Usina Hidrelétrica Balbina,
Da Agência Brasil - 06/04/2009
Brasília - A Usina Hidrelétrica de Balbina, localizada no Rio Uatumã na Bacia Amazônica, deve parar de funcionar na opinião do historiador e diretor da organização não-governamental International Rivers, Glenn Switkes.
Em entrevista à Radio Nacional, Switkes destacou os problemas causados pela construção da usina e defendeu a desativação do complexo como uma alternativa para o Brasil.
A Usina de Balbina foi construída em 1989 com o propósito de abastecer a cidade de Manaus. No entanto, especialistas apontam que a construção foi um erro pois, além dos altos custos, o empreendimento não gera energia suficiente para a capital e inundou parte de um território indígena com uma população de 250 famílias.
“As decisões sobre a expansão da capacidade hidrelétrica da Amazônia estão sendo feitas de maneira política e não técnica”, afirma Switkes.
Outro aspecto negativo destacado por ele é a quantidade de gás carbônico lançado no ar pela a usina. Segundo o historiador, Balbina emite 50 vezes a quantidade de gás carbônico de uma usina termelétrica a gás natural e dez vezes mais que uma termelétrica a carvão mineral.
“Isso é uma grande contribuição do Brasil para as emissões de gás carbônico que causam o efeito estufa”.
De acordo com Switkes, a área inundada pela hidrelétrica chega a 4.447 quilômetros quadrados, quase o dobro do que foi divulgado pela Eletronorte. Isso faz com que Balbina seja um dos dez maiores lagos artificiais do mundo, em plena Floresta Amazônia. “É um monumento de descaso do Brasil em termos de meio ambiente.”
Para diminuir a quantidade de problemas causados, Switkes defende a diminuição no nível de operação da barragem e depois a desativação. “Devolver as águas do Rio Uatumã para o seu curso natural, seria um bom exemplo do reconhecimento técnico do Brasil sobre o desastre que foi criado no caso de Balbina”, defende.
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
"pode ser desativada"
ResponderExcluirFaz me rir. Você leu a notícia que publicou? Está emitindo a opinião de uma única pessoa. Especialista ou não, não importa. O fato é que existe sim problemas ambientais com a criação de qualquer usina elétrica, seja o termo, hidro, eólica etc.
Infelizmente existe uma demanda por energia, o Brasil escolheu a mais fácil de se instalar neste caso. Os que dizem o oposto, indiquem uma alternativa diferente... Queima de carvão, petróleo? Criação de uma usina nuclear na amazônia? Devastação da floresta e criação de usina eólica? Todas essas são inviáveis.
Se desativarem a usina (o que é praticamente impossível),com o que sustentarão a demanda?
Fabricio P. B.
Olá Fabrício,
ResponderExcluirAté concordamos com suas considerações e para quem conhece o passado de Switkes e seu grupo (A International Rivers Network), sabe sobre suas posições.
A opinião não é nossa e sim do historiador e diretor da organização não-governamental International Rivers, Glenn Switkes.
Que tal enviar para ele suas considerações?
Meus amigos todas hidreletricas causam impactos ambientais.Umas mais outras menos mas causam.Acredito que ai seria o caso de mudar o tipo de grupo gerador(me parece que a turbina usada é tipo francis),mudando então para tipo bulbo.Fica caro mas,ficaria ecologicamente correto,então poderiamos baixar a cota do lago à montante e consequentemente diminuir e a area alagada.Para quem ja ajudou construir 4 hidreletricas acho esta opção mais viavel,ao inves de desativar essa obra tão necesaria ao estado.E que tb custou muita grana.
ResponderExcluirOla Professor Jarmuth, uma coisa que nao consigo entender, como uma USINA HIDRELETRICA consegue emitir mais gas cabonico do que uma USINA TERMELETRICA?
ResponderExcluirVamos perguntar para o historiador e diretor da organização não-governamental International Rivers, Glenn Switkes?
ResponderExcluirparabenizo o glenn Switkes que ao menos quando ele estiver por aqui em suas pesquisas não use uma lampada sequer pois ele esta contribuindo para emissão de gases carbonicos pois a maior parte da energia consumida por aqui provem de recursos hidricos, ao atravassar o oceano venha de barco a vela pois se torna apologista de transportes que emitem gase poluentes o vejo como um grande HIPOCRITA.
ResponderExcluirSerá que uma medida extrema como a desativação da usina seria realmente a melhor medida a ser tomada?
ResponderExcluirPois com o alto grau de tecnologia que a engenharia utiliza nos dias de hoje,não seria possível realizar um projeto de readequação as condições físicas, geográficas e ambientais do local?
Tantos recursos financeiros, os transtornos causados às populações vizinhas, o impacto ambiental causado com a contrução e operação da usina, são fatores que não podem ser simplesmente deixados de lado numa eventual desativação do empreendimento.
Bom, acredito que de qualquer forma os construtores dessa usina poderiam optar por construi-lá fora da Amazônia. Mas do que necessidades energeticas, o que ocorre no caso são interesses finaceiros, e quem geralmente pago o prejuízo é o meio ambiente, e a população local no caso as famílias indígenas.
ResponderExcluirConcordo com a pergunta que fizeram, também me confundo com emissões de CO2 de uma usina hídrica serem maiores do que as outras comparadas, porem não sendo só esse o resultante dessa atividade, sendo esses dados corretos ou não, há certamente grandes prejuízos com essa atividade, seja no setor ambiental, social ou financeiro.
Porém, Larissa,
ResponderExcluirConstruir fora da Amazônia também causaria impactos, pq as linhas de transmissão (LT) de energia teriam q passar por algum lugar. Logo, seriam Km de linhas cortando a floresta, o que a fraguementaria, pois caso não saiba não pode haver vegetação de grande porte sob as LT.
Se a Amazônia é rica em recursos hídricos pq não utilizá-los???
Claro que devem ser feitos estudos para se causar o mínimo de impactos possíveis.
Oi amigos!acho que a quetão é mais profunda ! Quando se ver peixes morrendo,a natureza sendo agredida dessa forma,matando várias espécies de animais e o mais grave é a agressão aos Índios que deixaram de produzir seus recursos naturais e estão sendo manipulados para viver uma cultura do sistema capitalista!não sou especialista em hidrelétricas os tecnicos podem ter razão.sou um teólogo e reflito sobre a vida e quando essa é agredida o que é mais importante ,as vidas ou o progresso do sistema capitalista globalizado?
ResponderExcluirEmissão de CO2? Babaquice pura! Só se ele estiver se referindo a decomposição no lago das raizes da floresta que não foi desmatada, pela pressa ou até impossibilidade de retirada de tantas árvores antes do alagamento, e mesmo sendo o caso, a emissão de C02 somente aconteceria se as águas do lago atingissem altas temperaturas...e a concentração de co2 na água a tornaria ácida e não haveria turbina que resistisse à corrosão da mesma. Desconfio muito desses "ongueiros"pois, com honrosas excessões atrás do zêlo deles, escondem Altíssimos interesses políticos e econômicos.
ResponderExcluirUm maranhense curioso.
Co fonte de fácil acesso, vejam a Wikipedia: A libertação de dióxido de carbono via queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra (desmatamentos e queimadas, principalmente) impostas pelo homem constituem importantes alterações nos estoques naturais de carbono e tem um papel fundamental na mudança do clima do planeta.
ResponderExcluirO CO2 é um dos gases do efeito estufa que menos contribui para o aquecimento global, já que representa apenas 0,03% da atmosfera.
O excesso de dióxido de carbono que atualmente é lançado para a atmosfera resulta da queima de combustíveis fósseis principalmente pelo setor industrial e de transporte. Além disso, reservatórios naturais de carbono e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver CO2) também estão sendo afetados por ações antrópicas. Devido o solo possuir um estoque 2 a 3 vezes maior que a atmosfera, mudanças no uso do solo podem ser importante fonte de carbono para a atmosfera (WOODWEL,1989,DAVIDSON e TRUMBORE, 1995).
Nas últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis fósseis, a quantidade de gás carbônico na atmosfera tem aumentado muito, mas isto não prova que o gás carbônico contribui com relevância para o aquecimento do planeta.
A concentração de CO2 na atmosfera começou a aumentar no final do século XVIII, quando ocorreu a revolução industrial, a qual demandou a utilização de grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia. Desde então, a concentração de CO2 passou de 280 ppm (partes por milhão) no ano de 1750, para os 393 ppm atuais, representando um incremento de aproximadamente 30%.
Este acréscimo na concentração de CO2 implica no aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, mas não consequentemente, da temperatura do planeta, pois houve decrécimos de temperatura também neste período. As emissões de CO2 continuam a crescer e, provavelmente, a concentração deste gás poder alcançar 550 ppm por volta do ano 2100.
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Olá caríssimos,
ResponderExcluirA questão não é CO2. O que Balbina produz é Metano, oriundo da decomposição anaeróbica de material orgânico. Este gás tem uma capacidade maior que o CO2 de reter calor na atmosfera. Devido a dimensão do lago, estimativas de pesquisadores do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), importante instituição pública Brasileira de pesquisa, a emissão de Balbina supera varias vezes, em termos de CO2 equivalente (unidade de medida utilizada para comparar os efeitos na atmosfera) supera em muito a produção de uma termoelétrica movida a derivados de petróleo. Para quem quiser saber mais sobre o assunto sugiro que busquem por textos de pesquisadores do INPA e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Uma última informação, a Hidroelétrica de Balbina, desde sua construção, foi considerada por importantes pesquisadores da Região Norte como um Monumento a insanidade humana.
Maurício Adu Schwade