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10 de julho de 2008

EMISSÁRIOS SUBMARINOS X ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO



Palestra da ABPEF abordou polêmica entre emissários submarinos versus estações de tratamento de esgotos.


A ABPEF - Associação Brasileira de Profissionais Especializados na França, EM CONJUNTO com as Divisões Técnicas de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) e a de Engenharia do Ambiente (DEA) do Clube de Engenharia promoveram, no dia 14 de setembro de 2006, a palestra intitulada "Emissários submarinos como unidades de processo de sistemas de tratamento de esgotos sanitários".


O expositor foi o professor e engenheiro Fernando Botafogo Gonçalves, diretor técnico da Globaltech Tecnologia Ambiental.
O engenheiro afirmou que nos cursos de engenharia sanitária, oceanografia e biologia marinha e na preparação de teses de mestrado e doutorado são ensinadas em detalhe as diversas técnicas de construção e operação de estações de tratamento de esgotos sanitários, mas que os aspectos relacionados aos emissários submarinos não são abordados.

Botafogo Gonçalves ressaltou que os emissários submarinos são considerados hoje complementares e integrados aos sistemas de tratamento e disposição de esgotos sanitários.
– Sanitaristas, oceanógrafos e biólogos marinhos deveriam passar a afirmar, quando solicitados: emissários submarinos? Desculpem, mas isto eu não aprendi na escola!

Na verdade, estes profissionais até mesmo desconhecem que em nosso país existem em operação, atualmente, 23 emissários submarinos, localizados em Manaus, Belém, Boa Vista, Fortaleza, Maceió, Aracajú, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Guarujá, Santos, São Vicente (SP) e Praia Grande (SP) – disse.

Segundo o Diretor da ABPEF e Chefe da DRHS, Eng. Jorge Paes Rios, que presidiu a palestra, na maior parte dos cursos de engenharia ambiental e sanitária, de oceanografia física e de biologia não se faz menção aos aspectos relacionados à elevada capacidade das águas marinhas promoverem a diluição, dispersão e decaimento de cargas poluentes a elas lançadas e nem se toca no assunto Emissários submarinos e subfluviais.
– Por falta de informação foi incutida na opinião pública uma percepção de risco ambiental que, na verdade, não se encontra baseada em qualquer risco real, disse o prof. Botafogo.

PROTOCOLO DE ANNAPOLIS
O palestrante chamou atenção para o fato de o Protocolo de Kioto, que trata sobre a emissão de efluentes gasosos na atmosfera, ser amplamente conhecido enquanto que poucos profissionais da área já ouviram falar do Protocolo de Annapolis, de monito-ramento da balneabilidade das águas marinhas recreacionais.

Durante a palestra o especialista comentou que a Constituição Estadual no RIO DE JANEIRO, obriga os projetos de emissários submarinos a adotarem uma forma de tratamento prévio de esgotos sanitários, definida, em detalhes na Carta Estadual.
– É uma impropriedade o legislador estadual determinar obrigações sobre aspectos técnicos de responsabilidade dos engenheiros. Quando se discute a polêmica tratamento versus emissário, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa – disse.

Botafogo explicou que a tubulação difusora dos emissários submarinos longos é projetada com extensão e profundidade capazes de assegurar uma baixa probabilidade da pluma (mistura de efluentes sanitários e águas marinhas) vir a alcançar zonas de balneabilidade.
– É muito pouco provável que um banhista venha a entrar em contato físico com efluentes sanitários em seu estado bruto ou tratado, o que faz dos emissários uma alternativa de muito baixo risco à saúde humana – finalizou.
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PARA VER MAIS IR NA PÁGINA = http://www.abpef.org.br/
UM POUCO DE HISTÓRIA
No Brasil, existem algumas dezenas de emissários submarinos e sub-fluviais, entre os quais os de Ipanema, Barra da Tijuca e Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro, o de Fortaleza e os dois de Maceió em Alagoas, Aracaju, Salvador, Vitória, Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande.
O primeiro emissário submarino projetado no Brasil foi o da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, em 1970, com diâmetro da tubulação de 2,40 m e com uma vazão de projeto igual a 12 m3/s. Este emissário contou, entre os projetistas, com Russel Ludwig e Fernando Botafogo Gonçalves.
Saturnino de Brito Filho, em 1972, junto com o engenheiro sanitarista Jorge Paes Rios, projetaram e construíram o primeiro emissário sub-fluvial do Brasil em Manaus, no Estado do Amazonas, e o segundo em Belém, no Estado do Pará.
Para o cálculo da diluição, da dispersão e do decaimento bacteriano ou químico são utilizados, normalmente modelos matemáticos e, eventualmente, em lançamentos de efluentes industriais, com grandes vazões, como o de uma usina nuclear, também modelos físicos.

3 comentários:

  1. Há de ressaltar o que antes era obscuro, hoje já não é mais. Antes, tudo era lançado aos rios e lagoas e com aval das entidade e entendidos até então existentes. Comentar os fatos não é importante! Hoje a vedete é o emissário submarino de efluentes e os mares e oceanos seus receptores. Efeitos? Sem preocupação "dito os defensores". Com a palavra: os biólogos, infectologistas poderião se forem pemitidos sairem do anonimato e expor os "riscos" na cadeia alimentar; peixes e crustáceos, em fim, na flora marinha que absorverão virus e bactéria como parte de sua alimentação. E nós consumidores finais... como sempre, vamos nos contaminarmos até entrarmos nas estatisticas.
    Pós emissários submarinos... há de surgir novidades.
    Obrigado pelo espaço.
    P.S. Venesa ainda é um paraiso...

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  2. Olá:

    Muito interessante (e útil) este blog!
    Realmente, temos que ter consciência em relação ao meio ambiente - as coisas estão ficando cada vez mais difíceis, complicadas -, e nunca é tarde para REFLETIR, TENTAR MUDAR...Descobri este blog quando procurava pelo assunto "emissário submarino de Ipanema", que sempre me causou uma certa "curiosidade"! E quanto ao temas citados aqui - esgotos, entre outros - sim, como não haver preocupação?! As chuvas? Em várias partes do mundo estas se encontram em demasia: aí no Rio - sei que houve muitos estragos...em SC e no RS (onde resido) - em português claro: TÁ O CAOS!!! E o calor atualmente? Aqui em POA, um inferno (há alguns dias, estava insuportável!)...
    Mais uma vez, agradeço a quem criou tal blg (e pelos seguidores tb!); ter CONSCIÊNCIA AMBIENTAL é o mínimo que se pode haver...

    Saudações "ambientais",
    Rodrigo Rosa (rodrigo-rosa@ibest.com.br).

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  3. Há uma parcela de poluentes que não se degrada e portanto acumula-se no ambiente. É o caso de metais pesados, pesticidadas, medicamentos, etc. Ao longo do tempo estes atingem níveis elevadíssimos na cadeia alimentar, que vale lembrar, inclui nós humanos. Pense nisso sempre que dispensar algo na pia ou no ralo, comer frutos do mar, ou ouvir um engenheiro de empresa privada que lucra com tais projetos afirmar que trata-se de "alternativa de muito baixo risco à saúde humana".

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