrespeito aos direitos de populações indígenas e povos ribeirinhos que vivem na área, o desrespeito às admoestações da FUNAI para que fosse feito estudo completo da situação indígena, o desrespeito ao fato de que a área onde se pretende construir a UHE é uma ÁREA DE MEGABIODIVERSIDADE, e a ÚLTIMA ÁREA COM ESSAS CARACTERÍSTICAS NO PARANÁ (encontro de três ecossistemas da Mata Atlântica em extinção), e muitos outros atos de improbidade administrativa por parte do IAP, Instituto Ambiental do Paraná que está licenciando a obra, com o silêncio por parte do IBAMA, que deveria licenciar a obra.

Nenhuma das denúncias de irregularidades apresentadas na proposta de Moção foram desmentidas pelas autoridades representantes do IAP do Paraná ou do IBAMA.

Com base nisto, os ambientalistas pediram votação nominal, e para sua surpresa o conselheiro Sérgio Annibal, representante da FBCN, votou contra a Moção, engrossando os votos do governo federal (capitaneados pela Casa Civil) e dos governos estaduais (para proteger os atos ilegais do governo do Estado do Paraná no licenciamento).

O texto da moção e o resultado da votação podem ser conferidos nos arquivos em anexo a esta mensagem. A opção 1 era de aprovação, a opção 2 pela rejeição.

Assinam esta Nota:
Liga Ambiental - Curitiba e Ponta Grossa PR
Diretório Municipal do Partido Verde - Campina Grande do Sul PR
Patrulha Ecológica do Rio Tibagi - Tibagi
PRAMAR - Araucária
PRONG MAE - Londrina PR
Departamento de Biologia Universidade Estadual de Londrina UEL - Londrina PR
APROMAC - Cianorte PR
Instituto Timoneira - Almirante Tamandaré PR
CEDEA - Curitiba PR
Centro de Promoção Humana - Telêmaco Borba PR
Comissão Pastoral da Terra - Londrina PR
FONASC-CBH - Brasília DF
Oca Brasil – Goiânia GO
Mira-Serra – RG
Associação Caeté – Florianópolis SC
Bicuda Ecológica – RJ
Instituto Vidágua – Bauru SP

Fonte: EDITORES BECE-REBIA (editores@bece.org.br)
O Projeto
A potência instalada total da Hidrelétrica Mauá será de 361 MW, energia suficiente para atender a cerca de 1 milhão de pessoas, sendo 350 MW instalados na casa de força da usina principal e mais 11 MW na pequena central hidrelétrica que será implantada ao pé da barragem, aproveitando a vazão sanitária que será mantida entre a barragem e o canal de fuga da usina principal para gerar energia. A casa de força será construída na margem direita do Tibagi, próxima à foz do Ribeirão das Antas, no local conhecido como Poço Preto.

GOVERNO DESCARTA RISCO DE APAGÃO

ONS: estiagem nas hidrelétricas 'ainda não preocupa'
29 / 07 / 2008
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou na segunda-feira (28) que o efeito da estiagem nos reservatórios de água das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste "não preocupa ainda".

Chipp lembrou que o período úmido neste ano se estendeu até maio ou junho e afirmou que o governo conseguirá atingir o chamado "nível meta" para os reservas das barragens das hidrelétricas.
A intenção do governo é a de não deixar que o estoque de água fique abaixo de 53% no Sudeste/Centro-Oeste e de 35% no Nordeste.

O diretor-geral admitiu que, para se conseguir isso, é possível que as usinas termelétricas movidas a gás ou a carvão tenham que permanecer ligadas durante o restante do ano.

Chipp participou na segunda-feira, em Brasília, de reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que decidiu manter em funcionamento as usinas a gás e a carvão que já estão operando desde janeiro.
Segundo o diretor, além das térmicas acionadas automaticamente por causa do preço da energia, estão sendo produzidos 1.100 megawatts adicionais em térmicas desse tipo.
(Fonte: Leonardo Goy/ Estadão Online)

SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DE SP E O ALERTA DA ÁGUA

Fábrica d’água
Gasta-se água como se fosse um bem infinito. Ledo engano. A poluição dos mananciais e o desperdício levantaram a bandeira vermelha da perigosa escassez.

Xico Graziano - Estadão
29/07/2008

Água e desenvolvimento sustentável - esse é o tema central da Expo 2008, que se realiza em Zaragoza, na Espanha. Recursos hídricos mobilizam a Europa, cada vez mais sedenta. Água, em todo o mundo, carrega preocupação.
A grande exposição mundial ocorre a cada dez anos. Lisboa, em 1998, abrigou a anterior Expo, cujo foco mirava os oceanos, intitulados “um patrimônio para o futuro”. Agora, pregando o uso sustentável da água, certamente um dos maiores desafios globais da humanidade, a Expo 2008 conta com 104 países participantes e aguarda 6,5 milhões de visitantes.

Vale a pena conhecer.
Zaragoza lidera a região de Aragón, no leste espanhol, separada da França pelos picos gelados dos Pirineus. Berço das principais nascentes ibéricas, em suas cordilheiras nascem o Rio Tejo, que atravessa a Península para desaguar no estuário de Lisboa, e o Rio Ebro, que corre para o sul, encontrando o Mediterrâneo.Este, cuja bacia hidrográfica supera a do Tejo, tornou-se recentemente palco de enorme disputa política, devida à terrível seca que acometeu a Região Metropolitana de Barcelona.

Na iminência de 5 milhões de pessoas ficarem sem água sequer para beber, o governo propôs um “transvase”, quer dizer, uma transposição do Rio Ebro. Enterrado ao longo da auto-estrada que liga Terragona a Barcelona, um duto levaria o precioso líquido para saciar os catalães.

Os governos regionais de Murcia e Valencia, principais beneficiários naturais daquele manancial, reagiram fortemente, ameaçando levar o caso ao Tribunal Constitucional.
Em Aragón, onde se localiza grande parte da bacia hidrográfica, ninguém gostou da idéia. Castilla y León igualmente se opôs ao tratamento diferenciado para Barcelona.A guerra d’água só não ocorreu porque fartas chuvas caíram sobre toda a região espanhola entre abril e maio deste ano, elevando substancialmente o nível dos reservatórios. Bênção dos céus.Momentaneamente, os ânimos dos briguentos espanhóis se acalmaram. Mas o trauma da seca permanece.

Barcelona investirá milhões de euros na instalação de três grandes dessalinizadoras, prevendo até 2012 garantir talvez 30% do abastecimento com água captada no mar. Além disso, sua maior estação de tratamento de esgotos já iniciou obras para recalcar, 50 km rio acima, a chamada “água de reúso”, retornando ao manancial, devidamente tratada, boa parte daquilo que aproveita para uso humano.

Heterodoxia ambiental.

A proteção dos recursos hídricos está virando uma obsessão na Espanha. Ainda bem. Basta observar a falta de cobertura vegetal naquela região peninsular, dizimada especialmente desde o descobrimento da América.

A devastação das florestas originou crescente desertificação. Para se ter uma idéia do estrago causado pela erosão dos solos basta verificar o acúmulo de sedimentos na foz do Ebro. Historiadores apontam que aquele conhecido delta era inexistente no século 15.
Hoje sua planície litorânea adentra 50 km no mar.

Idêntico fenômeno atingiu o estuário do Tejo. Caravelas navegavam lindas onde agora se enroscam bancos de areia.As barragens construídas visando à produção de energia e irrigação agrícola regularizam os rios e, conseqüentemente, reduzem os depósitos terrestres no mar.

Permanece, entretanto, o grave problema da inexistência das matas ciliares. Situadas às margens dos corpos d’água, estas funcionam como uma espécie de capa protetora dos mananciais. Sem ela as áridas regiões ibéricas temem perder definitivamente a água abençoada.

No Brasil, o tema da sustentabilidade da água começa a entrar na agenda fundamental. Já passava da hora. Algumas regiões metropolitanas, especialmente a macrometrópole de São Paulo, que inclui Sorocaba, Santos e Campinas, começam a sentir o esgotamento de seus mananciais próximos.

A possível falta de água preocupa, obviamente, governo e cidadania.Detentor de 11,6% da quantidade de água doce superficial do mundo, 70% da qual molha a Amazônia, criou-se no Brasil uma ilusão de abundância com relação aos recursos hídricos.
Gasta-se água como se fosse um bem infinito. Ledo engano. A poluição dos mananciais e o desperdício levantaram a bandeira vermelha da perigosa escassez.

Afinal, no Sudeste, onde estão 42,6% da população brasileira, correm apenas 6% da água nacional. É pouco.
A transposição do Rio São Francisco visa a garantir abastecimento e irrigação em parte do Nordeste. O projeto recebeu licença para sangrar 26,5 m3 por segundo rumo ao semi-árido. Embora polêmico, o assunto não traz novidade.

Utilizar água de bacia hidrográfica distinta da natural se faz no Brasil desde os anos 1950, quando parte importante das águas do Paraíba do Sul foi desviada para abastecer o Rio de Janeiro.
No Sistema Cantareira, em São Paulo, 31 m3/s deixam a bacia do Rio Piracicaba e seguem bombeados para a região paulistana.A gravidade do problema da água exige, porém, solução mais criativa, e sustentável, além das tradicionais receitas do armazenamento ou das transposições.

Na Europa como no Brasil. Começa pela economia do desperdício e educação ambiental. Passa pelo reúso. Termina por assegurar a permanência das “fábricas d’água”. Preservação das nascentes e reflorestamento, isso sim, são as fórmulas do futuro.

Pouca gente sabe que, da quantidade total de água existente na Terra, 97,5% estão salgadas nos oceanos e mares. Apenas 2,5% representam água doce. Desta, 68,9% se encontram na forma de gelo, enquanto 29,9% são subterrâneas. Faça as contas. Quanto sobrou, água saudável, na superfície?Quase nada. Portanto, hora de valorizar. Vem aí a cobrança pelo uso da água.
Xico Graziano, agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
E-mail: xico@xicograziano.com.br Site: www.xicograziano.com.br

R$ 30 MILHÕES PARA PROJETOS NO VELHO CHICO

Arte Blog Menino Rude - Bahia
*Edital seleciona projetos para recuperação de áreas degradadas no São Francisco*

O Ministério do Meio Ambiente lançou na sexta-feira (25), por meio da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, edital para a elaboração de projetos executivos para recuperação de áreas degradadas e preservação de solo com emprego de tecnologias sociais nas margens do rioSão Francisco.

Os projetos serão financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que investirá R$ 30 milhões no combate de processos erosivos na Bacia do São Francisco.

Para a elaboração dos projetos-executivos foram destinados R$ 3 milhões, repassados ao Pnud que será o gestor dos contratos.

Essa linha de ação do PAC prevê que as obras adotem tecnologias de domínio das comunidades, que devem se incumbir da sua execução e manutenção. Serão beneficiadas mais de 200 comunidades de 60 municípios nos estados de Minas Gerais, Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco.

Entre as obras propostas nessa linha de ação do PAC estão a construção de"barraginhas" e de barragens subterrâneas; cercamento de matas ciliares, nascentes e outras APPs para evitar o acesso do gado; implantação de viveiros de mudas para reflorestamento; construção de açudes e infra-estrutura para a pesca artesanal; e substituição dos fogões de lenha convencionais pelo "fogões ecológicos", que consomem muito menos lenha.

Essas e outras tecnologias serão apresentadas aos interessados no dia 7 de agosto na sede do Ibama em Recibe (PE).

As propostas devem ser apresentadas até o dia 28 de agosto. O primeiro lote de projetos aprovados será divulgado no fim de outubro para início imediatodas obras. A segunda etapa do projeto será gerido pela Caixa EconômicaFederal.
O MMA espera investir pelo menos R$ 9 milhões ainda este ano.

Fonte: MMA/Fórum REBIA

CINCO HIDRELÉTRICAS NO RIO PARNAIBA E O ABASTECIMENTO DE TERESINA

Delta do Rio Parnaiba - Piauí - Foto Morais Brito Viagens AS HIDRELÉTRICAS NO RIO PARNAÍBA E O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM TERESINA

O Governo do Piauí tem alardeado que 5 hidrelétricas devem ser construídas no rio Parnaíba. Todas localizadas acima de Teresina.
A primeira entre Palmeirais e Teresina, a segunda, entre Floriano e Guadalupe, a terceira em Uruçuí, a quarta em Ribeiro Gonçalves e a quinta HE em Santa Filomena.
O Governo tem tratado o assunto trancado em sete chaves. A participação da sociedade civil no processo é inexistente. Como diz o ditado: "O Governo sabe o que é bom para o povo", principalmente quando no negócio tem muito dinheiro.

E assim leva o projeto adiante sem que a sociedade piauiense tome conhecimento dos desastres que podem ser gerados caso essa obra faraônica venha a ser construída.
O Governador do Estado já disse que tem 2 bilhões disponibilizados para o início das obras. Se duvidar já tem até as empreiteiras. Só não quer discutir quais os custos sociais e ambientais.

Para a construção dessas HE a área que deve ser inundada é muito superior à área inundada pela barragem de Piaus, entre São Julião e PIO IX, onde 200 famílias tiveram que sair dos locais onde moravam e perderam suas terras.

Todo o mundo é conhecedor de que até o momento nenhuma indenização ou qualquer compensação foi feita a uma família sequer. Imaginem 3 mil famílias que deverão ser desalojadas nas margens do Parnaíba pela inundação que será provocada pela construção dessas obras sem planejamento.

O que querem mesmo é gastar o dinheiro público e desviar parte dele.A prioridade do Governo LuLLa e WD, ambos do PT, é investir em obras de infra-estrutura. E por quê? É onde melhor se desvia "grana" para posterior custeio de campanhas políticas.
Estudos no Brasil mostram que de cada 10 reais aplicados em infra estrutura, pelo menos 6 são desviados.O Governo do Piauí não quer discutir a construção das HE. Mas é de suma importância que a população saiba os riscos que corre caso esse projeto megalomaníaco venha a se concretizar. E a população precisa saber antes que as barragens sejam construídas, pois depois do fato consumado fica mais difícil tomar alguma providência.

O problema mais grave que virá com a construção das HE é o abastecimento de água de Teresina. O rio Parnaíba pode secar depois da última hidrelétrica. Cerca de 400 Km do rio, de Palmeiras ao Delta, devem virar um esgoto sem água. Outro problema não menos grave é a situação do Delta, um dos mais importantes do Mundo. Sem água no rio não tem Delta.

E terceiro é o comprometimento do bioma Manguezal, que se forma justamente por ocasião da junção da água doce do rio Parnaíba com a água salgada do mar. Mas a decisão está nas mãos da sociedade. Teresina já sofre bastante com o abastecimento de água nos meses de agosto a dezembro.

Com a construção de todas HE previstas a situação vai piorar muito. Mas se a população manifestar-se é possível evitar um mal muito grande que se avizinha ao rio Parnaíba e às comunidades, de forma silenciosa e muito bem manipulada pelo Governo com o intuito de convencer a sociedade que mais uma atrocidade ambiental é desenvolvimento.

Por isso vamos antecipar como fizemos com a "estória" da Bunge e da Brasil Ecodiesel.
Alertamos em vão que a vinda da Bunge e da Brasil Ecodiesel não representava desenvolvimento para o Piaui. Seria apenas um aparelhamento dos meios de produção para beneficiar alguns e destruir toda a riqueza natural do Estado. Cinco anos depois a população do Cerrado do Piauí já pode comprovar o desastre na região, rios e riachos secos, trabalhadores rurais morrendo envenenados por agrotóxicos, o desmatamento em níveis alarmantes, a favelização dos centros urbanos, grilagem de terra.

O discurso como sempre é o mesmo e igual ao anterior, falacioso e mentiroso, gerar emprego. É o discurso do convencimento de um povo que vive à beira da miséria com o bolsa esmola. A Bunge apesar de ter uma isenção fiscal de 15 anos não gerou os 10 mil empregos prometidos, não gerou trezentos. Diretamente na fábrica, dos 517 prometidos, foram gerados apenas 50, e só, para jogar lenha dentro das caldeiras, que funcionam 24 horas e queimam mil metros cúbicos por dia.

O biodiesel, mesmo com o Presidente LuLLa de garoto propaganda, não decola. Nenhum país sério acredita nessa estória de azeite de mamona para combustível. Estudos comprovam que os impactos ambientais para produzir azeite de mamona para combustíveis são muito superiores caso se continue queimando os fósseis. A Brasil Ecodiesel no Piaui é o melhor exemplo desse projeto falido. O Santa Clara que seria para produzir mamona, produz carvão sem licenciamento do IBAMA.
Os trabalhadores desse projeto passam fome e sede num paraíso prometido.É pouco aconselhável correr o risco de permitir a construção dessas HE, sobretudo porque o mau-exemplo já existe, o da soja, do carvão, da lenha, da mamona, do eucalipto, do diamante em Gilbués. O Piauí não melhorou os seus índices de saúde pública, de educação e outros nesses últimos cinco anos porque destruiu o seu meio ambiente natural. Só não vê quem não quer.

"Será que a prioridade para o Piauí é construir cinco hidrelétricas no rio Parnaíba?

Ou isso é a prioridade do Governador WD? Dia 22 de julho foi organizado o Grito da Terra pela FETAG-PI. A estrela da manifestação foi o Deputado João de Deus, líder do Governo na Assembléia. Queria ver, caso o Governo do Piaui fosse do DEM, que a FETAG-PI permitisse que um deputado de Governo se pronunciasse. É esse o movimento sindical que hoje temos no Brasil e no Piauí, apenas subserviente e conciliador. Em nível ministerial o LuLLa deu logo o Ministério do Trabalho para a CUT, para calar a boca do movimento.

No Piauí todos os sindicatos do PT estão no Governo. Os dirigentes da FETAG-PI pertencem ao PT ou ao PC do B. O que podemos esperar de um movimento que tem como fundamento apoiar Governos? Os trabalhadores precisam abrir os olhos para não ser massa de manobra na mão desses sabidos.
Texto de : Judson Barros - Coordenador do FBOMS/REAPI Presidente da FUNAGUAS

ESPECIALISTA EM HIDROLOGIA CONTESTA A NOTÍCIA

Prezado Judson e pessoal ;

Nao fiquem escrevendo NEM DIVULGANDO besteirol aqui na internet ...
ESTE TEXTO ESTA CHEIO DE ERROS, tecnicamente falando ....


Estou viajando [ no exterior] e nao posso detalhar mais ; mas lá vai :

1= as UHE's NAO representam USO CONSUNTIVO; isto é NAO CONSOMEM AGUA portanto nao podem secar o RIO A JUSANTE ....
pelo contrario GERALMENTE REGULARIZAM O RIO A JUSANTE .... e podem controlar as possiveis ENCHENTES DO RIO .....

2= se houver desvio de verba a solução é ..... A CADEIA ....
o que nao se pode é parar TUDO e nao se fazer mais nada supondo-se de antemão que verbas serão desviadas ....

3= O RESTO DO TEXTO ABAIXO É UM MANIFESTO QUE NAO tem nada a ver com as hidreletricas [fala de mamonas assassinas, carvao, petroleo, etc......] que confusao !!!!!

Quer protestar e falar de politica ???? proteste ....
MAS SEJA pelo menos COERENTE ou va estudar mais HIDROLOGIA ....
[ assim nao pode ... assim nao dá ....]

saudacoes fluviais;
prof. jorge rios (UFRJ) = http://www.profrios.kit.net/html/curiosidades.html

28 de julho de 2008

QUANTO VALE UM LITRO DE ÁGUA?



Estamos preocupados com o recurso errado
28/07/2008

Quanto vale um litro de água?
Nos últimos meses, a discussão econômica nos Estados Unidos desviou da crise hipotecária para a alta do preço do litro de gasolina.

Os norte-americanos pagam hoje, em média, US$ 4 pelo galão do combustível, um recorde, o que dá cerca de R$ 1,7 por litro -alto para os padrões locais, mas ainda assim uma bagatela em relação ao cobrado no Brasil, que estava R$ 2,4 por litro o preço médio em junho.

John McCain e Barack Obama apresentaram suas propostas, embaladas para presente e vendidas como salvadoras da lavoura, embora ambas tenham efeito pífio a curto prazo no preço final pago pelo consumidor.

Idem para a recente decisão de George W. Bush de suspender a proibição de explorar petróleo em certas regiões do alto-mar do país, medida que havia sido tomada na presidência de Bush pai.Enfim, foi o produto passar da barreira psicológica dos US$ 4 para que uma revolução acontecesse.

Uma revolução no papel, por enquanto, mas mesmo assim. Pois bem. Segundo um documentário que estréia nos próximos dias por aqui, as pessoas estão se preocupando com o líquido subterrâneo errado.

A seguir o atual ritmo de consumo, é a água, e não o petróleo, que vai acabar.

"FLOW - For the Love of Water" (Vazão - Por Amor à Água, que faz um trocadilho com o acrônimo formado pelo título em inglês e o verbo) promete -ou pretende- fazer pela discussão da água o que o documentário de Al Gore fez pelo aquecimento global.
Filmado em 12 países e exibido no começo do ano em Sundance, o filme foi dirigido por Irene Salina (o sobrenome é esse mesmo).

Impressionam os fatos elencados por essa francesa de 40 anos, que traz em seu currículo ter feito uma ponta no clássico marginal "O Rei de Nova York" (1990), de Abel Ferrara, e ser sobrinha do ator Phillipe Noiret.

Segundo "FLOW", três ou quatro empresas dominam mais de 90% do mercado mundial de água engarrafada e assustam pelos métodos usados para garantir que o fluxo do suprimento não seja interrompido.

Entre outros, acusa o Banco Mundial de "obrigar" vilarejos africanos pobres -mas ricos em água potável - a vender seu bem mais valioso a gigantes do setor como Vivendi, Thames e Suez por valores irrisórios, em troca de assistência da entidade multilateral.

Antes mesmo de estrear em circuito comercial, o filme já provocou ou deu visibilidade a dois movimentos: o 1% For The Planet, em que quase 800 empresas no mundo inteiro se comprometem a destinar essa porcentagem de seu lucro para uma rede de mais de 1.500 entidades ambientalistas; e o Artigo 31, uma petição à ONU para que mais um item seja adicionado aos 30 da Declaração dos Direitos Humanos.

"Todo o mundo tem direito a água limpa e acessível, adequada para a saúde e o bem-estar do indivíduo e da família, e ninguém deve ser privado desse acesso ou da qualidade da água por conta de circunstâncias individuais econômicas."

Por conta do "FLOW", fui dar uma pesquisada e dei com um site interessante, o Cockeyed Science, que lista valores de diversos líquidos nos EUA, por galão.
Vai de água sanitária (US$ 2,20) ao perfume Chanel No 5 (US$ 25,6 mil).
O da gasolina eu já sabia; o da água Evian engarrafada, não: US$ 6,40.

RIOS DA AMAZÔNIA TRANSFORMADOS NUMA GRANDE LIXEIRA

Galeria pública de Fausto » VOL4 - Navegando Manaus a Santarém
90 dias pelos rios da Amazônia mostram o descaso com a região
28/7/2008
Nelson Gonçalves Marialva*

Nas viagens por dezenas de barcos, observei que transformaram os rios amazônicos numa grande lixeira. Das embarcações são atiradas desde plásticos até latinhas de refrigerantes e cervejas em grandes quantidades.

Porto de Belém, PARÁ
Do dia 21 de dezembro de 2007 a 3 de abril de 2008, numa viagem que fiz e que começou no Porto de Belém, no Estado do Pará, uma constatação: o Brasil não conseguiu até o presente momento ocupar os espaços vazios da região. Por isso e também pela falta de leis mais severas, o meio ambiente tem sofrido.

Nas viagens por dezenas de barcos, observei que transformaram os rios amazônicos numa grande lixeira. Das embarcações são atiradas desde plásticos até latinhas de refrigerantes e cervejas em grandes quantidades.
De Santarém (PA) a Almeirim (PA), no dia 3 de janeiro de 2008, no navio Luan, da empresa de navegação Luan, nas noitadas regadas a muita cerveja, seguidamente eram atiradas do bar latinhas de cervejas no rio.
Mesmo com uma ou duas lixeiras à disposição dos passageiros, da criança ao adulto a preferência é por atirar o lixo nos rios. Talvez este problema só seja resolvido com a inclusão nos currículos escolares, a partir da alfabetização, de matérias que possibilitem ao adulto de amanhã respeitar o meio ambiente e campanhas sucessivas na mídia que induzam a população a reciclar mais e a não atirar o lixo em qualquer lugar.

Ecossistema complexo
Para a Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, o deputado federal Francisco Praciano (PT/AM) disse que a Amazônia é bastante discutida e há muito tempo. “O debate deve continuar, mas é hora de realizar”, afirmou ele, lembrando que a Amazônia é muito grande.”

O governo faz o que pode, mas para a Amazônia o que pode não é suficiente. Nos temos um território extenso, uma biodiversidade muito rica, somos também um ecossistema complexo e por isso precisamos definir um conjunto de programas do tamanho da região, conforme a sua complexidade e fragilidades”, opinou o parlamentar.

Insegurança
Neste 90 dias pelos rios da Amazônia, não vi a presença das forças de segurança. Apenas, às proximidades de Manaus (AM), uma lancha da Polícia Militar e, em Óbidos, no Estado do Pará, a Fiscalização Integrada na Amazônia (Base Candiru), composta de órgãos como a Receita Federal, Polícia Federal, Ibama e Receita estadual.
Neste tempos em que os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs) fazem incursões pelos territórios da região conforme aconteceu no Equador, levando a um ataque militar a uma base dos guerrilheiros e que atuava em território equatoriano, ficou patente para os políticos brasileiros a necessidade de preencher os vazios deixados pelos sucessivos governos que, nos últimos anos, administraram o País.

Numa declaração à Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, a deputada federal Janete Capiberibe (PT/AP) disse que a situação de conflito na Amazônia internacional pode significar a intenção de uma intervenção militar na soberania da região. “O Brasil precisa agir para que os crimes ambientais ou a falta de ação do Poder Público não sirvam de pretexto para qualquer ameaça àquela fronteira brasileira”, declarou a deputada Janete Capiberibe, presidente da Comissão da Amazônia, Integração nacional e Desenvolvimento Regional.

Para o deputado Francisco Praciano, a Marinha brasileira deve estar mais presente na região, “pois”, disse o político,”lá são 20 mil quilômetros de rios navegáveis”. Exército e Aeronáutica devem ser presentes na região”, frisou ele à Comissão, ressaltando o seguinte: “Temos que ter tolerância zero para crimes ambientais”.
“Tínhamos até um dia desses menos de 12 agentes nas fronteiras. Tem alguns estados do Nordeste, como o Ceará, que tem 290. Eu não quero discutir o 290, mas eu quero, quando faço esta comparação, mostrar que não é compatível com a importância estratégica que a região tem.

Outro exemplo:
No Amazonas, tem 126 mil índios para 67 agentes da Funai. Em Pernambuco, tem 25 mil índios e quase 200 agentes, outra incompatibilidade. Falamos tanto na riqueza da biodiversidade da Amazônia, mas nós não temos hoje nenhum laboratório transformando essa biodiversidade em produto, em riqueza”, declarou, à comissão da Câmara dos Deputados, o deputado Francisco Praciano.

Desmatamento
No ano passado, o governo do presidente Lula constatou que o desmatamento na região voltou a crescer. Nestes 90 dias pelos rios da Amazônia, ao sair de Belém, no dia 21 de dezembro de 2007, no navio Cisne Branco, observamos no caminho para a cidade de Breves, na Ilha do Marajá, balsas conduzindo madeiras. De lá para Macapá e Santana, no Estado Amapá, e posteriormente, Almeirim, no Pará, e Laranjal do Jarí, no Amapá, nas poucas estradas na região, árvores derrubadas à beira da estrada, que inclusive tem sido denunciado à redação de jornais de Belém (PA).

No dia 16 de janeiro de 2008, cheguei à cidade de Monte Alegre (PA), depois fui a Juruti (PA) e Parintins, no Estado do Amazonas. Três dias depôs, segui para Manaus (AM). De lá, atravessei para Cacau Pirêra, indo em seguida para Manacapuru, Anamã e Beruri, no Amazonas. Nesta viagem, tal qual há 40 anos, uma outra constatação: a pobreza dos ribeirinhos, apesar do Fome Zero do governo Lula.

Miséria
Nas passagens dos barcos e navios pelos rios amazônicos, grande número de crianças em pequenas canoas, principalmente à altura de Almeirim, no Pará, pedem ajuda. De acordo com Maria Elza Malaquias, casada com o pescador Leonardo Ferreira da Silva, o casal trabalha duro na pesca do camarão e do peixe para sobrevivência da família. “Nós residimos na Ilha de Santa Cruz do Amazonas, no Rio Amazonas”, informou a pescadora, ressaltando que nunca viu a presença de um programa de governo, como o Fome Zero, na região. “Nunca recebi uma cesta básica”, afirmou ela, numa entrevista que só foi possível porque, na passagem do navio da empresa Marques Pinto Navegação Ltda. pelo rio Amazonas, logo depois de Almeirim (PA), o esposo da entrevistada amarrou sua pequena canoa no navio.

Na cidade de Manacapuru, no Estado do Amazonas, um fato curioso: numa foto de um jornal local, foi registrada uma árvore tombada num mangue, derrubada sob o pretexto de que era para o desenvolvimento econômico da região. E, na volta a Belém (PA), no início de abril, enfim a presença do Estado na região. Na Estação Hidroviária de Almeirim (PA) estava o PrevBarco II – PA.
Fonte: Link: http://jornalistanelsonmarialva.zip.net/ Portal do Meio Ambiente

Maior aquecedor solar ecológico do Brasil entra em atividade no Paraná

Aquecedor idealizado e construído pelo catarinense José Alcino Alano Aquecedor ecológico construído no Paraná reaproveita 100 quilos de plástico - 28/07/2008

Evita que resíduos que podem ser reciclados ou reaproveitados se acumulem nos aterros, diminuindo a vida útil destes depósitos ou sejam jogadas nos rios e ribeirões

Foi instalado no último dia 21 no município de Palmas, no Paraná, o maior aquecedor ecológico já construído no Brasil. Foram utilizadas 3,3 mil embalagens para a montagem, sendo 1,8 mil garrafas PET e 1,5 mil embalagens longa-vida.
As garrafas utilizadas na montagem representam o reaproveitamento de aproximadamente 100 quilos de plástico. A coordenação do projeto é da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, aproveitando um sistema criado pelo catarinense José Alcino Alano.

O aquecedor está ajudando a diminuir gastos com o fornecimento de energia elétrica para esquentar cerca de 8 mil litros de água consumidos diariamente no alojamento da 15ª Companhia de Engenharia de Combate do Exército Brasileiro, onde vivem 50 soldados.
O secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, destacou os benefícios desse sistema alternativo de aquecimento. "É uma energia que não traz impactos ao meio ambiente, é limpa.

Evita que resíduos que podem ser reciclados ou reaproveitados se acumulem nos aterros, diminuindo a vida útil destes depósitos. E, ainda, quem o utiliza economiza dinheiro, pois seu uso reduz em 35% o valor da conta de luz". José Alcino Alano conta que desde 2004, recebe apoio do Programa Desperdício Zero, da Secretaria do Meio Ambiente, para divulgar sua obra, registrada como projeto-livre. "É livre porque pode ser reproduzido sem finalidades comerciais, apenas para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida daqueles que precisam", explicou.

O Paraná já possui cerca de 6 mil aquecedores, mas segundo o coordenador do Desperdício Zero, Laerty Dudas, esse número pode ser maior, pois são ministradas oficinas que formam muitos multiplicadores. "O projeto caminha sozinho". Os aquecedores estão sendo muito usados também para aquecer água para lavar galões de leite, além de dar banho nos animais.

O kit ensina a construir o Aquecedor Solar de RecicláveisCréditos: SEMA/PR

Segundo Alano, para construir um aquecedor com capacidade para esquentar a água para banho de quatro pessoas, são utilizadas 240 garrafas PET e 200 embalagens longa vida, além de canos e conexões de PVC. Esses números levam o secretário Rasca Rodrigues a contabilizar que nos seis mil sistemas já existentes no estado, evitou-se que pelo menos 1,2 milhão de garrafas PET e quase 1,5 milhão de embalagens longa-vida fossem direcionadas aos aterros.


240 milhões de embalagens são lançadas no meio ambiente
Dados da coordenadoria de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente mostram que de cada 100 garrafas PET comercializadas no Paraná, apenas 15 são recicladas. Já o consumo de embalagens longa-vida chega a 400 milhões de unidades por ano, das quais 240 milhões são lançadas no meio ambiente, causando forte impacto ambiental.

José Alcino Alano, responsável também por um projeto em Santa Catarina, feito com 1,7 mil garrafas, explica como são construídos os aquecedores, conhecimento que é repassado nas oficinas que formam os multiplicadores. "O sistema é o mesmo dos aquecedores solares produzidos industrialmente.

A diferença é o material utilizado para montar o painel que aquece a água: garrafas PET, embalagens longa-vida e alguns metros de canos de PVC".Primeiro é preciso recortar as garrafas e caixas que irão formar o painel, depois pintar de preto os canos e embalagens longa-vida que irão absorver energia solar e transformá-la em calor.

As garrafas envolvem os canos por onde passa a água e mantêm o calor através de efeito estufa. A água sai da caixa d’água em temperatura ambiente, passa pelo sistema, eleva a sua temperatura e volta para a caixa. Após seis horas, em média, nesse ciclo constante, a água pode chegar a uma temperatura de até 38 graus Celsius no inverno, e mais de 50 no verão.

MAIS INFORMAÇÕES
Clique aqui e baixe o documento que ensina a construir o Aquecedor Solar de Recicláveis (arquivo PDF - 9 Mb). FONTE: Agência Brasil - Lúcia Norcio (Repórter)
AJUDE A RETIRAR EMBALAGENS DE PET E LEITE LONGA VIDA DE NOSSOS RIOS

27 de julho de 2008

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NA DESPOLUIÇÃO DO CANAL DO CUNHA - RIO DE JANEIRO


SEMINÁRIO POPULAR SOBRE A DESPOLUIÇÃO INTEGRADA DO CANAL DO CUNHA E A PRESERVAÇÃO DA SERRA DA MISERICÓRDIA - BAÍA DE GUANABARA

CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ
DIA: 2 DE AGOSTO DE 2008 - SÁBADO
HORAS: DE 9:30h ÀS 17 h
LOCAL: AUDITÓRIO NO SUBSOLO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA ILHA DO FUNDÃO (CIDADE UNIVERSITÁRIA UFRJ)

PROGRAMAÇÃO:

9:30 H - ABERTURA
- Reitor da UFRJ
- Prefeito da UFRJ
- Presidente da Fiocruz
- Reitor da SUAM
- AMA Vila Residencial da UFRJ
- SINTUFRJ
- SESC RAMOS
- UNICEF

10:30 H - EXPOSIÇÃO 1 - PROJETO DE DRAGAGEM DO CANAL DO CUNHA
- PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO DA BAÍA DE GUANABARA (PDBG) - OS IMPACTOS E
BENEFÍCIOS DA CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DA ALEGRIA
- CENPES - PETROBRAS
- SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE/SERLA
- CEDAE
- ALEXANDRE PESSOA (FIOCRUZ, SANITARISTA)
- ELMO AMADOR (GEÓGRAFO, EX-DIRETOR INSTITUTO GEOCIÊNCIAS UFRJ)
- COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE CREA-RJ (PROF. ADACTO OTONI)
- REPRESENTANTES DOS PESCADORES DO CAJU
OBS: 15 MIN CADA

12:30 H - DEBATE COM A PLENÁRIA (Perguntas e respostas)
13/14 H - ALMOÇO

14:30 H - EXPOSIÇÃO 2 - PROJETOS PAC DOS COMPLEXOS DO ALEMÃO E DE MANGUINHOS
- CEF - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
- GOVERNO DO ESTADO - SECRETARIA ESTADUAL DE OBRAS
- PREFEITURA DA CIDADE DO RJ
- DEPOIMENTOS DOS GRUPOS LOCAIS QUE ATUAM NOS CONSELHOS GESTORES DO PAC DO ALEMÃO E DE MANGUINHOS

16 H - DEBATE COM A PLENÁRIA (Perguntas e respostas)
17 H - PLENÁRIA FINAL: ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO DA CARTA DA SERRA DA
MISERICÓRDIA E DO CANAL DO CUNHA

ORGANIZAÇÃO:
AMA VILA RESID. UFRJ - COMITÊ DE DESENVOLVIMENTO LOCAL DA SERRA DA MISERICÓRDIA - VERDEJAR - SINTUFRJ - RAÍZES EM MOVIMENTO - CRESAM - NASCEBEM - ÉFETA -CENTRO DE CULTURA E ARTES DA MARÉ - MOBILIDADE E AMBIENTE BRASIL - REDECCAP MANGUINHOS - FÓRUM SOCIAL DE MANGUINHOS - APELT-ASSOC. PESCADORES DE TUBIACANGA/ILHA DO GOVERNADOR - ASSOC. PESCADORES DO CAJU - COLÔNIA PESCA DO CAJU - PREFEITURA DA UFRJ -

Veja mais fotos do Canal do Cunha - CLICK AQUI
APOIO: SINTUFRJ - Fonte: "Sérgio Ricardo" <srverde@uol.com.br>

QUARENTA DIAS DE ESTIAGEM BAIXA NÍVEL DAS BARRAGENS


Seca já afeta reservatórios
25/07 - 13:27 - Agência Estado

A estiagem, que chega a 40 dias em algumas regiões do País, já causa impacto no nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o estoque de água nas barragens do Sudeste e do Centro-Oeste caiu 4,4 pontos porcentuais em julho, ritmo mais acelerado que nos últimos anos.

No Sul, a situação é pior: queda de 8,8 porcentuais no mês.Técnicos do setor dizem que a situação ainda não é preocupante. No Sul já começou a chover e, além disso, as usinas térmicas podem compensar a queda na produção de energia das hidrelétricas.

No Sudeste e no Centro-Oeste, as barragens estavam, na quarta-feira, com 75,3% da capacidade de armazenagem de água - em 23 de julho de 2007, esse volume chegava a 79,2% e um ano antes, a 83,7%.Os reservatórios ainda estão longe do nível mínimo de 53% estipulado para o fim do período seco, em outubro. Mas o ritmo de queda, na média de 0,3 ponto porcentual nos últimos dias, é maior que o 0,2 ponto estimado para se chegar ao mínimo até outubro.

Caso a estiagem persista, o ONS terá de acionar mais térmicas a gás. Na quinta-feira, as térmicas a carvão e a gás produziam 2,783 megawatts (MW) médios.O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, admitiu recentemente que poderia haver dificuldades para se ficar dentro do nível-meta, caso a estiagem persistisse. Mas ponderou que o governo poderia decidir ficar um pouco abaixo da meta, caso os custos de acionamento de térmicas sejam muito altos. A meta foi estabelecida para garantir sem sustos o abastecimento no ano seguinte.

A meteorologia prevê chegada de frente fria à Região Sudeste hoje, mas segundo previsões do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cpetec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, deve ficar próxima ao litoral, onde não há grandes reservatórios. "As principais bacias hidrelétricas não devem receber grande quantidade de chuva", diz o pesquisador da entidade Lincoln Alves. Ele lembra que a falta de chuvas é normal nessa época, mas o padrão verificado este ano é "ligeiramente anormal".

TERMINA 8ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE ÁREAS ÚMIDAS


Pecuária ameaça Pantanal, afirmam pesquisadores brasileiros
26/07/2008
De acordo com cálculos apresentados pelo pesquisador Wolfgang Junk, do Instituto Max Plank de Liminologia, na Alemanha, pelo menos 20% da América do Sul é coberta por áreas úmidas.

Como a Amazônia, o Pantanal já teve 17% da sua paisagem natural devastada, mas o drama da planície alagada, assim como o de outras áreas úmidas do Brasil, é praticamente ignorado pelos governos estaduais e federal, afirmam cientistas reunidos em Cuiabá para discutir o futuro dessas regiões.
Segundo Walfrido Tomás, especialista em gestão da biodiversidade da Embrapa Pantanal, a pecuária intensiva está se difundindo no Pantanal, principalmente por meio de pessoas de fora da região, e tem desmatado muito mais do que a tradicional pecuária pantaneira."A terra é barata e é óbvio que as pessoas não têm ligação cultural com a paisagem.

Elas vêm com capital e a melhor forma de (obter retorno rápido) é desmatar", disse Tomás, em entrevista por telefone à BBC Brasil.

Segundo pesquisadores, a pecuária tradicional é mais compatível com o ecossistema do Pantanal porque o pantaneiro vive de acordo com o ciclo das águas da região, não desmata para plantar pasto artificial e sabe quais plantas podem retirar do pasto natural."O Pantanal tem paisagens diversas: cordões arenosos, ilhas de vegetação, é todo mesclado.

Quem vem de outras culturas não sabe administrar diferentes unidades de paisagem, precisam uniformizar, desmatam tudo", afirmou Cátia Nunes, coordenadora do programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da UFMT.

Dados da Embrapa de 2004 sugerem que a pecuária intensiva é a grande responsável pela alteração da paisagem do Pantanal. Além da pecuária, outra ameaça à região, destaca Tomás, é a construção das hidrelétricas planejadas para o rio Paraguai.
Segundo ele, as usinas podem alterar todo o ciclo hidrológico do principal rio do Pantanal.

Cobrança -
Os dois pesquisadores estão entre os cerca de 600 pesquisadores de 30 países que participam da 8ª Conferência Internacional de Áreas Úmidas, que terminou nesta sexta-feira (25).O evento foi organizado pelo Centro de Pesquisas do Pantanal, em parceria com a Associação Internacional de Ecologia e a Universidade Federal de Mato Grosso.

No caso do Brasil, além de falar sobre as ameaças os pesquisadores destacaram a falta de uma definição legal e de uma política de preservação dessas áreas."As áreas úmidas precisam ser tratadas de forma estratégica e devem ser tratadas pelo valor ambiental que têm.

O fato de o Brasil não ter políticas públicas para áreas úmidas é resultado da atitude que nós temos ante a essas áreas, como áreas que 'têm mosquito'. Por isso, as pessoas geralmente drenam", disse Tomás.

De acordo com cálculos apresentados pelo pesquisador Wolfgang Junk, do Instituto Max Plank de Liminologia, na Alemanha, pelo menos 20% da América do Sul é coberta por áreas úmidas.

Representantes do governo do Mato Grosso, incluindo o governador Blairo Maggi, da Agência Nacional de Águas (ANA), e do Ministério da Ciência e Tecnologia participaram de sessões da conferência.

São consideradas áreas úmidas as que têm água de forma periódica ou sazonal. São campos úmidos, lagoas, pequenos córregos, tudo que esteja entre água e áreas secas e que tenha vida biológica ligada à água. (Fonte: G1)

RETIRADA DE AREIA DE RIO DÁ MULTA DE R$ 10 MILHÕES


Ibama multa empreiteira em R$ 10 milhões no PA

Resolução do Conama prevê que "intervenção ou supressão de vegetação" precisa de estudos de impacto ambiental
26 / 07 / 2008

Uma empreiteira foi multada em R$ 10 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por retirar areia irregularmente de uma área próxima à Usina de Tucuruí, no Pará.

Segundo nota divulgada pelo Ibama, a infração foi constatada durante vistoria na Praia dos Índios Gaviões da Montanha, no Rio Tocantins.

Foram os moradores que constataram a perda gradativa da praia, por causa da extração ilegal de areia.Em uma vistoria realizada em abril deste ano, o instituto determinou que a atividade fosse suspensa até que a legalidade da extração fosse esclarecida.

O Ibama diz que a empresa foi notificada. O chefe do escritório do Ibama em Tucuruí, Cláudio Haydemar, afirma que os representantes da empreiteira foram informados que a área de extração ficava no limite de uma área autorizada pelo governo. "Avisamos que a empresa receberia uma advertência, porém, os representantes não retornaram mais ao Ibama para a assinatura do termo", conta.

Em maio, foram feitas novas fiscalizações na área. Em junho e julho, a equipe voltou ao local, demarcou todos os pontos referentes à licença de operação do estado e constatou que os pontos sinalizados com bóias pela empresa não correspondiam com a demarcação original fornecida pelo estado.

O Ibama diz que aplicou a multa com base na resolução do Conama que prevê que "intervenção ou supressão de vegetação" em áreas de preservação devem ser feitas após a empresa obter estudos de impacto ambiental. As atividades foram embargadas. (Fonte: G1)

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BRASIL NA TRIBUNA DA ÁGUA NA EXPOZARAGOZA 2008


Brasil apresenta experiência na gestão da água em exposição na Espanha
26 / 07 / 2008
Entre os dias 11 e 13 de agosto representantes brasileiros ocuparão a Tribuna da Água da ExpoZaragoza 2008 para participar da Semana do Brasil.
Os participantes do evento, que ocorre na cidade espanhola de Zaragoza, conhecerão mais sobre os projetos que o país desenvolve na gestão integrada de recursos hídricos.
A Tribuna da Água é o espaço de debate da Expo onde representantes de diversos países expõem seus projetos e discutem os caminhos a serem seguidos para o uso consciente deste recurso natural.
Ao final da Expo 2008 será lançada a Carta de Zaragoza, um documento onde serão apresentadas as conclusões dos três meses de debates.
A Expo 2008, aberta no dia 14 de junho, reúne 107 países e 19 comunidades autônomas em eventos dedicados a expor e discutir "Água e Desenvolvimento Sustentável", tema central desta edição.
Política de Recursos Hídricos no Brasil
Os avanços brasileiros na preservação e recuperação da água são destaque na Expo, que termina em setembro. "A Política de Recursos Hídricos e Implementação dos seus instrumentos" foi um dos temas apresentados no evento pelo presidente da ANA, José Machado.
A Lei das Águas traduziu a decisão do Brasil de garantir a sustentabilidade hídrica do país para as atuais e futuras gerações. (Fonte: MMA)

FALTA D'ÁGUA EM FRANCA VIRA CASO DE POLÍCIA


Há 4 dias com falta d'água, Franca (SP) usa policiais para escoltar caminhões-pipa

GEORGE ARAVANIS da Folha de S.Paulo


A falta d'água em Franca (400 km de SP) virou caso de polícia ontem.
A Polícia Militar teve de escoltar caminhões-pipa para impedir brigas nas filas por água e para acalmar quem reclamava.

Pelo quarto dia, 85% da população ficou desabastecida por conta do rompimento de uma adutora da Sabesp.
O presidente da estatal, Gesner Oliveira, esteve em Franca à tarde e disse que o abastecimento deve ser restabelecido até a noite de hoje.

O rompimento, o segundo consecutivo, ocorreu em razão de um desabamento do solo.
No Parque Santa Bárbara, onde foi necessária a intervenção da PM, uma fila de cerca de 200 pessoas esperava desde as 10h30 o caminhão-pipa. Os moradores receberam a informação --da própria Sabesp, disseram-- de que o caminhão chegaria ao local na hora indicada.

Como a água não chegou, por volta das 14h30 um grupo iniciou um protesto e montou uma fogueira com pedaços de madeira, interditando a rua.
"Chegamos aqui às 10h30, olha que horas são, moço [15h]. É uma falta de respeito deixar esse tanto de gente esperando debaixo do sol", disse a dona-de-casa Neuza Fernandes, 49.

Chamada, a PM dispersou o grupo e até ligou para a Sabesp para que o caminhão chegasse rápido. Outro caminhão teve que ser escoltado por policiais no Jardim Aeroporto, segundo funcionários da Sabesp.
A falta d'água mudou a rotina na cidade. A prefeitura disponibilizou 62 caminhões-pipa para atender à população.
Muita gente, especialmente mulheres e crianças do Parque Santa Bárbara, usaram água de minas até para lavar a louça.
O presidente da Sabesp disse que a companhia dará desconto aos consumidores de Franca que não tiveram água, para compensar o problema.

Um dia após demonstrar irritação com a Sabesp, o prefeito Sidnei Franco da Rocha (PSDB) classificou o ocorrido como um acidente e disse que a empresa resolveu a questão. Folha OnLine 25/07

26 de julho de 2008

TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO VIRA ASSUNTO TABU

Rio São Francisco, em São Francisco
Governadores evitam falar sobre transposição do São Francisco
26/07/2008 - Agencia Brasil

A obra de transposição das águas do Rio São Francisco é tratada como tabu pelos governadores do Nordeste em suas reuniões para definir o modelo de desenvolvimento comum para a região. Apesar de ser a obra de infra-estrutura que mais atinge de forma direta a população nordestina, principalmente as pessoas que vivem no semi-árido, os governadores dos estados do Nordeste, reunidos na sexta-feira (25), em Teresina, no Piauí, evitaram o assunto.

Nem a presença Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional, pasta responsável por tocar a obra, tida como prioridade do governo federal, foi suficiente para vencer o bloqueio de se falar sobre o assunto.

O próprio ministro, nascido na Bahia, que seria um doador de águas, já se colocou como um grande crítico da obra. No entanto, ao assumir a pasta disse que iria executar o projeto.O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), usou de bom humor para responder aos questionamentos na presença de seus colegas: “Quanto à transposição, eu vou poupar Déda (Marcelo Déda, do PT, governador do Sergipe) de falar. Se ele falar, vai falar mal e eu não gostaria de fosse assim”, brincou Campos.

O tom de brincadeira logo se desfez quando Déda começou a falar, e ficou clara que a divergência é evidente entre os estados doadores de água – como Bahia e Sergipe -, e os receptores, como Pernambuco e demais estados da região do semi-árido.

“Nós temos tido durante todo esse período bastante juízo para não colocar na agenda desse fórum, temas que nos dividem, temas que possam prejudicar o melhor capital que nós formamos nesse um ano e seis meses de nossos mandatos: a nossa unidade em torno de uma agenda comum a favor do desenvolvimento econômico e social do Nordeste”, disse o governador de Sergipe, em entrevista coletiva, após o 8º Fórum de Governadores do Nordeste.

Déda classificou o tema de “desagregador” e, por isso, digno de ser evitado na reunião. “Todos têm as suas convicções, todos têm as suas críticas.

Mas é preciso que nós nunca tenhamos envolvimento do fórum, nem a favor nem contra. Até porque, os que são a favor seria maioria. Em respeito à população de estados doadores, como a Bahia e Sergipe, nós resolvemos que esse tema aqui desagrega e não deveria ser prioridade”, disse Déda. “As posições de cada estado sobre a obra são muito conhecidas. Essa posição se mantém, mesmo com o governo executando a obra”, completou.

Campos e Déda, no entanto, garantem que as divergências influenciam no andamento do projeto. As obras compreendem a construção de canais, barragens, adutoras e estações de bombeamento, orçadas em R$ 3,3 bilhões.

O objetivo do governo é assegurar a oferta de água, em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semi-árida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Para isso, o governo defende a retirada contínua de 26,4 metros cúbicos de água por segundo, o equivalente a 1,4% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1.850 metros cúbicos por segundo) no trecho do rio onde se dará a captação, de acordo com informações do projeto.

Este montante hídrico será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro estados do Nordeste Setentrional.

As bacias que receberão a água do rio São Francisco são: Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó e Bacias do Agreste em Pernambuco; Jaguaribe e Metropolitanas no Ceará; Apodi e Piranhas-Açu no Rio Grande do Norte; Paraíba e Piranhas na Paraíba. Os estados de Sergipe e Bahia temem que com a transposição passem a ter problemas de abastecimento. (Fonte: Luciana Lima/ Agência Brasil)