Prefeitura de SP gasta R$ 100 milhões por ano com limpeza de rios de SP
Ao todo, 400 córregos deságuam nos rios Tietê e Pinheiros.
Lixo acumulado é o que mais contribui para a poluição.
Quatrocentos córregos deságuam nos rios Tietê e Pinheiros, em São Paulo. No caminho dessas águas, uma triste imagem: a quantidade de lixo que vai parar nas galerias subterrâneas. Por ano, a prefeitura diz gastar R$ 100 milhões na limpeza das águas. Esse é o tema da quarta reportagem da série sobre o futuro dos nosso rios.
Uma bituca de cigarro sozinha não causa enchente, mas muitas podem contribuir para isso. É gente jogando a bituca no chão ou atirando da janela do carro. As bocas de lobo são como grandes ralos, só que por elas também passa muita coisa além da água da chuva. Mesmo quando limpas há poucos dias, continuam cheia de lixo.
Pescaria
Dentro dos rio, muita sujeira: pedaço de um tapete de borracha, tapete de carro, uma pia de banheiro, sacola plástica , embalagem, pedaço de tecido. Um emaranhado só. Quem se arrisca a pescar nas águas sujas encontra frasco de iogurte, desodorante, água sanitária, detergente, até laranja.
“Isso aqui é um cano de PVC, provavelmente, não veio pelo bueiro; foi jogado dentro do córrego ou na própria galeria ali, no céu aberto, porque ela tem um alçapão”, contou o encarregado da limpeza José Antonio da Silva.
Lixo e esgoto são os grandes poluidores dos rios Tietê e Pinheiros. E boa parte vem pelos córregos. Alguns nem são vistos, como o córrego Saracura, que passa embaixo do Vale do Anhangabaú, no Centro, e foi canalizado.
Outros são velhos conhecidos, como o Aricanduva, na Zona Leste. Ele está em uma região que tem um milhão de habitantes. A maior parte foi canalizada e por ali foram construídos oito piscinões, locais que armazenam água da chuva. O lixo que a gente ainda encontra perto do córrego e a falta de área verde ao redor dele causam as enchentes que os moradores enfrentam.
Inundação
Para os especialistas em meio ambiente, existe um conflito entre água e ocupação, o que chamam inundação. Segundo eles, a cidade ocupou áreas de várzea ao longo do tempo com vias de tráfego, com edifícios. Quando os rios resolveram retomar esse espaço, houve o problema.
A ocupação desordenada dificulta a limpeza dos córregos e dos rios. Gera ligações clandestinas de esgoto, como a que existe no córrego da Vila Rubi, na Zona Sul da capital. Ali, os próprios moradores improvisaram uma canalização. Depois de arrecadar R$ 60 de alguns moradores, conseguiram fazer a obra. Mesmo assim, o rio continua poluído.
O sistema de coleta de esgoto funciona assim: na frente das casas, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) coloca canos que recolhem o esgoto. O morador precisa se conectar à rede. Assim, a água da descarga ou da pia é levada para um encanamento maior, chamado de coletor tronco. Dali, a sujeira vai para os interceptores, canos que ficam às margens do Tietê e do Pinheiros e que vão direto para as estações de tratamento. Só depois que a água está limpa é jogada nos rios.
Tinta no córrego
Hoje, cinco estações fazem o tratamento do esgoto na região metropolitana. Mesmo assim, 1,6 bilhão de litros são jogados, só no Tietê, todos os dias. No Parque São Rafael, na Zona Leste da capital, parte do córrego Cipoaba foi limpa, mas ainda há podre sendo despejada no local.
A Sabesp diz que até o final do ano que vem, 100 córregos estarão completamente limpos, inclusive o Cipoaba. Eles devem ficar como o córrego Iporanga Esmeralda, na Zona Sul. A nascente preservada fica no meio de uma praça e a canalização não escondeu a água.
Coleta de lixo e rede de esgoto são fundamentais para melhorar a qualidade da água dos nossos rios, mas se a população não ajudar, não vai dar certo. O Iporanga mal começou a respirar de novo e já precisa de limpeza.
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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